Sete noites IV

Sangue e terra parte 2

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obs:.

gente na verdade Sangue e terra era um capitulo só ,mas ao rele-lo achei que ficou grande e cansativo demais ,por isso coloquei em duas partes.

Ah e apenas para melhor compreensão da história a tradução de Ravenshelter,a cidade em que se passa a trama, significa ''Esconderijo do Corvo''.

Se alguém tiver qualquer duvida ou sugestão basta comentar.Boa leitura.

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''Os lobos, meu amor, irão chegar

Levando-nos para casa onde

O pó um dia foi um homem

Existe vida antes da morte?

Desejamos muito?

E nunca admitimos''

Nightwish

Fizeram uma enorme fogueira que lançava luz bruxuleante sobre sobre uns vinte rostos em volta dela.Eu observei cada um deles,tentando memorizá-los,e eles me olhavam de volta,com a mesma desconfiança no olhar.

Sentei ao lado de Lizie,a unica que me passava algum tipo de segurança.Percebi que havia muitos calouros lá também e eles pareciam tão tensos quanto eu .Embora nossos motivos sejam completamente diferentes.

Depois que chegamos ao estacionamento,Tom logo me deixou para trás e começou a conversar com todo mundo,como se nem tivessemos chegados juntos,e isso me irritou um pouco,quase a ponto de voltar para o meu quarto.

O estacionamento parecia muito diferente á noite,mas sombrio talvez,e Lizie não mentiu sobre o frio.

Eu estava desconfortavel,sentada no chão ,pensando se ali estaria o assassino da minha melhor amiga.Era bizarro.

-Vamos logo com isso,não temos a noite toda!-reclamou alguém.

Tom se virou para a pequena multidão e sorriu friamente.

-muito bem então,vamos ao show.-disse ele,aproximando-se e encarando cada um de nós.

-Para todos os calouros que ainda não conhece as lendas desta terra a qual estao pisando agora,-ele fez uma pequena reverencia -Sejam todos muito bem vindos ao bico do corvo.

Houve um murmurio vindo de alguns alunos mais velhos, provavelmente já cansados de ouvir a mesma história todos os anos.

Tom encarou a fogueira por alguns instantes,aparentando estar hipnotizado por ela,e então seus olhos perdidos se moveram para nós,muito lentamente.

-Há muitos atrás,tantos que mal posso contá-los,este local ficou coberto por uma névoa negra,uma maldição terrível que dizem que ainda a domina esta região ...

Ele deu alguns passos,parando muito perto de mim,mas não chegou a me olhar.

-Havia uma pequena cidade aqui,da qual ninguém sabe o nome.como os acessos pela montanha são complicados e o clima é terrivel,este lugar permaneceu por muito tempo abandonado e poucos o conheciam.Apesar de muito pobre,a vila tinha muitos habitantes e todos eram unidos e viviam relativamente felizes com suas vidinhas pacatas.

Até que um dia de muita tempestade chegou homem misterioso.Ele estava muito bem vestido, aparentava ser culto e era muito bem educado,disse que havia se perdido na estrada e que acabara sem querer encontrando a pequena vila.

Os habitantes movidos pela curiosidade o acolheram,e passaram a tratá-lo como um rei, estavam ávidos para descobrir sobre aquele estranho mundo da qual ele viera.

E pouco a pouco ele fora se acostumando a aquele lugar,a aquela gente,e como era ali muito bem tratado,decidira ficar.

Só que aquele homem trazia consigo um virus mortal.Algo que marcaria com sangue esta terra que agora nós pisamos...

Não passou muito tempo e Jhon começou a divulgar seus ensinamentos,algo que ele dizia ser uma fonte de poder inesgotável,que faria daqueles simples aldeões mais sábios e mais poderosos que reis.

Pobre daquela gente ignorante,que ,iludida com suas promessas ,começaram a praticar magia negra.

Esta terra nunca foi tão farta e tão sacrificada.Cegos com a ganancia pelo poder,eles não se contentavam mais com uma boa colheita ou uma semana sem chuva,punham suas vontades acima de tudo e começaram a se julgar deuses.

Mas a magia também cobrou seu preço,e uma terrível doença assolou aquela população.Parecia que uma força maior estava contra eles,a doença matava e mutilava seus filhos,a água se tornara contaminada e a comida cada vez mais escassa.

E então, no meio de toda aquela tragédia,Jhon soube que teria um filho.

Assim que havia chegado ali havia se apaixonado por uma moça muito bonita,porem astuta e ambiciosa que fora sua melhor discipula. Ela havia quase o superado em conhecimento e tão poderosa que inventava seus próprios encantamentos e mesmo estando vivendo um tempo obscuro e incerto,ficaram felizes .

Até ela cair doente,e antes de morrer dar a luz a um bebê cheio deformidades.Jhon quase enlouqueceu,sabia que também era culpado por aquela maldição e resolveu se reunir com alguns aldeões para decidir o que fariam com a criança.

A decisão foi unanime,a criança deveria morrer,mas Jhon foi incapaz de matar o proprio filho,e o jogou-o na floresta e amaldiçou-a ,para que ninguem mais pudesse adentrá-la e matar seu querido filho.

e fim!?

ele balançou a cabeça.

-Nem perto disso,

os aldeões começaram a morrer de fome,poucos suprimentos chegavam e depois que Jhon amaldiçoou a floresta ninguem mais saiu de lá vivo,por isso não podiam caçar.

E as pessoas continuaram a morrer,e cada vez havia mais desespero nas ruas.E vendo que era tudo por sua culpa,Jhon tomou uma decisão drástica.já que não havia nada para comer e sua magia se mostrava ineficiente,só havia uma escolha... se alimentar dos corvos.

Era repugnante,o mesmo ser que devorava seus mortos alimentava os vivos.Mas com o tempo,todos se acostumaram,e nem se importavam mais.e então uma coisa começou a acontecer uma coisa terrivel...

E não tão longe dali,aquele bebê que fora abandonado ao nascer,crescia saudável e cada vez mais repugnante,sendo cuidado por uma alcateia de lobos.

Um dia,estava rodeando a regiao,ate que encontrou a aldeia,sentiu a magica fluir daquele local,havia um cheiro estranho no ar.e ele se deparou com uma estatua,não tinha o conhecimento necessario para entender,mas estava frente a frente com um idolo,o próprio Ravennmortt e Jhon o viu e o reconheceu e mal acreditou no que estava vendo,seu filho voltara.

Secretamente se dedicou ao garoto, e o ensinou a falar e a ler,ensinou a ele os segredos do oculto e cada vez o garoto ficava mais inteligente,mas ao cair da noite ele voltava para a alcateia,pois considerava os lobos sua verdadeira familia.

Não demorou muito para os aldeões descobrirem,prenderam o garoto em uma jaula e chamaram Jhon para ver o sacrificio que fariam a Ravennmortt,e assim talvez se livrar daquela maldição.

Porém Jhon se recusou a deixarem que decidissem o destino de seu filho outra vez,e com feitiços o liberou da jaula e pediu que corresse.

O garoto,espantado por saber que seu próprio pai o havia abandonado,encheu-se de fúria e o matou, fugindo para a floresta.

Lá,encontrou com a sua familia,porem se sentia abandonado,pois estava ciente do que eles eram agora,meros animais.Isso o afligiu por várias noites,até que decidiu usar a magia para transformá-los.

E então com eles retornou a aldeia e ....''

Há um barulho indecifravel e então vejo um garoto estranho, alto e forte ao lado de Tom ,encarando-o.

-Ainda contando lorotas para os calouros Tom?-debochou o garoto,sacudindo a cabeça.Há um grupo atrás dele,todos parecendo ser bem mais velho e duros também,pareciam vindos de um reformatório.

O garoto chuta uma latinha de cerveja nos pés de tom,provocando-o,eles quase partem para briga,mas Lizzie os espara.

Tudo acontece tão rapido que acho que mal pisquei,eu me levanto por impulso,esperando algo acontecer,mesmo não sabendo o que.

-Fique fora disso!-Tom disse com os dentes cerrados.

- Porque?Vai me assustar com as suas lendas bobas,ja to me borrando todo...

Tom tenta ir para cima dele,que apenas sorri.Alguns alunos mais velhos levam Tom para longe ,e nós ficamos todos lá em pé,sem saber o que fazer.

O garoto nos olha por um instante e depois dá um sorriso ironico.

-É ...acho está na hora de todo mundo ir para cama e enfrentar seu proprio pesadelo.Boa noite á todos.

E se foi,com a sua gangue.

-Mas o que foi aquilo???-questionei,estarrecida.

-É só o Adrian e o grupinho idiota dele.Aqueles caras se acham melhor que todo mundo.-falou uma menina alta e magra,que estava ao meu lado

-idiota é pouco,esses caras se acham no direito de fazer o que querem,eu não sei como não são punidos,sendo que vivem aprontando.-complementou Lizie.

E então eu percebo.É exatamente o tipo de pessoas que poderia cometer um assassinato.Tenho meus primeiros suspeitos.

Talita Novais
Enviado por Talita Novais em 27/03/2013
Código do texto: T4210285
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