Mudando a letra da vida – Cap. 13

Alice Brienza.

Parecia que eu iria morrer com toda declaração do Caio. Eu pensava nele sempre que possível e ainda não sabia bem o que sentia, mas eu gosto dele, gosto de uma forma irracional e estranha, algo que me deixe sem ar, sem fala.

- É Caio! Serio? - Disse Carol chegando com a Bianca ao seu lado.

Nos separamos sem graça e ele foi na direção dela para tentar se explicar.

- Deixa eu te explicar...

- Me explicar? - ela estava transtornada. - Não à o que explicar! Você esta me fazendo de otária.

Todos estavam confusos, nervosos e exaltados. Um guarda mandou sairmos para não atrapalhar as outras pessoas, fomos praticamente expulsos.

- Você não tem noção do que seja um cinema? - Me irritei sem saber por que. - Se faz de patricinha e melhor que todo mundo, mas no fundo é uma barraqueira.

Aproximamo-nos e um dedo foi colocado em minha direção, encarei.

- Você sempre quis ser eu, sua italiana do Paraguai. Por que você não volta pra sua terra?

- Italiana do Paraguai é a... - Fui interrompida com o Caio me puxando e a Bianca puxando ela. Acho que estávamos quase perdendo a linha, quase.

- Depois nos falamos Alice. - Bianca levou a Carol para longe.

- Todo mundo vai saber como você não presta! - Gritou Carol de longe. - Vou fazer da sua vida um inferno!

***

Não percebi que estava chorando. Caio me puxou e sentamos em um banco da praça próximo ao cinema.

-Ei. - Ele segurou minha mão. - Não chora, vai ficar tudo bem.

- Você acha que quero chorar? - Puxei minha mão. - Ela diz que eu queria ser como ela, mas é ela quem nunca gostou de mim, me tratou mal todas as vezes que podia, e me fazia se sentir um lixo. - funguei.

- A Carol é legal, ela só esta com raiva. Deve estar se sentindo enganada.

- Se for defender ela é melhor ir lá!

Levantei-me, mas ele me puxou com força para o banco, me pegou e abraçou-me.

- Já disse, vai ficar tudo bem. - nos olhamos. - Eu estou aqui.

Então aconteceu. Não me reconheci ao puxá-lo pela nuca e beija-lo. Parecia que íamos nos comer vivos, pois meu corpo ficou quente e me senti derretendo, meus cabelos saiam para todos os lados enquanto nos agarrávamos freneticamente, e mesmo sendo virgem pensei em sexo. Senti certa vergonha e excitação com esses pensamentos.

***

A luz batia em meus olhos e me senti como um vampiro. Tentei entrar de baixo das cobertas, mas algo familiar aconteceu. Minha mãe me puxou.

- Vamos acordando raio de sol! - Estava animada.

Sentei-me na cama e arrumei os cabelos, caminhei em direção ao banho, me arrumei e desci para o café.

- Bom dia! - disse ela se se sentando à mesa. - Podemos conversar sobre ontem?

- Sobre o cara que você esta ficando?

- Não... Sobre você ter chorado, e sobre eu ver um garoto te trazendo até a porta.

- Eu não chorei. - Mordi um pedaço de pão. - E só era o...

A campainha tocou e minha mãe foi atender alegre, parou na porta antes de abri-la.

- Não queria conhecer o "cara" ele veio tomar café com a gente.

Fiquei tensa por um momento. Nunca imaginei minha mãe com outro cara, e mesmo dizendo que estava tudo bem, ainda era estranho.

A porta se abriu e lá estava quem eu menos esperava. O senhor metido a rico do primeiro dia de aula e seu filho.

- Caio?