Mudando a letra da vida - Capitulo 03

Estávamos em uma sorveteria. Eu lambia o sorvete delicadamente para que a bola não caísse no chão, enquanto ele me observava sem tocar no seu.

- Droga! – Praguejei ao ver a bola de chocolate indo em direção ao chão. -, Eu sabia que ia acontecer!

Caio olhava para mim achando a coisa mais engraçada que ele já vira, passei minha mão suja em seu rosto e logo seu sorriso se foi.

- Não achei graça alguma! – Limpei minhas mãos com o guardanapo -, Agora me da o seu sorvete, antes que caia no chão também.

- Eu vou te dar sim, mas antes disso...

Ele passou a mão no sorvete e esfregou no meu rosto, tentei segurar suas mãos, mas ele era mais forte e a única coisa que consegui foi derrubar o seu sorvete em cima de nós dois.

- O que esta havendo aqui, Caio?

Um homem de terno, forma profissional nos olhava estarrecido, tentei me recompor, mas estava suja até as unhas de tanto sorvete.

- Pai! Essa é a...

- Alice! – Interrompi antes que o pai dele achasse super estranho o filho não saber o nome de quem ele brinca de guerra de sorvete. ¬¬

- Alice?

- Sim! Alice Brienza... É um prazer conhecer o senhor. O Caio fala muito de você.

- Hum... Imagino. Vamos Caio, você tem sua aula de inglês agora.

Caio que estava totalmente sem graça, sorriu e acompanhou seu pai.

Peguei um bolinho de guardanapo para tentar arrumar um pouco do estrago que estava minhas roupas e meu rosto, peguei minha mochila estava saindo quando fui chamada pela dona da sorveteria.

- Menina! Esse celular é do seu amigo... Entrega a ele, por favor!

Ela entregou-me o celular e voltou para sua sorveteria antes que eu pudesse responder.

**

Estava tomando café e ao mesmo tempo assistia ao filme que se passava. Minha mãe chegou do trabalho logo depois de mim, e já estava algum tempo no andar de cima.

- Alice Brienza! De quem é esse celular tão moderno?

Minha mãe descia as escadas, enrolada em uma toalha de banho, e com o celular do Caio em suas mãos.

- É de um garoto que eu conheci... E ele esqueceu onde estávamos... Prometo entregar amanhã!

- Ele acabou de tocar! Levei um susto enorme. Quero que entregue isso o mais rápido possível, e quero saber tudo sobre esse garoto.

Ela jogou o celular em meu colo e subiu as escadas. Peguei o celular e vi duas chamadas perdidas, visualizei e havia um número residencial.

- Por que isso tinha de ficar justo comigo? – Me perguntei antes de o celular tocar em minhas mãos.