Water Benjamin e Autopoiese (fazer algo bem feito ou elaboração ou práxis...), pré-socráticos em FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Benjamin

PROGRAMA DE FILOSOFIA - 25/07/2012.

PROFESSOR JOÃO BOSCO

Objetivo: refletir sobre temas da modernidade e contemporaneidade a partir da visão de "diversas vertentes de pensamento que constituem a fundamentação do atual debate sobre as ciências", em artigos que questionam as relações das ciências, das técnicas e da sociedade, não de um ponto de vista estritamente "positivista" ou "dogmático", mas com enfoque histórico-crítico.“

Autopoiese

Poiesis, termo grego, significa produção. Autopoiese quer dizer autoprodução. A palavra surgiu pela primeira vez na literatura internacional em 1974, num artigo publicado por Varela, Maturana e Uribe, para definir os seres vivos como sistemas que produzem continuamente a si mesmos. Esses sistemas são autopoiéticos por definição, porque recompõem continuamente os seus componentes desgastados. Pode-se concluir, portanto, que um sistema autopoiético é ao mesmo tempo produtor e produto.

A autopoiese é o "centro da dinâmica constitutiva dos seres vivos". Em outros termos, são ao mesmo tempo autônomos e dependentes. Isso é uma contradição. Essa condição paradoxal não pode ser entendida pela binariedade do sim/não, do ou/ou.

O paradoxo autonomia-dependência dos sistemas vivos é mais bem compreendido por um sistema de pensamento que englobe o raciocínio sistêmico (que examina as relações dinâmicas entre as partes) e o linear. Eis o pensamento complexo, modelo proposto por Edgar Morin.

Você sabia? – O dia 15 de novembro é o Dia Mundial da Filosofia.

Introdução

O termo filosofia, de origem grega, significa amor à sabedoria.

Ela surge desde o momento em que o homem começou a refletir sobre o funcionamento da vida e do universo, buscando uma solução para as grandes questões da existência humana.

A Grécia Antiga é o berço dos pensadores; daí sophos (sábios), no século VI a.C., buscaram explicações para o cosmos em oposião ao mito.

Os Pré-Socráticos

Sócrates se preocupavam com o Universo e os fenômenos da natureza. Seu método era a maiêutica ou parto das ideias. Outros ligaram o cosmos aos elementos como os físicos Tales de Mileto, Anaximandro e Heráclito. Pitágoras defendeu a preexistência da alma como imortal. Demócrito e Leucipo apresentam a ideias de átomos.

Período Clássico

Além de Sócrates, surgiram os sofistas, Górgias, Leontinos e Abdera, que viam na educação o maior recurso para formar o cidadão pleno, o político e o administrador da Polis, via o falar bem ( retórica ), o pensar e o manifestar suas qualidades artísticas.

Para o primeiro, a verdade está ligada ao bem moral do ser humano. só o conhecemos por meio de Platão e Aristóteles.

Período Pós-Socrático

O final do período clássico (320 a.C.) ao começo da Era Cristã, no contexto do final da hegemonia política e militar da Grécia, com o Ceticismo, Epicurismo ( eles defendiam que o bem vinha da prática da virtude. O corpo e a alma não deveriam sofrer para, desta forma, chegar-se ao prazer.),

Estoicismo (Marco Aurélio e Sêneca defendiam a razão a qualquer preço; deve-se deixar de lado a emoção, o prazer e o sofrimento.).

Pensamento Medieval

O teocentrismo de Santo Agostinho se fundamenta no esforço do homem para buscar as verdades sobre o mundo, graças a revelação de Deus na Bíblia e na Igreja.

Traduzindo Platão e Aristóteles, São Tomás de Aquino elabora a doutrina da Igreja e dos Sacramentos na Suma Teológica.

Pensamento Filosófico Moderno

Com o Renascimento Cultural e Científico, o surgimento da burguesia e o fim da Idade Média, as formas de pensar são o antropocentrismo ( homem no centro do Universo ). Destaca-se René Descartes, privilegiando a razão como a base do conhecimento.

No século XVII, o pesquisador e sábio inglês Francis Bacon cria um método chamado empirismo. Thomas Hobbes e John Locke retomam Bacon.

O iluminismo surge no século XVIII com o enciclopedismo em Immanuel Kant, Friedrich Hegel, Montesquieu, Diderot, D'Alembert e Rosseau.

O século XIX é marcado pelo positivismo de Auguste Comte. O ideal de uma sociedade baseada na ordem e progresso e no método científico.

Marx propõe entender o funcionamento da sociedade para poder modificá-la. Através de uma revolução proletária, a burguesia seria retirada do controle dos bens de produção que seriam controlados pelos trabalhadores.

Friedrich Nietzsche faz duras críticas aos valores tradicionais da sociedade, representados pelo cristianismo e pela cultura ocidental. O pensamento deve ser livre de qualquer forma de controle moral ou cultural.

Época Contemporânea

Durante o século XX várias correntes do marxismo e novas propostas surgem a partir de Antonio Gramsci, Henri Lefebvre, Michel Foucault, Louis Althusser e Gyorgy Lukács. A antropologia ganha importância com os estudos de Claude Lévi-Strauss. A fenomenologia é fundada por Edmund Husserl. A existência humana ganha importância nas reflexões de Jean-Paul Sartre, o criador do existencialismo.

Referências

ARRUDA, Maria Lúcia de et al. Filosofando: Introdução à Filosofia. Moderna.

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. Saraiva, 2006.

FILOSOFIA, HISTÓRIA E SOCIOLOGIA DAS CIÊNCIAS, I : abordagens contemporâneas / 1998 Ed. FIOCRUZ

SEVERINO, Antônio Joaquim, A filosofia contemporânea no Brasil / conhecimento, política e educação / 1999 Vozes

LEIS, Héctor, A modernidade insustentável / as críticas do ambientalismo à sociedade contemporânea / 1999 Vozes ; | Ed. da UFSC

ALVES, Rubem, Entre a ciência e a sapiência / o dilema da educação / 1999 Loyola

TRABALHO FINAL

1. ESCOLHA UM DOS FILÓSOFOS ABAIXO E PESQUISE SOBRE A VIDA E O SISTEMA FILOSÓFICO DELE. Não copiar da internet. Você pode até ler da internet ou no Google sobre o filósofo, mas melhor é resumir ou dialogar com o texto da internet, fazendo uma relação específica do filósofo com seu tempo e seu pensamento.

2. Em seu trabalho, faça uma introdução sobre os tópicos mais importantes do pensamento do filósofo. Filósofo é a pessoa dedicada ao estudo da filosofia.

3. Na conclusão, aponte três aspectos do sistema de pensamento do filósofo. Procure ligar esses três aspectos à sua vida cotidiana, mostrando a relevância da reflexão filosófica para a sua vida pessoal e sua crítica ao mundo atual.

Anexo: Lista de filósofos antigos, modernos e contemporâneos, em ordem alfabética.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_fil%C3%B3sofos

A

 Adorno, Theodor

 Agamben, Giorgio

 Agostinho

 Hannah Arendt

 Aristóteles

B

 Beauvoir, Simone de

 Walter Benjamin

 Bergson, Henri

 Boff, Leonardo

C

 Comte, Augusto

 Confúcio

D

 Deleuze, Gilles

 Derrida

F

 Feuerbach, Ludwig

 Foucault, Michel

 Freire, Paulo

G

 Guattari, Félix

 Galilei, Galileu

H

 Habermas, Jürgen

 Hegel, Georg

 Heidegger, Martin

 Hobbes, Thomas

 Hume, David

 Husserl, Edmund

K

 Kant, Immanuel

 Kierkegaard, Søren

L

 Lukács, George

 Lao-Tsé ou (Lao Tzu)

M

 Marx, Karl

 Melisso de Samos

 Maritain, Jacques

 Merleau-Ponty, Maurice

 Montesquieu, Charles du

O

 Ortega y Gasset, José

P

 Pascal, Blaise

 Platão

R

 Ricoeur, Paul

 Rousseau, Jean Jacques

S

 Sartre, Jean-Paul

 Schopenhauer, Arthur

 Sócrates Ateniense

 Spinoza, Baruch

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Walter Benedix Schönflies Benjamin (Berlim, 15 de julho de 1892 — Portbou, 27 de setembro de 1940) foi um ensaísta, crítico literário, tradutor,filósofo e sociólogo judeu alemão.

Associado à Escola de Frankfurt e à Teoria Crítica, foi fortemente inspirado tanto por autores marxistas, como Georg Lukács e Bertolt Brecht, como pelo místico judaico Gershom Scholem. Conhecedor profundo da língua e cultura francesas, ele traduziu para o alemão importantes obras como Quadros Parisienses de Charles Baudelaire e Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust. O seu trabalho, combinando ideias aparentemente antagónicas do idealismo alemão, do materialismo dialético e do misticismo judaico, constitui um contributo original para a teoria estética. Entre as suas obras mais conhecidas, contam-se A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica (1936), Teses Sobre o Conceito de História (1940) e a monumental e inacabada Paris, Capital do século XIX, enquanto A Tarefa do Tradutor constitui referência incontornável dos estudos literários.

Suas ideias

Benjamin tinha seu ensaio “A Obra de Arte na Época de sua Reprodutibilidade Técnica” na conta de primeira grande teoria materialista da arte. O ponto central desse estudo encontra-se na análise das causas e consequências da destruição da “aura” que envolve as obras de arte, enquanto objetos individualizados e únicos. Com o progresso das técnicas de reprodução, sobretudo do cinema, a aura, dissolvendo-se nas várias reproduções do original, destituiria a obra de arte de seu status de raridade. Para Benjamin, a partir do momento em que a obra fica excluída da atmosfera aristocrática e religiosa, que fazem dela uma coisa para poucos e um objeto de culto, a dissolução da aura atinge dimensões sociais. Essas dimensões seriam resultantes da estreita relação existente entre as transformações técnicas da sociedade e as modificações da percepção estética. A perda da aura e as consequências sociais resultantes desse fato são particularmente sensíveis no cinema, no qual a reprodução de uma obra de arte carrega consigo a possibilidade de uma radical mudança qualitativa na relação das massas com a arte. Embora o cinema, diz Walter Benjamin, exija o uso de toda a personalidade viva do homem, este priva-se de sua aura. Se, no teatro, a aura de um Macbeth, por exemplo, liga-se indissoluvelmente à aura do ator que o representa, tal como essa aura é sentida pelo público, fico, o mesmo não acontece no cinema, no qual a aura dos intérpretes desaparece com a substituição do público pelo aparelho. Na medida em que o ator se torna acessório da cena, não é raro que os próprios acessórios desempenhem o papel de atores.

Benjamin considera ainda que a natureza vista pelos olhos difere da natureza vista pela câmara, e esta, ao substituir o espaço onde o homem age conscientemente por outro onde sua ação é inconsciente, possibilita a experiência do inconsciente visual, do mesmo modo que a prática psicanalítica possibilita a experiência do inconsciente instintivo. Exibindo, assim, a reciprocidade de ação entre a matéria e o homem, o cinema seria de grande valia para um pensamento materialista. Adaptado adequadamente ao proletariado que se prepararia para tomar o poder, o cinema tornar-se-ia, em consequência, portador de uma extraordinária esperança histórica.

Em suma, a análise de Benjamin mostra que as técnicas de reprodução das obras de arte, provocando a queda da aura, promovem a liquidação do elemento tradicional da herança cultural; mas, por outro lado, esse processo contém um germe positivo, na medida em que possibilita um outro relacionamento das massas com a arte, dotando-as de um instrumento eficaz de renovação das estruturas sociais. Trata-se de uma postura otimista, que foi objeto de reflexão crítica por parte de Adorno.

Atualmente a obra de Benjamin exerce grande influência no editor e tradutor de suas obras em italiano, Giorgio Agamben, sobretudo acerca do conceito de Estado de exceção.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Benjamin