O culto dos mortos: uma visão religiosa e antropológica que permeia o estudo dos cemitérios...

O culto dos mortos

A própria palavra desperta o medo no coração das pessoas. Normalmente a morte é considerada tão incompreensível quanto inevitável. As pessoas mal conseguem falar a respeito, perscrutar além da palavra em si e se permitir contemplar suas verdadeiras implicações. Esta é uma reação compreensível, pelo fato de que tantas pessoas pensam sobre a vida como nada mais que um estado no qual o corpo humano está biologicamente ativo.

Mas é hora de nos perguntarmos:

• O que acontece após a morte, se é que acontece?

• O que a morte realmente significa?

• Quais são as ideias sobre a morte de diferentes religiões?

A morte pode ser considerada um dos maiores enigmas, entender a morte significa realmente entender a vida.

Visão da morte em diferentes religiões

De maneira geral, cristãos, islâmicos e judeus acreditam que após a morte há a ressurreição. Já os espíritas creem na reencarnação: o espírito retorna à vida material através de um novo corpo humano para continuar o processo de evolução. Algumas doutrinas acreditam que as pessoas podem renascer no corpo de algum animal ou vegetal. Em algumas religiões orientais, o conceito de reencarnação ganha outro sentido: é a continuação de um processo de purificação. Nas diversas religiões, o homem encara a morte como uma passagem ou viagem de um mundo para outro.

• Doutrina niilista

Sendo a matéria à única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo.

• Doutrina panteísta

O Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal. Individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, com a morte, à massa comum.

• Dogmatismo Religioso

A alma, independente da matéria, sobrevive e conserva a individualidade após a morte. Os que morreram em 'pecado' irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso.

• Budismo

O Budismo prega o renascimento ou reencarnação. Após a morte, o espírito volta em outros corpos, subindo ou descendo na escala dos seres vivos (homens ou animais), de acordo com a sua própria conduta. O ciclo de mortes e renascimentos permanece até que o espírito liberte-se do carma (ações que deixam marcas e que estabelece uma lei de causas e efeitos). A depender do seu carma, a pessoa pode renascer em seis mundos distintos: reinos celestiais, reinos humanos, reinos animais, espíritos guerreiros, espíritos insaciáveis e reinos infernais. Estes determinam a Roda de Samsara, ou seja, o transmigrar incessante de um mundo a outro, ora feliz e angelical, ora sofrendo terríveis torturas, brigando e reclamando. Em qualquer um destes estágios as pessoas estão sujeitas a transformações.

De acordo com o Livro Tibetano da Morte, existem 49 etapas, ou 49 dias, após a morte.

• Hinduísmo

A visão hindu de vida após a morte é centrada na ideia de reencarnação.

Para os hinduístas, a alma se liga a este mundo por meio de pensamentos, palavras e atitudes. Quando o corpo morre ocorre a transmigração. A alma passa para o corpo de outra pessoa ou para um animal, a depender das nossas ações, pois a toda ação corresponde uma reação - Lei do Carma.

• Judaísmo

O judaísmo crê na sobrevivência da alma, mas não oferece um retrato claro da vida após a morte, e nem mesmo se existe de fato.

• Islamismo (Religião Muçulmana)

Para o islamismo, Alá (Deus) criou o mundo e trará de volta a vida todos os mortos no último dia. As pessoas serão julgadas e uma nova vida começará depois da avaliação divina. Esta vida seria então uma preparação para outra existência, seja no céu ou no inferno.

• Espiritismo

Defende a continuação da vida após a morte num novo plano espiritual ou pela reencarnação em outro corpo. Aqueles que praticam o bem evoluem mais rapidamente. Os que praticam o mal recebem novas oportunidades de melhoria através das inúmeras encarnações. Creem na eternidade da alma e na existência de Deus, mas não como criador de pessoas boas ou más. Deus criou os espíritos simples e ignorantes, sem discernimento do bem e do mal. Quem constrói o céu e o inferno é o próprio homem.

• Igreja evangélica

Como no catolicismo, os evangélicos acreditam no julgamento, na condenação (céu ou inferno) e na eternidade da alma. A diferença é que o morto faz uma grande viagem e a ressurreição só acontecerá quando Jesus voltar à Terra, na chamada 'Ressurreição dos Justos', ou, então, aqueles que forem condenados terão uma nova chance de ressurreição no 'Julgamento Final'. Os que morrerem sem Cristo como seu Deus também receberá um corpo especial para passar a eternidade no lago de fogo e enxofre.

• Igreja Adventista do Sétimo Dia

Na Igreja Adventista do Sétimo Dia, os mortos dormem profundamente até o momento da ressurreição. Quem cumpriu seu papel na Terra recebe a graça da vida eterna, do contrário desaparece.

• Igreja Batista

Creem na morte física (separação da alma do corpo físico) e na morte espiritual (separação da pessoa de Deus). Os que, após a morte física, acreditam ou passam a confiar em Jesus Cristo, vão para o Paraíso onde terão uma vida de paz e felicidade. Com a morte espiritual, a alma vai para o Inferno para uma vida de angústia, sofrimento, dor e tormentos.

• Catolicismo

A vida depois da morte está inserida na crença de um Céu, de um Inferno e de um Purgatório. Dependendo de seus atos, a alma se dirige para cada um desses lugares.

Purgatório

Até meados do século 12, para muitos cristãos, o céu e o inferno eram os únicos destinos da alma após a morte. As pessoas boas, que haviam levado uma vida modesta e santa, subiam aos céus. Os maus e pecadores estavam condenados ao inferno e sujeitos a todas as penas ali presentes, como a fome e a dor descritas no Apocalipse bíblico.

As pessoas iam mais à Igreja, pois temiam este fim; para isso, tentavam seguir à risca o que os padres pregavam. Daí nascia a dúvida, e aqueles que não eram nem totalmente bons nem completamente maus? Neste momento, nasceu a ideia de salvação que havia começado a ser desenhada algum tempo antes, no século IV, pelo teólogo Aurélio Agostinho que mais tarde tornou-se conhecido como Santo Agostinho.

Os que estavam mais vulneráveis para a maldade tinham como fim o inferno, no entanto teriam a chance, por meio das orações realizadas pelos vivos, de amenizar seu sofrimento. Já as pessoas que não haviam sido totalmente boas passariam por uma purgação para, possivelmente, alcançar o paraíso. Naquele tempo, o purgatório não era um lugar, mas uma ideologia de salvação. A imagem dele como um "além" intermediário só se originou na cristandade entre 1150 e 1250. Muito antes de os cristãos criarem o purgatório, outras religiões já tinham a crença em um lugar intermediário, onde os que cometeram pecados leves poderiam se redimir de seus erros.

As pessoas justas seriam conduzidas a um mundo de luz, já os maus sofreriam punição no inferno. E os que levaram uma vida intermediária passariam por um período de trevas, seriam comidos pelos deuses e iniciariam um ciclo de renascimentos de perfeição até atingirem o paraíso.

Já para a religião judaica antiga, havia uma categoria composta por homens nem bons nem maus. Eles sofreriam um castigo temporário após a morte, para alcançarem o Jardim do Éden.

Grupo: 3ºB ETEC PROF. DR. JOSÉ DAGNONI - Santa Bárbara D'Oeste, SP:

Anderson Lima 04

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Samuel Felipe 32

Anderson Lima, Jefferson Andrade e Jasimo Oliveira e Samuel Felipe
Enviado por J B Pereira em 21/04/2013
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