Era uma vez...Eu! Cap.16
Não muito tempo depois ouvi batidas na porta seguido de um "posso entrar ?"...meu pai.
_A casa é sua.
A porta se abriu e meu pai entrou,parecendo preocupado como se a qualquer momento ele pudesse pisar em algum explosivo.
_Acho que precisamos conversar.
Olhei bem para ele e comecei a sentir minha tristeza se esvair.
_Acho que sim.
Sentei na cama e logo ele se sentou a o meu lado,ainda sem jeito,afinal era a primeira vez que iriamos realmente conversar.
_Filha,eu sei que você está bem crescida e que não precisa ficar sendo vigiada,mas as suas atitudes de ultimamente contradizem o meu argumento e me deixam sem escolhas.
Olhei para as minhas unhas,elas pareciam mais interessante do que a cara de decepção do meu pai.
_Eu sei pai,mas é que,quando eu penso eu faço...não consigo me controlar.
Ele se levantou e andou pelo meu quarto,parecia meio perdido e louca para sair dali,éramos dois.
_Mas deveria,eu ti dou tudo,tudo que posso.
_Não,não me dá.
Me levantei e fiquei encarando-o de braços cruzados.
_Como não ?...você estuda no melhor colégio da região,tem as melhores roupas,tem tudo o que quer,o que mais você poderia querer ?
_AMOR,CARINHO,ATENÇÃO !
Ele pareceu se abalar,mas agora que começamos eu iria até o fim.
_JÁ PAROU PARA PENSAR NISSO ? ME DIGA PAI QUANTO CUSTA O SEU AMOR E EU PAGO,O PREÇO DO SEU CARINHO E EU DOU,QUANTO PAI ?EU PRECISO DE ATENÇÃO E VOCÊ ME DÁ?,NÃO,NÃO DÁ.
Minhas lágrimas rolavam compulsivamente e minha garganta ardia devido a os meus gritos,meu pai parecia mais perdido que nunca.
_Eu te amo Bruna,nunca duvide do meu amor por você.
Meu pai dizia praticamente a os sussurros.Ele deu um passo a frente mas eu me afastei,não queria esse tipo de carinho,carinho por pena.
_Eu não duvido pai,apenas tenho dificuldade para acreditar as vezes.
Nos olhamos e foi como se nos víssemos pela primeira vez em dias.Quando dei por mim já estava em seus braços,chorando e sendo consolada.
_Desculpa pai...eu te amo e sei que também me ama.
_Tudo bem filha e eu reconheço que as vezes não ti dou a devida atenção.
Me apertei mais a ele,sentindo seu perfume e gravando-o em minha memória,pois não era sempre que momentos como esses aconteciam.
_E o almoço com o Carlos ?
_Ele me fez enxergar que minha filha precisava de mim e foi para cara.
_O Carlos ?
Perguntei com tom de incredulidade;Quantas vezes mais ele vai me ajudar,direta ou indiretamente?
_Filha,não faça essa cara ele é um ótimo rapaz.
Ele disse sorrindo.
_Ele pode até ser um ótimo rapaz,mais eu e ele não nos damos bem.
_Os opostos se atraem.
Olhei para o meu pai séria.
_Pai,eu sei que você gosta do Carlos e que acha ele um ótimo rapaz e tal,mas não crie falsas esperanças,por favor.
_Tudo bem,se você diz não está mais aqui quem falou.Está com fome ?
_Faminta.
_Ótimo,então se arrume que sairemos para almoçar fora.
_Pizza ?
_Pizza!
_Obrigada pai.
Disse e o abracei novamente.
_Mas você continua de castigo.
_Precisava lembrar ?
Ele beijou minha testa e foi em direção a porta e parou de repente.
_Filha...só mais uma coisa.
_O que pai ?
Ele sorriu um sorriso de menino travesso que me deixou em alerta.
_Você e o Carlos,eu aprovo e apoio.
E saiu fechando a porta me deixando ali ainda sem acreditar no que ouvi da boca do meu pai,olhando para a mesma.