WELDER E A SEITA DE SANGUE (prólogo)

Welder e a seita de sangue é a segunda parte da série de aventuras do jovem guerreiro.

PRÓLOGO: ... A passos lentos, um grupo de desconhecidos seguia por entre a mata clareando o caminho com tochas. Como coincidência todos vestiam-se de mantas negras, sendo que tocas largas ocultavam suas faces, muito semelhante a monges.

Dentre esse grupo, três figuras eram interligadas por uma corrente amarrada em suas pernas e pareciam seguir contra a própria vontade.

A seita desconhecida encerrou o percurso à beira de um extenso rio de águas mansas cujo um véu de neblina névoa esbranquiçada flutuava por cima. Uma brisa gelada soprava causando arrepios de tão fria.

Um dos participantes se aproximou do rio e estendeu as mãos para o céu, enquanto os demais cessavam a oração.

__Esta noite daremos sentido ao nosso propósito de mudar este mundo. Traremos de volta à vida aquele que trará índole e significado a nossa seita.

Abaixou as mãos e acenou para as três figuras amarradas pelas correntes:

__Tragam os puros sacrifícios.

Assim que tirados os capuzes, foi possível ver a imagem de três belas jovens de feições frágeis e delicadas. Eram duas morenas e uma loira, ambas com feições entristecidas e comoventes, impossibilitadas de falar devido as bocas amordaçadas.

O líder do grupo ergueu as mãos para o céu novamente e pronunciou mais das estranhas palavras. Fechou os olhos e pediu em oração:

__Receba ò Lorde das trevas, três sacrifícios de puro sangue como descrito no ritual.

Ambas tiveram suas mãos desamarradas por um lacaio e removidas as mordaças de suas bocas. Ao contrário das outras, a loira cujos olhos eram de um azul maravilhoso, conteve as lágrimas e contestou:

__Vocês não sabem o que estão fazendo, estão tirando nossas vidas em prol do mal. Se arrependam enquanto há tempo.__ disse em tom sereno.

Não houve revide. Sem piedade alguma, todas ainda amarradas foram atiradas nas águas negras do rio gelado e pelo fato de estarem presas seria mais difícil vir até a margem.

__Socorro! Eu não sei nadar!__ gritou uma delas.

__Vamos morrer de frio, nos ajudem!__ outra.

Nenhum membro do grupo se manifestou a respeito. O líder com os olhos fixos nas vitimas deu mais uma ordem:

__Tragam o inocente de puro devoto.

Um dos participantes se pôs a frente, desta vez de livre arbítrio. Trazia nas mãos um punhal afiado. Parou a beira do rio e sussurrou:

__Só meu sangue pode acordá-lo.

Estendeu um dos braços e passou lentamente a lâmina no pulso esquerdo deixando o sangue sedento escorrer e difundir-se entre as aguas escuras.

O grupo de repente pronunciou palavras em ritmo acelerado e como que ensaiado cessaram, deixando tudo em pleno silencio.

O rio de leito até então calmo, desencadeou uma série de movimentos aleatórios em pontos diferentes. Tal acontecimento resultou na formação de pequenas ondas. Em questão de segundos uma por uma das três garotas foram puxadas subitamente para dentro d’água por uma presença até o momento não vista. O sangue de ambas emergiu em uma cena de arrepiar os cabelos.

Um pancada de vento se alastrou por toda a região, ameaçando até mesmo apagar o fogo das tochas do grupo de desconhecidos. Em um fenômeno sobrenatural as águas do rio se leVantaram formando duas divisórias de tamanho soberano e permaneceram suspensas por uma força invisível.

E eis que em meio ao pântano lodoso agora visto devido a ausência de água, havia a presença de uma pessoa de joelhos. Tinha cabelos longos que caíram para frente dificultando a visualização de seu rosto. Despido de roupas era possível ver sua pele pálida tão branca como a neve, dando até mesmo para ver suas veias viçosas.

O integrante dado como inocente de sangue puro jogou o punhal no chão e entrou em meio ao pântano sem se importar com presença do musgo negro. Caminhou entre o espaço deixado pelas águas e estendeu a mão de modo gentil ao homem ajoelhado.

O estranho despido apertou a mão do companheiro e leVantou com as pernas ainda trêmulas, mas quase caindo. Era como se tivesse realmente passando por uma nova experiência. Permaneceu cabisbaixo não se incomodando com os cabelos sob sua face. E num súbito gesto segurou o pulso do cumplice até sua boca e passou a língua em seu sangue ainda fresco. Seu corpo estremeceu de prazer, um prazer inigualável que mexeu com todos os seus sentidos.

__Sangue...__ sussurrou __ ...Preciso de sangue, mas não o seu.

__Há muito sangue para vossa alteza__ lhe respondeu o integrante também em cochicho__ E será seu.

__Encantado... preciso iniciar minha vingança contra Encantado.

__É pra lá que vamos. E lá vossa alteza terá todo o sangue que precisar.

__Sim. Minha raça será reestabelecida e derramarei o sangue de todos, se necessário.

E deu um longo piscar de olhos, mostrando que os mesmos eram de uma aterradora cor vermelha...

Jeferson Melo
Enviado por Jeferson Melo em 03/06/2013
Reeditado em 03/06/2013
Código do texto: T4323153
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