O Preço de uma Estrela (Capítulos 85, 86 e 87)

CAPÍTULO 85: MENTINDO

Depois de respirar fundo várias vezes e socar o travesseiro, eu sai do quarto e fui para sala. O Marcos não estava no apartamento. Provavelmente foi embora depois do ocorrido. Melhor assim!

À noite, depois do telejornal, umas nove e dez, eu resolvi ligar para o Leandro, ficamos falando um tempão sobre tudo que ocorreu nos últimos dias. Ele lamentou não conhecer o meu irmão, ficou triste por eu não viver mais a Catilde e marcamos de ir à praia amanhã. Sobre o Marcos, bom, o Sandret não falou pessoalmente com ele até hoje. Somente por telefone. Foi até meio estranha esta parte da conversa, pois eu não sabia o que falar.

"Ah, você tem visto o Marcos, Li?"

- Por quê?

"Porque ele já chegou e até agora não falou comigo pessoalmente, só por telefone."

- Ah!

"Então?"

- O quê?

"Você o viu?

- Eu? Bom,....Não.

Acabei mentindo! Se eu contasse sobre o Marcos aqui em casa, até a parte do meu irmão, sei lá como ele iria se sentir, sem contar que eu poderia acabar chegando na parte em que....Bom, eu não contei e assim é melhor para todos.

CAPÍTULO 86: INESPERADO

- E aí?

Acabei de falar com o Leandro, desligando o celular, Marcos chegou com uma pizza na mão. Ainda com raiva, falei ríspida com ele.

- Achei que não fosse voltar.

- E por que não voltaria?

Fiquei sem entender.

- Você se esqueceu do que aconteceu?

- E o que aconteceu?

Bufei e fui para o quarto, deitando na cama para pensar.

Ele é um idiota mesmo! Agora ele vai começar a fingir que nada aconteceu? Que é só chegar com uma pizza e tudo vai se resolver? Que podemos voltar a nos falar normalmente? Que...Que...Peraí! Isto é uma crise que eu estou tendo? Eu é que estou sendo idiota. Eu e o Marcos nunca fomos amigos e nunca falamos normalmente. Esse negócio está me pirando. Ele está certo. NADA aconteceu! Melhor eu esquecer também.

Levantei da cama e fui para sala. Marcos estava sentado no sofá, com a caixa de pizza perto dele, eu não disse nada, apenas levantei a tampa da caixa e peguei um pedaço de pizza de calabresa, minha favorita, logo o Sandret começou.

- Resolveu comer?

- Você não comprou para a gente comer?

- Bom, na verdade eu comprei para EU co...

Nem esperei ele terminar de falar, fechei a cara, jogando o pedaço de pizza na caixa. Ele começou a dar risada.

- Eu estava brincando.

- Não quero mais.

Eu já estava saindo de perto dele, quando, ainda dando risada, ele me segurou pela cintura e me puxou para junto dele, me fazendo sentar ao seu lado no sofá e ficando de frente para mim, quase EM CIMA de mim, com nossos rostos próximos. O sorriso bobo ainda corria em sua boca E EU fiquei sem reação com este gesto inesperado.

CAPÍTULO 87: NÃO ACREDITO!

- Você leva tudo muito a sério, sabia?

- E você ama me ver irritada, não é?

Os dentes dele é tão perfeito, seu sorriso é brilhante e encantador. Seus olhos azuis são tão fascinante. Mas eu não posso deixar ele me enganar.

- Talvez, porque eu ache que você fica mais bonita irritada.

Dizendo isso ele pegou uma fatia da pizza e me ofereceu, colocando-a perto da minha boca, ainda sorrindo encantadoramente. Olhando em seus olhos, eu mordi um pedaço da fatia e sorri, sem mostrar os dentes. Até a pizza estava com gosto diferente das outras que eu já comi. Que momento! Ficamos nos olhando e então eu me lembrei que não posso deixá-lo me enganar. Me recompus.

- Qual é o seu problema? Vai me dizer que tudo isso faz parte do plano também?

- Você sabe que sim.

Bufei e me afastei. Ele, por outro lado, ainda continuava sorrindo. Olhei para o chão e depois, mais séria, perguntei olhando em seus olhos.

- E por que você quer ficar colocando o plano em prática aqui em casa, onde não tem ninguém para nos fotografar, para nos ver?

- ENSAIO! Não ensaiamos para fazer perfeito perante o público, antes de apresentar uma peça ou gravar uma cena? Então, se ensaiarmos em casa, como se fôssemos namorados, lá fora seremos fantásticos e ninguém duvidará do nosso AMOOOOOOR!

Me irritei ouvindo aquilo e vendo-o sorri, como se tudo isso fosse a coisa mais simples do mundo.

- Não acredito!

Ele fechou o sorriso, ficou sério e voltou a agir "idiotamente"!

- E eu não me importo com o que você acredita. Agora senta aí e vamos comer a pizza enquanto eu te digo algo.

Continuei parada, séria, olhando para ele.

- Não vai sentar?

- Diz logo.

- Humf! Sábado eu tenho uma inauguração de um restaurante italiano para ir, então eu quero que você esteja pronta sete horas para irmos juntos.

Estranhei, mas me animei.

- Uma inauguração? Foi o Leandro quem te pediu para me levar?

Ele olhou sem interesse.

- Pense o que quiser. Vai comer a pizza ou não?

Dei um sorriso e sentei ao seu lado para comer a pizza.