Era uma vez...Eu! Cap.8

Amassei o papel e o joguei no chão.Não estava nem aí para as ameaças do Carlos.Peguei algumas coisas no meu armário,o fechei e segui para a sala de aula.Poucos alunos estavam lá,mais um deles era a Jesse e eu precisava falar com ela,afinal ela é minha melhor amiga.Respirei fundo e sentei ao seu lado.Ela fingiu não me notar.

_Jesse...posso falar com você ?

Ela cruzou os braços e me encarou parecendo irritada e chateada ao mesmo tempo.

_Estamos em um país livre.

_Sei que esta brava...foi mal a forma como ti tratei,mas é que eu estou muito estressada e...

_Quando é que você não está estressada ? - ela me interrompeu e falou debochadamente -

_Ok...mas me desculpe por ter descontado em você é que ontem o Carlos jantou lá em casa e ainda por cima me viu chorando e isso tudo está me irritando,eu sei que não é um bom motivo,mas você me perdoa?

Ela ficou me olhando séria,mas depois abriu um sorriso e me abraçou o que me deixou bem aliviada,geralmente nossas brigas mais sérias,nós ficamos sem nos falar por dias,o que me faz me sentir mal;Jesse é como uma irmã para mim.

_Agora me conta que história é essa do Carlos jantar na sua casa e ti ver chorando ?

Mas é claro que ela não podia deixar passar esse pequeno detalhe,então contei rápido e da forma mais resumida possivel,minha noite de ontem.

_Ai! -gritei após Jesse me dar um tapa no braço-_Por que você fez isso?

_Por você não se permitir ser consolada por um gato d'aqueles e por estragar aquele vestido lindo.

Ela fez bico o que eu achei muito engraçado.

_Nenhum dos dois eram tudo isso.

_Ai..ai..Bruna,minha linda do meu coração,anota o que ti digo.O vestido você pode até ter estragado,já era,mas o Carlos...Kadu..Kaduca, sei lá...ele tá inteirinho e tá mexendo contigo,nem que seja um pouco.

A olhei incrédula,como ela pode dizer tanta besteiras,assim ?

_Mas é claro que ele está mexendo comigo,comigo e o meu instinto assassino.

Jesse ia dizer mais alguma coisa mas a professora de matemática já estava entrando em sala o que a fez ficar quieta e eu agradeci muito a todos os santos dos professores chatos n'aquele momento.

_Então turma antes de começar a aula quero lhes apresentar o aluno novo.

Ela chamou alguém que estava lá fora e é claro que eu já sabia quem era,só não sabia que tinha tanta "sorte" para aquela criatura ficar exatamente na minha turma.

Carlos entrou na sala de cabeça erguida,arrancando suspiros das garotas da turma,até Jesse parecia analisa-lo;Será que só eu não tenho problemas ou será que só eu tenho problemas?

_Este é Carlos Ferreira Lamburguine,ele acabou de se mudar para nossa cidade.Então vamos fazer o possivel para que ele se sinta bem-vindo.

A professora falava sorridentemente enquanto o idiota ficava parada ao lado dela.

_Eu vou fazer ele sentir vontade de voltar para o lugar de onde veio.

Sussurrei,mas a Jesse ouviu e ela adora questionar as minhas palavras,mesmo quando não são para serem questionadas.

_Eu sei que atras dessa marra toda tem uma garota doce,querendo sair.

Ela sorria abobadamente,acho que ela é um E.T. ela é muito doidinha.

_Tem...uma garota doce,como limão.

_Jessica Steves e Bruna Sanchas. - Ouvimos a professora chamar nossos nomes,fazendo todos nos encararem-_ Voces não pararam de falar 1 minuto,desde que entrei.Por favor Jessica sente-se a o lado da Pâmela. -Pâmela era uma garota metida a sabichona e puxa saco de professores,mas isso não importa,o que importa é que ao lado dela era o ultimo lugar vago,se Jesse ia para lá então...-_Carlos,queira se sentar ao lado da Bruna e novamente seja bem-vindo.

A professora que certamente eu só odiaria mais e mais concluiu meu raciocínio.Enquanto eu xingava mentalmente e soltava um "droga" baixinho,fazendo Jesse rir da minha cara.

Assim que Jesse se afastou ainda sorrindo,o idiota sentou e ficou na dele.Eu não falei nada e nem ele por um bom tempo.Eu não queria nem estar ao lado dele,muito menos falar com ele,mas parece que ele gosta de falar comigo.

_Recebeu meu recado ?

Ele sussurrou em meus ouvidos quando eu estava distraída,olhando para o nada.O que involuntariamente me fez arrepiar.

_Sim e estou pouco ligando.

_Não,quem está pouco ligando é o meu celular novo que você quebrou.

Nós estávamos sussurrando e em nenhum momento se encarando.

_Estou comovida.

_ Você não sabe onde está se metendo,garota.

_Acho que está me confundindo com você.

Ouvi ele dar uma risada rouca e baixa.

_Veremos se seus pais também vão se confundir.

Finalmente o encarei,meu pai me daria uma bronca e até tentaria me entender mas a minha mãe,a minha mãe eu não sei do que ela seria capaz.Mas é claro que eu não demonstraria medo algum.

_Que bonitinho.Sério que você vai chorar para os meus pais ?

Sorria debochadamente e discretamente.

_ Você não tem medo do perigo né,garota.

Ele parecia nervoso e deveria estar mesmo.

_Só quando há um real perigo.

_Então cuidado,pois esse seu jeitinho de garota "marrenta",vai acabar atraindo um para você.

Ele falou já se levantando e saindo.Parece que o sinal acabou de tocar e eu nem notei.Fiquei olhando suas costas enquanto se afastava.

_Bruna,vamos e me conta tudo,no caminho para a Educação Física.

Jesse já me puxando e me despertando do meu "transe"

_No caminho para a tortura você quer dizer, né?

Debora Costa
Enviado por Debora Costa em 27/11/2012
Código do texto: T4006984
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