Melhor fim

De mansinho foi me aninhando, estendendo seus braços em minha volta. Soube ocupar um espaço, há muito tempo vazio e eu passei a dar boas vindas a ela. Em meio a um céu sem lua e sem estrelas. Comecei a me desabituar de uma dor que havia aprendido a ter como companheira. No entanto, dessa vez, não sorrateira, chegou e me abraçou apertado, – deve ter sido a saudade- um abraço doloroso que quebrou todo o meu corpo. Tudo bem, talvez nem tivesse sido culpa dela e o melhor, eu ainda estava vivo. Mas estando vivo, pude perceber que algo em meu peito também havia sido atingido, doía mais que no resto e talvez ter sobrevivido, não tivesse sido o melhor fim.

Edson Veloso
Enviado por Edson Veloso em 09/03/2013
Reeditado em 09/03/2013
Código do texto: T4179123
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