O Preço de uma Estrela (Capítulos 103 e 104)

CAPÍTULO 103: SEM SENTIMENTOS

Meus olhos ainda estavam abertos quando Marcos se afastou. Foi um selinho um pouco longo e...e...E EU NÃO SENTI NADA! Sem paixão. Sem felicidade. Sem coração batendo forte. Sem sentimentos. Por quê?

- Sentiu alguma coisa?

Afastei meus pensamentos e comecei a olhar para o Marcos com incerteza. Seu rosto estava comum: sem sorriso, sem raiva, sem seriedade. Respondendo a sua pergunta, eu chacoalhei a cabeça negativamente. Marcos olhou para o chão e depois virou-se de costas para sair do quarto.

- Eu te disse que isso não era nada.

Ele disse isso ainda de costas e saiu do quarto. Eu continuei ali, parada, ainda sem entender o ocorrido.

Depois de algum tempo, eu fui ao banheiro tomar um banho e depois preparei alguma coisa para comer. Marcos não estava no apartamento, provavelmente foi embora depois do "beijo".

Fui para cama umas duas da manhã, ainda pensando no Marcos. Será que meus sentimentos por ele são reais? Eu não devia ter sentido algo com o "beijo"?

CAPÍTULO 104: MAGNÍFICA!

- Oi Liani! Parabéns!

Após a apresentação, Gabriel veio me parabenizar, enquanto eu passava pelo grande camarim, para poder ir me trocar. Fiquei feliz em receber seu abraço e os parabéns, pois ele fora quem me dispensou por achar que eu não conseguiria viver Catilde.

- Tu já tá indo embora?

- Já.

- Ela é sempre rápida. Rsrsrs.

A protagonista se juntou a nós. Sorri sem mostrar os dentes para o comentário dela. Me sinto meio anti-social analisando o tom que ela usou ao dizer a frase e dar risada. Será que eu sou?

- Antes de tu ir embora, podemos ir conversar um momento lá no escritório?

- Claro.

Fui com o Gabriel, somente, até a sala que ele me levou no dia em que eu assinei o contrato.

- Sente-se.

Fiz o que ele pediu e fiquei atenta para suas falas, pois mesmo estando longe, o barulho do pessoal deixando o Teatro estava alto.

- Primeiro eu quero te parabenizar pela excelente atuação. Tu tava ótima, me surpreendi com o resultado.

Fiquei cheia de alegria e abri um sorriso para o seu elogio dirigido a mim.

- Obrigada.

- Tu viu hoje de manhã no jornal, ou até mesmo no site da Revista Máximo e no da Focus, os comentário dos críticos sobre a apresentação de ontem?

- Não, eu não vi.

- Depois tu procura lá, pois tu é comentada.

Alegria, felicidade, sei lá, um vulcão está explodindo dentro de mim de tão entusiasmada que eu estou com a notícia do Gabriel.

- Como assim? Como...Eu sou comentada mesmo? Coisas boas ou ruins?

- Eu estaria feliz assim se fosse ruim? Eu não sei o que tu fez, mas tu mudou totalmente dos ensaios para a apresentação. Eu juro que achei que estava cometendo um erro te dando dois dias de apresentação, mas depois de ontem, eu me arrependo de não ter te colocado desde o primeiro dia.

O sorriso não some do meu rosto, acho até que toma conta dele todo, pois eu estou MUITO FELIZ!

- Liani, tu colocou aquela lágrima no final, que ficou esplêndida. Os telespectadores viram que mesmo Catilde querendo ficar com Ricardo, a decisão de não ser mais dependente de homem nenhum, era maior. E a morte do conde? Tu demonstrou raiva e nojo perfeitamente, tu o matou com a elegância de uma donzela, mas também com a crueldade doente de um sádico. Quer dizer, tu atuou magnificamente bem.

MAGNÍFICA?

- Os críticos colocaram isso. Como foi mesmo? Ah, já sei: "A novata Mendes transformou o estilo de vingança". Claro que apresentaram pontos negativos também, mas em geral tu entrou na admiração do espectador, dos críticos. Com outros elogios da peça em geral, a casa hoje ficou ainda mais lotada. Os ingressos foram vendidos rapidamente.

Levantei da cadeira. Estou tão feliz que estou inquieta com tudo isso.

- Foi por isso que eu decidi de tu ficar com o papel fixo.

Parei espantada. Fiquei olhando para o Gabriel estupefata.

- Eu conversarei com a Simone. Ela é boa sim, excelente atriz, mas a simpatia e química que existe entre a Lúcia, o Ricardo e outros atores contigo, é melhor. Eu pude ver isso ontem e hoje. Eu quero tu como minha Catilde até a temporada do espetáculo acabar.

O sorriso veio novamente para meu rosto.

- Você está falando sério?

- Mais do que tudo.

- Eu...

Toc-toc. Uma batida e a porta foi aberta, me cortando quando iria aceitar ser a personagem fixa.