Era uma vez...Eu! Cap.15
Não muitos passos depois deparei-me com algo um tanto estranho,Madá correndo em direção a o pátio e Jhon com cara de tacho,olhando na direção dela.Me aproximei dele já que ela já estava muito longe para ser alcançada.
_O que aconteceu ?
Ele ficou me olhando por um instante.
_Sinceramente,eu não sei.
_Como assim,não sabe ?,ela saiu correndo,resume para mim o que rolou.
Ele pensou mais um pouco e parecia estar tentando entender algo dentro de sua mente.
_Conversamos o tempo todo,ela esta na minha turma e conversamos um pouco na sala também,então agora eu chamei ela para sair e ela saiu correndo.
É realmente não deu para entender,o que aconteceu.
_Você deve ter assustado a Madá.
Falei só de brincadeira.
_Será ?,não era essa a minha intenção.Eu vou conversar com ela.
Ele ameaçou dar um passo,mas eu segurei seu braço.
_Não, deixa que eu vou.
E fui mesmo,dizem que mulheres são curiosos,não sei todas mais eu sou.
Não demorou muito e encontrei ela em um canto perto de uma arvore sentada no chão encostada a o tronco,ela parecia um tanto...sonhadora ?
Me abaixei a o seu lado e a observei por um instante e não, ela não notou minha presença.
_Madá... - chamei baixo e nada -_Madá...-Chamei um pouco mais alto,mas ela parecia estar distante então só me restou...
_MARIA EDUARDA !
_Ahhh! Eu juro que não fui eu...
Ela começou a dizer e eu comecei a rir,foi muito engraçado.
_Bruna ? Você me assustou.
Ela ainda estava com a mão no peito e com a face corada.
_Desculpa,mas você não me atendia,estava meio aérea.
Ela ficou mais vermelha que sei lá o que e olhou em volta constatando que por ali só havia nós duas mesmo.
_Bruh ? posso ti perguntar uma coisa ?
Eu fiquei desconfiada,mas nada como uma pitada de curiosidade para esquecer a desconfiança.
_Claro,sou toda ouvidos.
Ela pareceu pensar novamente e finalmente perguntou :
_Como é beijar ?
Olhei bem para ela e sua cara era de expectativa.
_Beijar ? Tipo beijo,beijo ?
_É Bruh beijo,beijo...igual a os de cinema.
_Você nunca beijou alguém ?
_Claro que sim...digo...não...me ajuda?...por favor.
Respirei fundo,pois eu nunca pensei que alguém me perguntaria isso,mas já que perguntaram...
_Madá,é o seguinte,quando estiver você e o carinha,o carinha e você...então,ai vai rolar um clima sabe,no inicio você pode até não saber o que fazer,mas depois você vai notar que não tem mistério,talvez até role uma "babinha",mas ai vocês nem vão notar...na melhor forma de pensar,pense no beijo como uma dança,onde o rapaz conduz...e no fim das contas vai dar tudo certo e talvez você até,tente algo mais.
Ela estava com cara de sonhadora novamente,mas então ela fez cara de assustada novamente.
_Como assim,algo mais ?
Ops...como explicar "amasso" para uma pessoa que nem sequer deu o primeiro beijo ?
_Hum...estou só brincando,mas agora me conta,por que essa pergunta ?
Ela olhou para as próprias mãos para evitar contato visual.
_É que o Jhon me convidou para sair e então...
_Você saiu correndo...eu vi e ele me explicou,mas quer saber relaxa o Jhon é um bom garoto e não fará nada que possa ti deixar chateada.
Ela me deu um sorriso amarelo e inesperadamente me abraçou e me deu um beijo no rosto.
_Bruh,você é a melhor amiga que eu poderia ter.
Eu sorri quase que instantaneamente e a abracei de volta,o que não sei se foi bom ou ruim,mas pudi ver uma Jessy emburrada e ciumenta olhando de longe e começando a se afastar.
(***)
Já era hora da saída e estava quase perto da saída quando senti alguém segurando meu braço e me puxando.Me virei para um Jhon sorridente.
_Ela disse sim e tenho certeza que você tem algo haver com isso.
E então ele me abraçou,apertado até de mais.
_Jhon...eu preciso respirar...
Ele me soltou.
_Desculpa,mas sei lá...eu sinto que a Madá é diferente.
_Intendo...
_Eu sei que intendi...tchau,vou ver se consigo pagar um sorvete pra ela.
E então vi ele correndo na direção de uma Madá sorridente.
Uma parte minha sentia ciúmes,inveja,mas nada que eu não pudesse controlar.
Voltei a caminhar novamente e desta vez fui parada mais pelo garoto bonitinho que eu "fiquei" na hora da entrada.
_Ei Bruna,topa sair agora ?
Olhei para aquele menino com carinha de chinês,japonês,sei lá para mim eles são todos iguais...e não tinha como dizer não.
_Não,hoje não da.
Como ?,eu não disse isso,então olhei na direção que o menino que eu acho que se chama Tales olhava e que era exatamente atrás de mim.Carlos...
_Carlos,você tá doido ?
O garoto ficou em dúvidas mais me puxou para si.
_Ela quer ir,ela vai.
Carlos me puxou dos braços deles e entrelaçou os braços em minha cintura,me mantendo presa.
_Acontece que hoje ela vai sair comigo.
_Não vou,não.
Ele me soltou e parou na minha frente.
_Tudo bem,pode ir,só que eu vou ser obrigado a ligar para o seu pai com o meu celular novo,já que o ultimo você quebrou.
Ele terminou e ficou sorrindo balançando o celular na minha frente.
_Droga! - me virei para o garoto que parecia confuso -_Tales,desculpa,mas hoje não vai dar.
_Sério ?
Confirmei com a cabeça.
_Bruna,não haverá outra chance e para sua informação é Charles.
E ele saiu ainda resmungando e não muitos passos depois agarrou uma garota ali mesmo.
_Viu do que eu ti livrei ?
Carlos não perdia a chance.
_Eu ti odeio.
_Eu...sei...mais vamos.
_Vamos a onde,eu não vou a lugar nenhum com você.
_Pois é seu pai me pediu para ir almoçar com ele hoje,eu disse que tudo bem e que ainda a levaria para casa,agora vamos,pois não quero me atrasar.
Eu fiquei um pouco chocada,quase nunca meu pai aparecia para o almoço e ele ainda convidou o idiota,ótimo se meu pai prefere garotos,quem sou eu,ele que faça bom proveito com Carlos,o filho que ele nunca teve.
_Que foi ?
_Nada...
E comecei a andar na frente ignorando a voz de Carlos,mas logo ele já estava ao meu lado.
_Bruna,você está com uma cara estranha...tudo bem ?
Tirando o fato de ele me irritar e se tornar o queridinho do meu pai ?
_Tudo ótimo,perfeito,maravilhosamente bem...mais alguma coisa ?
_Eita...relaxa ai garota,por enquanto eu to tranquilo...se for por causa do garoto ainda,foi pro seu bem,se eu disse para o seu pai que chegaria com você,eu vou nem que ti carregue.
_Você não sabe de nada.
Voltei a caminhar na frente dele,mas desta vez ele não falou mais nada e logo chegamos a minha casa.
_Carlos,que bom que veio.
Meu pai já foi logo o cumprimentando.
_Oi,filha.
Ele veio na minha direção,mas eu desviei.
_Tchau,pai.
E comecei a subir as escadas ignorando o dialogo abaixo.
_O que deu nela,Carlos ?
_Não sei,mas se quiser posso conversar com ela.
_Ela não conversa com ninguém,não sei o que ela quer.
_Talvez,só queira atenção...
E já no ultimo degrau,só consegui ouvir meu pai repetir.
_Talvez.
Então finalmente bati a porta com vontade de arranca-la do lugar.