O Preço de uma Estrela (Capítulos 114 e 115)

CAPÍTULO 114: DUCHA NA PRAIA

Enquanto Leandro ia para água, Marcos e eu ríamos da minha tentativa de aprender a surfar na areia. Enquanto Leandro ia ao banheiro, Marcos segurava minha mão e andávamos até o mar, onde ele me pegava no colo, mesmo com minha negação, me jogava na água e depois ficávamos brincando de empurra-empurra.

Na hora de ir embora, fomos tomar uma ducha perto de um quiosque.

- Vamos entrar os três, né?

- Pode ser.

Marcos não respondeu.

- Nossa está gelado.

- Isso está muito estranho.

- O quê? A água gelada?

- Não, nós três.

Sério e ainda fora da ducha, Marcos olhou para o Leandro, que depois de algum tempo, milésimos de segundos, confirmou com a cabeça.

- Tudo bem, eu fico de fora e depois eu me limpo.

- Não Li, eu saio.

- Não Leandro, pode ficar, eu saio daqui.

Dei uma piscadinha para ele e um meio sorriso, indicando que eu iria sair para Marcos e ele ficarem juntos.

- Eu entendo Li, mas é melhor eu sair.

- Por quê?

- Você e o Marcos são um casal.

Um sorriso sem graça surgiu na boca do meu amigo.

- E eu já terminei também.

Leandro virou as costas, pegou a chave do carro com o Marcos, ainda fora da ducha, e se afastou de nós dois. Olhei para o Sandret, que ainda sério entrou debaixo da ducha comigo.

- Isso é ridículo, seria estranho se estivéssemos nus.

- Pensa garota: estamos de roupa de banho, em uma ducha na beira da praia, o que você acha que as pessoas irão supor quando virem nós três juntos aqui, embaixo d'água?

Pensei. Ele tem razão, nossa imagem seria comentada negativamente.

- Pode ser que seja verdade, mas o Leandro ficou triste.

Marcos continuou sério.

- Você também, né?

- Você sabe que eu não gosto de vê-lo magoado, mas faz parte do seu show.

- MEU show?

- Eu e você. Um casal. Sua imagem. Sua car...

- Peraí! Você acha que ele saiu daqui, somente por mim? Está na cara que não. Marcos, Leandro também pensa em você. E eu tenho mais certeza que ele saiu daqui por causa da SUA imagem, e não da minha. Na verdade, eu estou nem aí pelo que irão dizer se nos vissem aqui, embaixo da ducha. NÓS TRÊS!

- Tenho certeza eu você iria se importar depois de ouvir os comentários.

Bufei. Olhei ao redor, evitando o olhar ainda sério dele.

- Quer saber, você é um idiota! Por que se preocupar tanto com a imagem assim? Nem tem paparazzi por aqui. Eu não vi nin...

- Atrás do carro prata do outro lado da rua. Ali na praia atrás do guarda-sol. Dentro do quiosque à nossa esquerda, se escondendo atrás de um cardápio e com um celular apontando na nossa direção.

Olhei para direções que ele disse. Parece até coisa de espião. Impressionada! Estou impressionada!

- Como voc...?

- Você aprende com o tempo e com uma ajudinha da Penélope.

O sorriso bobo voltou a boca.

- Não acho graça nisso e eu já estou saindo, voc...

Marcos me segurou pela cintura e me puxou para si, enquanto eu saía da ducha com direção ao carro.

- A ducha ainda não acabou.

Sua voz doce, suave, soprada no meu ouvido, mexeu comigo. Fechei os olhos e fiquei mole, me sustentando em seus braços que estavam ao redor da minha cintura.

- Você vai continuar aqui?

Afastei meus pensamentos! Encenação, apenas encenação.

Me virei para o Sandret, me afastando um pouco de seu corpo. Coloquei as mãos envolta de seu pescoço e sorri, enquanto as mãos dele estavam envolta da minha cintura.

- Eu sei que você quer demostrar que somos um casal, mas nunca mais faça isso, porque eu odeio!

Na verdade eu adoro!

- Então, querido, vamos embora agora, pois MEU amigo está esperando e isso é chato: esperar!

- Você aprende a fingir rápido, não é?

- Estou encenando, querido. Não é isso que fazemos? Além do mais, eu tenho um ótimo professor, não é?

Marcos sorria e eu forçava o meu sorriso. Estou com vontade de dar um soco nele. Como ele pode rir de mim assim?

Um selinho e ele se afastou fechando a ducha. Depois pegou minha mão e fomos para o carro pegar nossas roupas, para nos trocarmos.

CAPÍTULO 115: UMA LEMBRANÇA

Sequinha e ainda pensando no momento da ducha, voltei para o carro e já fui sentando na poltrona de trás. Marcos me pediu para esperar o Leandro que foi não se sabe onde, fazer não se sabe o quê. Não demorou muito e meu amigo já estava de volta com um envelope na mão.

- O que isso?

- Ah, toma! Uma para você e outra para você.

Olhei e percebi que a do Marcos também era igual a minha: uma foto com Marcos, eu (no meio) e Leandro.

- Essa é...

- ...a foto que tiramos hoje na praia.

Aparece apenas nosso rosto na foto, mas EU...

- ...ESTOU LINDA!

Abracei meu amigo.

- Obrigada Lê, vou guardar com muito carinho.

- Eu queria que tivéssemos algo que lembrasse todos nós um do outro.

- E foi bem pensado.

Olhei para o Marcos. Ele falou com entusiasmo com o Leandro, que belezinha! Sorri. Ele acabou encontrando o meu olhar e também sorriu.

- Mas agora temos que ir, podemos?

Bom para ser verdade!

- Sempre cortando os momentos, né Sandret?

Nós três sorrimos e entramos no carro.