Era uma vez...Eu! Cap. 32
Soltei um longo suspiro,enquanto Carlos continuava parado na porta com cara de ...idiota.
_Não é com você é o Fernando,ele desligou o celular enquanto eu falava com a Jessy.
Ele sorriu,mas não disse nada.Fiquei encarando-o,ele fazia o mesmo.
_Está fazendo teste para segurança ?
Ele finalmente entrou,mantendo a porta aberta,mas ele parecia pensativo.
_Carlos,eu não tenho o dia todo.
_Por que,vai sair com o Caíque ?
Ele estava sério.Ergui uma sobrancelha.Era só o que me faltava,Carlos com ciúmes,achando que lhe devo satisfações.
_E se for...ah...é,se for, não é da sua conta.
Ele pareceu se desarmar totalmente,murmurou um "tem razão",sentou na cadeira da mesa do computador e começou a tirar uns papéis de dentro da mochila,ainda emburrado.Enquanto ele estava concentrado em pegar os tais papéis,me permiti ficar analisando-o;Seus cabelos ainda estavam molhados,parecendo que tinha acabado de sair do banho,usava um casaco branco que contrastava com sua pele morena e uma bermuda cinza de um tecido fino,estilo surfista,nos pés apenas chinelo,simples,mas ele estava lindo.
_É feio encarar as pessoas.
Ele disse com o rosto ainda abaixado e foi erguendo-o levemente,me encarou e sorriu,o que me fez ficar vermelha,mas não desviei o olhar.
_Estou apenas tentando entender o que você está fazendo,já que não disse nada e eu não sou adivinha.
_Sei...vamos fingir que é verdade.
Ele se levantou e se sentou ao meu lado na cama,me deixando tensa instantaneamente.Me proíbe de desviar meus olhos dos seus,se ele queria me provocar,ótimo,mas eu não iria recuar.
_Você me chama de idiota e diz que não se importa de eu ter passado a tarde com a Lorena,mas eu sei o que realmente você sente.
Ouvir o nome dela me deu raiva,mas eu não iria cair no joguinho dele,se ele queria alguém para inflar o seu ego,esse alguém não seria eu.
_Que bom,que sabe,aproveita e me diz pois eu não estou sabendo de nada.
Aproximei meu rosto levemente do dele,seu perfume era ótimo,o que dificultava ainda mais as coisas,mas eu não iria recuar.
Ele sorriu de lado,ainda olhando dentro dos meus olhos e levou uma mão a o meu rosto e também se aproximou,deixando nossas bocas a centímetros de distancia.
_Eu sei que eu mecho com você de uma forma que nem você entendi,que quando eu ti toco você anceia por mais,que você pensa nos meus beijos,pensa em mim e deseja estar comigo,mesmo me chamando de idiota,mas de qualquer forma,eu sou o seu idiota.
Ele terminou a distancia que havia entre nós e grudou seus lábios nos meus,meu corpo entrou em choque,me senti arrepiar e percebi o quanto eu ansiava por um beijo do Carlos,mas ele não fez mais nada e o beijo não passou de um longo selinho,sim ele queria brincar comigo,mas eu também sabia brincar,mordisquei e puxei levemente seu lábio inferior o fazendo soltar um breve gemido,então sorri e me afastei dele,que apenas ficou me olhando incrédulo,mas depois também sorriu.
_Vamos ensaiar,como eu disse não temos o dia todo.
Peguei as folhas que ele havia tirado da mochila e comecei a ler.Pudi ouvir ele soltar um longo suspiro,mas logo ele já estava ao meu lado me explicando.
A cena era rápida e claro terminava com "um beijo decentemente beijado";Eu chegava no Carlos aflita e dizia que estava grávida,ele inicialmente entrava em choque,depois me perguntava se eu tinha certeza,eu dizia que sim,ele me perguntava o que iriamos fazer quanto a isso,eu começava a chorar e dizer que não sabia,então ele me abraçava e dizia que só tinha uma solução,eu perguntava qual e protegia a barriga,dizendo que não iria abortar,ele sorria e me mostrava uma caixinha de veludo,dizia que estava esperando o momento certo,mas,que o destino já resolveu isso,ajoelhava-se me pedia em casamento,eu aceitava é claro e depois ele dizia o quanto me amava e que agora eu carregava o fruto do nosso amor,então ele me pegava no colo me girava uma vez no ar e após eu dizer que o amo nos beijávamos.Fim.
Eu li e reli várias vezes,mas ainda não entendia uma coisa.
_Por que isto está tão meloso e por que você praticamente vai roubar a cena ?
Eu só fazia basicamente chorar e entrar em desespero,argh,se um dia isso vier acontecer comigo,o que espero que não,certamente eu não serei essa manteiga derretida.
_Concordo,mas digamos que foi a Madá que escreveu isso e ela assiste muito romance.
Ele disse na defensiva,mas continuava rindo da minha cara de indignação.
_Por que você não me pediu,eu com certeza iria criar algo menos meloso e bom.
_Ah..claro que ia,consigo até imaginar,você ia dizer,Carlos eu ti odeio,você não presta,pois você só quer brincar comigo e não entende os meus sentimentos,então eu diria que você tem razão,ti agarraria a força e ti daria um beijo,por que a cena pedi um e só por isso se não você nem colocava e para finalizar você me daria um tapa na cara e pediria para eu ti esquecer.Certo ?
Ele cruzou os braços me encarando,mas eu realmente não tinha argumentos,para a sua tamanha cara de pau e falta de criatividade.
_Só que não,né.Vamos fazer do jeito que a Madá escreveu,mesmo sendo meloso,tenho certeza que a professora vai gostar.
_Certeza como ?
_Ela tem cara de quem gosta de coisas melosas.
Começamos a fazer a cena para valer,mas eu não conseguia levar a sério,definitivamente eu não nasci para ser atriz.
_Bruna,para de gracinha,vamos do começo.
Carlos estava ficando irritado,pois eu sempre ria da cara de espanto que ele fazia,quando eu dizia que estava grávida,era engraçado pois era perfeita.
_Ok,foi mal,vou falar de novo.
Me virei de costas para "entrar no personagem",fiz uma cara de sofrimento e disse em uma voz com mais sofrimento ainda,já me virando.
_Carlos,estou grávida.
Em seguida ouvimos um barulho no corredor e fomos para lá,uma das empregadas recolhia algo que havia derrubado em frente a minha porta,catou tudo o mais rápido possível,murmurou um desculpa e saiu praticamente correndo.
_Acho que ela ouviu.Coitada.
_Coitada de mim que tenho que aturar empregados fofoqueiros.
Puxei Carlos de volta para o quarto e fechei a porta que antes estava aberta,para evitar mais um mal entendido.
_Dessa vez ficou realmente bom,tenta fazer de novo.
Fiz e realmente a cena estava ficando,até legal,melosa,mas legal.Eu conseguia até chorar como uma boba,Carlos fazia tudo direito,sem nem parar para pensar que não era para valer;Já estava na parte que ele se abaixava e me pedia em casamento,eu aceitei,mas quando ele começou a dizer que me ama,uma dor muito real tomou conta do meu peito,de certa forma,eu queria que fosse verdade,saber que ele realmente me ama seria bom,mesmo eu não amando-o,eu sinto algo forte,mas não é amor.
_Bruna ?
Carlos já estava em pé novamente me encarando.
_Desculpa,eu esqueci a próxima parte.
Menti,nunca o diria que fiquei triste por ele ter dito que me ama e não ser verdade.
_Vai mentir para mim ?
Ele não me deixou responder,me abraçou apertado e instantaneamente levei minha cabeça ao seu ombro e sim eu estava chorando e ensopando seu casado,mas ele não parecia se importar.
_Eu sei o quão confuso é o seu sentimento por mim e desculpa por não tentar facilitar as coisas para o seu lado.
_Isso por que você é um idiota.
Disse com a voz ainda embargada,mas nós começamos a rir ainda abraçados.Poucos minutos depois eu já não estava chorando,apenas nos abraçávamos um perdido nos braços do outro,Carlos me deu um beijo na testa e se afastou,olhando nos meus olhos.
_Podemos continuar ?
Apenas balancei a cabeça,então ele sorriu ainda me olhando nos olhos,me pegou no colo sem esforço,me girou uma vez no ar e esperou eu dar a sua deixa que era eu dizer "eu te amo",se ouvir Carlos dizer que me ama foi difícil,imagina eu dizer para ele,felizmente ele não me apressou apenas continuou sorrindo e aguardando,quase dois minutos depois,respirei fundo,fechei meus olhos e os abri encontrando os olhos negros e inebriantes de Carlos,levei uma mão ao seu rosto e finalmente disse a deixa para o beijo.
_Eu te amo.
Sem delongas ele levou seus lábios nos meus,ele pediu passagem e eu dei,o beijo logo ficou mais intenso,meu coração parecia que iria sair pela boca,mas nesse momento ela estava ocupada;Lentamente ele começou a me deslizar para o chão e agarrou minha cintura me fazendo ficar totalmente grudada a ele,mas eu era mais baixa que ele estava ficando cansada de estar nas pontas dos pés,ele deve ter percebido e me ergueu,automaticamente enlacei sua cintura com as minhas pernas,uma parte da minha mente gritava que era melhor parar,pois eu nunca havia passado de beijos,mas a parte menos coerente da minha mente dizia,para aproveitar,e eu fiquei com a última.