A Borboleta e a Chama…
Na escuridão da noite,
U'a borboleta voava
Na direção duma luz
Que a deixou maravilhada!
A borboleta girava
Em torno daquela luz…
Mera chama d'uma vela
Que à ingênua… seduz!
Procurava fascinada
Descobrir o que era aquilo!
Quis na luz pousar de vez,
E apossar-se de seu brilho!
Da encantadora chama,
Mais juntinho ela ficou
E dessa forte atração
As suas asas queimou!
Vendo as asas chamuscadas,
Desconfiada, exclamou:
—Mas o que é isso! O que é isso!
Quem tal dano me causou?
Ai! ai! Eu não acredito
Que possa tão bela luz
Causar-me tal malefício!
Ah! Vou pousar nessa luz…!
E foi o que ela fez!
Voraz, teimosa e insistente,
Pousou em cima da chama
Da vela de cera ardente.
E tombou toda queimada,
Agonizando no prato
Que continha a vela acesa.
Chegou a morrer, de fato!
— Mas que borboleta tonta!,
Llogo comentou a chama!
Tão cega ao me desejar,
Não viu que sou uma chama…?!
E quem de mim se aproxima
Sem a devida cautela,
Infeliz, se queima e morre,
Como aconteceu com ela!
Desejosa pela chama…
A borboleta morreu.
Foi vítima da ganância…
................................
NOTA: Adaptação do Clássico Infantil: Da Vinci das crianças-
Histórias de Leonardo da Vinci, em versos heptassílabos.