Mudando a letra da vida - capitulo 02

Gostaria de pedir desculpas à quem acompanhava minha historia. Estou voltando ao recanto e quero ver se consigo continuar minha segunda historia, então espero que gostem!

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Encontrei minha sala sem muita dificuldade, já que tinha umas listas em cada mural do corredor de acordo com os graus do ensino médio.

Entrei na sala apressada sem que alguém me fizesse perguntas, sentei na ultima fileira de carteiras que se formava na sala, tirei meu material da mochila e observei atentamente as pessoas que entravam.

- Boa tarde turma!

Entrou uma senhora de cabelos brancos na sala de aula, observava os alunos com um sorriso enorme no rosto, sem se importar com o falatório que já estaria acima do nível limite.

- Então... – Começou a senhora se colocando de frente para os alunos. -, Meu nome é Marta, eu sou a professora de Geografia, e estarei acompanhando o desempenho de vocês esse ano.

Todos continuaram conversando sem se importar com a pobre senhora, mas nem por isso ela parecia se abater, pegou seu piloto e começou a escrever algumas coisas no quadro branco.

***

Quando o sinal tocou, me senti salva. Sem perguntas de onde eu surgi, meu nome, por que sou branca, entre outras.

Sinto-me estranha por não ter ninguém querendo me conhecer, pois eu sou nova na escola. Aonde esta a curiosidade desses brasileiros?

- Nos encontramos de novo... – O mesmo garoto que encontrei mais cedo sentou ao meu lado no banco do pátio.

- Oi...

- Caio – Apressou-se.

- Prazer!

- E qual é o seu nome?

- Não é da sua conta – Respondi sem paciência.

- Muito prazer, não é da sua conta.

Não sei o que me deu, mas fiquei abobalhada com o sorrido divertido que o garoto demonstrava. Algo havia me conquistado.

***

Assisti a ultima aula que era de português. Um professor completamente ranzinza, chato e mal humorado.

O sinal bateu e todos os alunos saíram da mesma forma que chegaram, fazendo bagunça e muito barulho.

- Ta fazendo o maior calor né? – Disse alguém que me seguia pelo corredor.

Tirei meus cabelos do rosto e me virei para ver quem era. O mesmo garoto que puxava tanto assunto comigo. Dei um sorriso sem mostrar os dentes e continuei caminhando.

- A fim de tomar um sorvete até que nossos pais venham nos buscar?

- Não! E eu não vou ter “pais” me buscando... -, Me irritei sem saber o porquê.

Ouvi seus passos mais ligeiros e logo o garoto de olhos azuis parava em frente a mim me fazendo parar também.

- Você é muito nervosinha. -, Pegou em minha mão direita e sorriu como sempre.

Senti meu coração disparar como nunca havia acontecido antes, ele parecia sair pela minha boca sempre que o Caio mexia apenas um dedo junto os meus.

- A... Acho que não é da sua conta. -, Puxei minha mão, nervosa.

- Olha... Você tem apenas 17 anos. Sei que não gosta daqui, mas sei que também não tem escolha, e por essa razão quero tentar ser seu amigo, porque eu já passei por tudo isso. Aceita tomar o sorvete?

Tentei pensar em algo para negar o pedido, mas algo travava minha garganta. Consegui somente sussurrar um “Aham” e ele me pegou pela mão de novo, levando-me para fora da escola.

Daniel Marcos
Enviado por Daniel Marcos em 17/12/2012
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