[Original] We Are Young - Capítulo 13 - Parte 3

Isabel Longhi

- Vou deixar vocês a sós.

Observei Lennon sair do quarto e não entendi porque fizera isso. Ele não podia ter ciúme de Demétri, podia?

- O que ele tem? – Perguntou Demétri, franzindo o cenho.

- Eu não sei.

Acariciei sua mão e o olhei com ternura. Eu o amava e muito, mas não era mais o tipo de amor carnal. Era um amor de irmãos, sim, de irmãos.

- E a Bruna? – Perguntei, depois de um longo silêncio. Ele sorriu, triste.

- Tá se tornando um tormento na minha vida, Isabel. Depois daquele dia que tu foi a casa dela nós brigamos e ela falou que não ia ficar comigo, que não servíamos um para o outro.

- E te magoou. – Não era uma pergunta e sim uma afirmação.

- Sim. Quer dizer, não é de hoje que a Bruna é expert nisso. Não sei por que fico tão assim.

- É porque você a ama.

- É, amo. Mas isso não tem sido o bastante. Nunca foi. – Eu queria encher Bruna de tapa por fazê-lo sofrer. – Não sei o que fazer... Nós estávamos até bem no tempo que ela não sabia de você e Lennon.

- Depois que ela descobriu mudou em completo?

- Sim.

- Não corre mais atrás. Deixe-a descobrir o que está perdendo.

- E será que eu consigo?

O celular de Demétri tocou na hora em que ele ia me responder. Nós sabíamos quem era.

- Atende. – Incentivei, tranquilamente. E assim ele fez. Se Demétri não atendesse agora, ela ligaria de novo e ele não resistiria.

- Bruna... – Murmurou, ficando de pé. - Onde eu estou? Ué, porque quer saber? – Demétri revirou os olhos. – No hospital, Isabel sofreu um acidente quando estava indo para a rodoviária. – Ele me olhou rapidamente. – Sim, ela está bem, ótima.

Ele saiu do quarto e eu entendi que ela devia estar pedindo alguma coisa a ele. Talvez fosse para se verem. E é claro que Demétri não negaria.

Cinco minutos depois duas vozes conhecidas tomaram conta do corredor. E eram vozes que eu reconheceria a milhas de distância, pois além de ouvi-las há muito tempo, elas se diferenciavam das costumeiras vozes sulistas.

“Você não encosta a porra da sua mão em mim, cara!” – Eu coloquei a mão na boca tapando a vontade de rir. “Eu não gosto de você e você dá sorte que a Isabel te ama muito.”

A porta fora aberta e uma garota baixa e de cabelos cacheados entrou disparada no quarto. Eu pulei da cama e nos abraçamos com tanta força que quase caímos. Era a Iasmin. A minha pequena Iasmin.

- Isabeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeel! – Eu não sei bem porque, mas nós

entramos numa crise de choro emocionada. Rafaela entrou em seguida e o abraço se tornou triplo.

Lennon e Lucas entraram no quarto e ficaram nos observando, calados e creio eu, assustados.

- Cara, nunca mais faça isso. – Rafaela disse, com a voz chorosa, desolada. Ela me olhou de cima a baixo e tocou meu rosto. – Eu senti muito a sua falta.

- Eu também senti a sua falta, amiga. – E a abracei com força. – Muita, muita.

- Você tá linda. – Rafaela disse, mexendo em meu cabelo. – E branca.

Meu Deus.

- Vai ver é porque ela sofreu um acidente, né, sei lá. – Lucas murmurou, irônico. Rafaela o olhou de cima a baixo com nojo.

- Eu não falei contigo. – Se eu a conheço bem, Rafaela não gostou de Lucas.

- E nem eu contigo. – Retrucou meu cunhado.

Fitei Lennon e gesticulei discretamente para ficar ao meu lado.

- Ahn... Meninas. Eu quero apresentar agora com calma o...

- Dispenso. – Rafaela fez um “tanto faz” com as mãos. Ah, meu Deus. – Bel, você não acredita quem nos deixou aqui.

- Quem?

- O Tom!

- Não! – Eu exclamei, surpresa. – E porque ele não entrou?

- Ele recebeu uma ligação de trabalho e teve que voltar. – Respondeu Iasmin, sentando-se na beira da cama hospitalar. – Disse que vai ligar pra saber de você.

- Ah que pena, queria que ele estivesse aqui.

- Eu também.

- Precisamos conversar, meninas.

Eu não podia deixar que meu acidente as fizesse ter uma má impressão de Lennon.

Lennon M. Dias.

- Duas gostosas que não gostam de mim, bacana. – Lucas disse amargurado. – Da hora.

- Shiu, tu é arrogante, elas também sabem ser. – Dei de ombros enquanto saiamos do quarto de Isabel. - A loirinha é braba, né?

- Rafaela não é exatamente loira.

- É sim.

- Bah, tanto faz, elas não gostam da gente. Quero saber quem é aquele Tom. – Entramos na lanchonete.

- Deve ser um antigo namorado da Isabel.

Eu o olhei por canto de olho.

- Não. Ela nunca falou de namorado.

- Ah, claro. – Meu irmão bateu palmas teatralmente. – Tu acha mesmo que ela veio pro Sul virgem?

- Não, mas... – Dei de ombros. – Ela teria me contado.

- Há coisas que a gente omite.

- Não me plante a dúvida.

- Tá bom.

Tomei um café e Lucas comeu um lanche. Emerson e Demétri apareceram.

- E aí, como a Bel tá? – Emerson perguntou, pegando uma cadeira e sentando-se a mesa conosco.

- Ta bem. As amigas dela chegaram. – Respondi, tranquilo.

- Ah.

- Emerson... As gurias são gatas demais!! Se bem que a moreninha é mais simpática. – Lucas é um caso sério. Não aguenta gente arrogante como ele, por isso não gostou de Rafaela.

Conversamos por um longo tempo, quando paramos, foi porque a “moreninha” se aproximou da nossa mesa. Ela tinha olhado para todos, exceto, para Emerson e quando o fez, seu queixo caiu.

- Eu...

Emerson sorriu para ela e a guria ficou instantaneamente vermelha.

- Tu quer dizer alguma coisa, Iasmin? – Perguntei. Se eu não a

ajudasse, ela ficaria horas e horas olhando nosso amigo.

- Sim. – Respondeu, mas ainda olhava Emerson. – Isabel está te chamando.

- Ah, obrigado! – Me levantei. Rafaela entrou na lanchonete, parecia estar procurando à amiga.

- Iasmin! – Ela pegou no braço da amiga. – Precisamos ligar para nossas mães.

Iasmin não se moveu.

- Fecha a boca. – E deu um tapa no queixo da amiga. – E vem logo.

As duas saíram da lanchonete.

- É muito difícil ser eu. – Emerson comentou, enaltecido por ter agradado a amiga de Isabel. – Sério.

Quando entrei no quarto, Isabel estava sentada de pernas cruzadas na cama.

- Cheguei. – Encostei a porta e me juntei a ela.

- Oi. – Ela sorriu.

- O que foi? A conversa não foi boa?

- Foi tranquila, como sempre. Essas meninas são como minhas irmãs.

- Então o que aconteceu?

- Minha mãe. - Eu a fitei preocupado. Isabel continuou. – Faela disse que quando contou a minha mãe do acidente ela simplesmente não se importou.

Sua tristeza foi de cortar o coração de qualquer um. Segurei sua mão e beijei seus dedos.

- Tudo bem que eu não esperava que ela sei lá, viesse atrás de mim, mas... Mas... – Isabel não conseguiu completar o que ia dizer. Eu a abracei apertado querendo desesperadamente acabar com sua dor. – Ela é a minha mãe, droga!

- Não fica assim, por favor. – Pousei a minha mão delicadamente em seu cabelo. – Ela só está magoada.

- Não me importa mais. Não quero viver com ela, não quero. – Segurei seu rosto e beijei seus lábios.

- Tu vive comigo e vai continuar vivendo.

- Eu sei.

Deixei Isabel chorar em meus braços por um longo tempo. Ela precisava disso. Precisava liberar suas dores, mágoas, tristezas.

- Em algum momento teremos que ir a São Paulo para buscarmos suas coisas.

- É... Pode ser daqui a dois dias quando Iasmin e Rafaela voltarem. – Ela fungou e sorriu largo. – Pedi pras duas serem mais maleáveis com vocês.

- E o que elas disseram?

- Iasmin é mais tranquila. O problema é a Rafaela. Quando ela não gosta de alguém é complicado.

- É, eu notei.

- Você vai ter paciência?

- Paciência é o meu segundo nome, Isabel.

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Spoiler da parte 4 (o 13 é dividido em 5 partes zZzZz...)

- Isabel. – Lennon entrou no quarto e me olhou com cautela. Ah, não... – Tá tudo bem?

- Eu pareço mal? – Não quis ser ríspida, mas fora inevitável.

- Eu to preocupado contigo.

- Não precisa se preocupar. Eu to muito bem, amor. – Fui até ele e peguei sua mão e a deslizei pelo meu corpo. – To respirando, andando, falando e meu coração tá batendo muito bem. – Parei a mão dele em cima do meu coração. Ele a desceu um pouco mais. Eu mordi o lábio e Lennon arfou.

- E agora tá batendo forte demais.

- Você sabe o motivo disso. – Ele me puxou para ele e me beijou com ardor. Suas mãos deslizaram da minha cintura até a minha bunda e eu recebi um tapa forte naquela área. – Eu quero você.

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Olá!

Já estou nos capítulos especiais que dão finalidade em We Are Young :'( acho que essa foi a história mais rápida que já escrevi huahuahuahua

Pra Volver eu vou ter que dar uma quebrada na cabeça pois essa história vai se iniciar de um modo meio diferente, vai começar com a minha narração, depois eu passo pra do Demétri. Talvez Volver seja maior que essa, já que irei contar a história desde o início dos protagonistas. Tenho idéias boas pra Volver, vai ser uma história gostosa de escrever.

Temos só mais quatro capítulos longos pela frente =[ preparem os corações!!

Até breve.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 06/01/2013
Reeditado em 22/06/2014
Código do texto: T4070476
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