Quem dita os valores na sociedade?
Quem dita os valores
Com o recente caso da venda de sua própria virgindade, Catarina Migliorini vai à berlinda das discussões sobre valores e dinheiro. Mas será mesmo em sua ação que reside o problema?
Vale lembrar que a transação foi feita por adultos conscientes, dentro da lei e não prejudicando a sociedade diretamente.
Podemos, então, questionar a mídia: por que tanto estardalhaço? Será por que Catarina é de família abastada, ou pelo preço exorbitante? Afinal, milhares de mulheres anônimas vendem seu corpo diariamente sem aparecer em capa alguma. Quem é machista ou patriarcal, a que vende sua virgindade ou quem anuncia isso com sensacionalismo?
Se houve consentimento de ambos, não existe razão para tamanho alvoroço. Seria bom se depositássemos toda a atenção que esse caso está repercutindo, nas mulheres que ganham a vida como prostitutas por não terem condições de vida e oportunidades. Porém, aparentemente as pessoas não se interessam em resolver problemas sociais que envolvam pessoas em estado de extrema necessidade.
A própria Catarina define a venda de sua virgindade como um ato de liberdade e não prostituição. Isso deve ser levado em consideração, quer corresponda ou não à ética que cada pessoa carrega consigo.
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O artigo de vocês assume uma posição relativista, colocando a ética à condição de escolhas individualistas do sistema social.
Porém, há de se pensar também que a ética e nossas escolhas estão endossando ou não algumas práticas sociais inadequadas ou injustas, quando queremos uma transformação social mais radical como o respeito às mulheres na sociedade e não uma opção sensacionalista e isolada pela mídia para angariar um público ou conseguir mais popularidade ou venda.
Todo posicionamento é ideológico e, portanto, político.
Pensem mais nisso em que agora lhes enviei.
Com minha amizade e respeito,
Prof. João Bosco