[Original] We Are Young - Capítulo 9 - Parte 3
Lennon M. Dias
“Eu sei, Faela... É que não deu tempo de te ligar, amiga.”- Eu estava na porta do banheiro ouvindo Isabel conversar ao telefone. Fazia 1 hora que ela estava no banheiro. “Tá tudo ótimo. Manda um beijo pra Iasmin tá? Amo vocês.”
Ao perceber que ela finalizara a ligação, me escondi em meu quarto. Eu precisava descobrir quem eram essas pessoas.
- Faela? – Lucas perguntou quando eu contei sobre a ligação de Isabel. – Isso é apelido de Rafaela, certo?
- Capaz. – Respondi, ainda tentando entender um pouco sobre essa guria que invadira minha vida de maneira repentina. – Não posso grilar com isso agora. Pow, tenho que te falar com a Bruna, mas acho que Demétri tá ocupando ela demais.
- Como é? Tu tá me dizendo que eles estão tendo um “bis”?
- Isso.
- Caraca! – Meu irmão estava surpreso.
Acho que sou o único que considera normal esse envolvimento dos dois.
- É. Eu vou terminar com ela.
- Glória a Deus, hein! Isabel está felizona com isso, né? – Lucas era muito ligado a Isabel, tanto que ele não se abalaria caso descobrisse que ela mente.
- Demais. Contei a ela também sobre Verônica. Acho que resolvi meus traumas.
- To orgulhoso. – Dei um tapa na cabeça dele. – Para ow.
As horas passavam lentamente e com isso nós tivemos que arrumar formas de não nos entediarmos, porque por mais que eu amasse a Casa da Nona, ficar lá muito tempo era chato.
- Pow, tu não trouxe seu vídeo-game porque mesmo? – Perguntou Emerson encarando Lucas. Meu irmão deu de ombros. – Imprestável tu é.
- Vamos lá em casa buscar então. – Emerson suspirou, arrependido de ter citado do vídeo-game. – Bora!!
Os dois saíram e eu fui atrás de Isabel, ela estava na janela, olhando o céu, que estava coberto de estrelas. Amanhã vai ser um calor do inferno. Eu a abracei por trás e segurei sua mão entrelaçando com a minha.
- Onde os meninos foram? - Ela perguntou, apertando meus dedos.
- Foram lá em casa buscar o vídeo-game. Tão no tédio, naturalmente. – Isabel girou o corpo, de modo que ficava de frente pra mim. Eu beijei sua testa. – E tu? Tá calada demais hoje.
- Tava pensando em algumas coisas.
- Tipo?
- Na gente. – Eu franzi o cenho. – Quer dizer, em tudo isso... Na nossa vida.
- Seja mais clara.
Isabel me olhou por um longo tempo e depois suspirou, pensativa. Por um momento eu pensei que ela fosse me dizer algo, talvez revelar a verdade. Se isso acontecesse aqui e agora eu acho que perdoaria.
Estranho eu “achar” que perdoarei algo o que na verdade eu nem sei o que é.
- Isabel?
- Desculpa, eu preciso ficar sozinha.
E ela saiu correndo para o quarto dos fundos, me deixando ainda mais confuso e desconfiado, se fosse possível.
Isabel Longhi
“Você tem que contar isso pra ele, Bel. E enquanto é tempo, porque se isso continuar, Lennon não vai te perdoar.” Lembrei-me das palavras de Rafaela ao entrar em um quarto vazio na Casa da Nona. Eu sabia de tudo isso, de ter que contar a Lennon sobre minha vida. Só que toda vez que eu estou prestes a falar, sentia-me com medo e acabava desistindo.
Ele não vai me perdoar, eu sei que não vai e aí está um dos meus medos.
“Eu tive coragem pra ir embora de São Paulo. Preciso ter coragem e contar ao Lennon sobre isso!– Chutei a parede, com raiva. – Depois do concurso eu conto, se ele me odiar eu... Droga, eu não sei o que vou fazer.”
Eu não gostava de não ter uma carta na manga caso as coisas descem errado. Não sei quanto tempo fiquei naquele dilema, pois quando voltei à sala, Lennon e os meninos estavam jogando vídeo-game. Os mais velhos pareciam bem mais crianças que o próprio Lucas.
Fitei-os com carinho, era mais uma importante memória a guardar caso eu nunca mais os visse.
Não consegui conter o nó que se formou em minha garganta. Chorei ininterruptamente em silêncio. É estranho você sentir o momento que algo esta acabando, ou prestes a acabar.
O celular de Lennon tocou e eu rapidamente limpei minhas lágrimas.
- Oi, Bruna. – Ele passou o controle para o Emerson e ao me ver, veio em minha direção.
“É bonito sair passeando com a paulista né?”
- Eu estava a tempos querendo falar contigo. – Ele disse, sério.
- Põe no viva-voz. – Sussurrei pra ele. E Lennon obedeceu.
“Não mente pra mim. Tu estás com ela desde que eu voltei de viagem. Eu to com tanto nojo e ódio de ti, Lennon!”
Eu percebi o tom choroso na voz de Bruna, mas não parecia ser por conta de Lennon que ela estava assim.
- Eu sinto muito por isso.
“Tu sentirás muito quando eu fizer essa guria voltar para o estado dela, lugar que ela nunca deveria ter saído.”
Baixei a cabeça e temi as palavras de Bruna.
- Pergunta como ela descobriu. - Sussurrei pra ele.
- Quem te contou? Foi a Rose, não é?
“É. Porque tu fez questão de sair exibindo seu novo troféu pelo bairro. Tu e essa guria não perdem por esperar.”
Antes que Lennon respondesse, a ligação fora desligada. Naquele momento eu sabia que tinha vencido. Ele agora seria só meu.
- Só ladra essa aí. Nem te abale. – Ele disse, me puxando pela cintura. – Sou só teu agora.
- Eu sei.
- E cadê os fogos??? – Perguntou, brincalhão. Eu lhe dei um selinho longo, tentando me animar. Lennon me pegou no colo e seguiu caminho até o banheiro.
- Lennon...
- Eu mereço uma comemoração, Bel. Tu sabe!
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Olá, pessoas!!!!!!!!!!!
Como vocês estão? É, eu postei, não consigo ficar muito tempo sem postar, ainda mais quando vejo os números de leitores crescendo em We Are Young. É uma satisfação imensa para mim. Eu estava sem poder escrever uns dias, mas consegui pegar o note do meu irmão e já to mandando bala na escrita. To quase finalizando essa e Volver tá daquele jeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito!!!!!!!!! *.*
Spoiler do próximo capítulo - O concurso em Gramado.
- Bel. – Ele me chamou um tanto sério. Eu me ajeitei de lado para conseguir olha-lo. – Quero te dar uma coisa. E não, não é uma aliança... Ainda!
Fiz um bico que fez Lennon sorrir.
- O que é?
Lennon pôs a mão no bolso e tirou algo de dentro. Ele fechou o punho de modo que eu não conseguia ver o que era.
- Isso era da minha mãe. Ela tinha muita joia, coisa de geração na família Marques. – Eu olhava sua mão, ansiosa. Lennon abriu os dedos lentamente e no meio da sua palma, tinha uma gargantilha, talvez a mais linda que eu já tenha visto em toda a minha vida. Era de ouro com um anjinho pequeno, as asas eram salpicadas de pedrinhas de cristal. Eu nunca tinha recebido um presente tão lindo assim. – Quando ela ficou no hospital pediu pra eu guardar comigo, pois era uma corrente especial, de proteção. E estou te dando porque você é especial, e eu quero que você esteja sempre protegida. Em todos os momentos da sua vida...
Ele precisava mesmo dizer essas coisas tão lindas? Eu funguei, tentando segurar o que seria o começo de um choro. Eu estava dividida entre a felicidade e o peso da minha mentira.
Fica cada vez mais claro que eu não merecia esse presente, quem dirá esse homem.