Cartas de um fantasma: Alma perdida. Capitulo 1

OI não esqueção de ler o Prólogo :) boa leitura.

--------------------------------------------------------------------- “Caro leitor,

“Nesta minha morte não tenho lembranças de algumas vez ter tido vida. Para esclarecimento seu um fantasma, me chamo Kimberly.

“A única coisa que me restou de lembranças fora este único nome. Não sei quantos anos tenho, nem sei quem são minha família e uma coisa que me atormenta é que sei que alguém me espera e eu sinto falta deste também, mas não sei quem é.

“Nas outras 3 cartas me lamentei, desabafei e perdi minhas forças perguntando: Por que ainda estou aqui?

“O mundo é errado para mim, ele não me pertence. Minha alma implora por libertação e por que continuo aqui? Isso foi negado a mim, me responda. Estou morta, orando e gritando por salvação, o tempo se perdeu para mim e me sinto desprotegida e perdida neste mundo.

“Nesta casa abandonada só mora eu e os insetos e nem isso tem muito. Não posso fica muito tempo longe deste quarto se não sou puxada violentamente de volta. É como se existisse uma corda amarrada em minha cintura que sempre me puxa de volta depois de um tempo. As puxadas são doloridas, pode parecer estranho, mas sinto dor quando sou puxada.

“Meus pensamentos voam em torno do que ouso nas igrejas que visitei durante o tempo interminável aqui, estou aqui a poucos dias mas parecem anos, as igrejas falam que os mortos vão para a luz. Mas e eu? Não lembro de luz alguma quando acordei aqui neste quarto. A maldita luz me abandonou, deixou meu espírito aqui. Não sei por que.

“Sei que sou um fantasma. Mas por que sou tão invisível, tão inaudível?

“Não existe necessidades para mim. Tento chorar, mas só faço caretas e nada vem.

“Perdida aqui, onde ninguém ira me encontrar ou ouvir.

“Espero que minhas palavras tenham esclarecido como me sinto. E que quem esteja lendo venha me resgatar.

Kimberly.”

Dobrei a carta ao meio e coloquei em um envelope. Fechei o envelope e na fresta de uma taboa, larguei carta. Não queria ver quando ela sumi-se, como era normal acontecer. Pegar algo e ao mesmo tempo não pega-lo, era difícil mexer algo de verdade para alguém que não é de verdade. Era apenas um sopro de vento no meio de tanto ar.

Após largar a caneta no chão, me levantei e fui até a janela de vidro empoeirada, do quarto. Sento no parapeito com o vidro me cortando uma parte do corpo, sem realmente me encostar.

Coloquei os pés para o lado de fora e fiquei olhando para o nada. Com medo de pensar em algo.

Suspirei resignada e fechei os olhos e rezei novamente por minha salvação.

A tarde passava lentamente, o sol ainda alto la no céu azul, aquecia tudo menos a mim. O vento soprando as folhas das árvores lentamente, como uma caricia delicada.

Os barulhos mínimos da vizinhança, junto com o piar de um passarinho ali perto.

Após deixar-me levar pelo piar, pulei para o telhado marrom desbotado do primeiro andar que se estendia por um metro a frente. Dei uns passos para frente e olhei o gramado queimado lá em baixo. Suspirei perdendo-me em pensamentos sem sentido e esquecendo tudo ao redor.

Perdi a contagem do tempo. Joguei-me em mim mesma, procurando desesperadamente um motivo por ainda estar ali. Como era de se esperar não encontrei nada a não ser lembranças dos dias que estive ali, desde que acordei no chão do quarto.

De repente senti o vento frio, me encolhi com o arrepio.

Como eu...?

Fui interrompida por pneus freando ali perto. Não, não ali perto, mas sim na frente da casa que eu estava.

O quê?

Franzi a testa sem entender. Olhei fixamente o carro preto estacionado ali. Assim que prestei atenção pude ouvir a conversa dentro do carro.

-Hum...sei, você escolhe- uma voz de mulher falou de vagar.

- Sei lá!- falou uma voz de homem- você que sabe mãe. Essa casa é maior, mas...- uma pausa- precisa de reforma, aquela mulher que indicou falou que...- ele continuou a falar com a mãe.

Arregalei os olhos, não era possível. Alguém iria olhar a casa para comprar. Meu deus!

Uma mulher saiu do carro seguida por um garoto. Os dois eram altos, de cabelos pretos, o da mulher comprido e liso, o do garoto repicado, apontando para todos os lados. Os olhos pretos como grandes buracos negros, eram idênticos.

A mulher de calça jeans e camiseta azul escura, o garoto também de calça jeans preta e camiseta também preta. Levantei uma sobrancelha ao ver os dois caminhando par4a a estradinha de pedra. A mulher abriu a bolsa vermelha e começou a revira-la.

Os dois desapareceram em baixo do telhado e logo depois ouvi seus passos subindo os três degraus até a entrada, o barulho de uma chave e finalmente a chave entrando na fechadura da porta.

Com o rangido surdo a porta se abriu. Mostrando o interior da casa para aqueles dois. Literalmente quase desfaleci ao ouvir os passos dos dois entrando na casa.

Ouvi o garoto dizer:

-Nossa!- falou com repulsa.

-Hei!- chamou atenção a mulher.

Levei um corto tempo até organizar meus pensamentos.

Podia imaginar o que o garoto devia estar pensando, por que eu já pensara aquilo quando voltei para dentro da casa aquela primeira noite quando fui puxada. Depois daquilo eu tentará sair, mas parecia que uma barreira havia se erguido ao redor da casa. Na manha seguinte eu sai da casa e fiquei parada na frente da porta tentando imaginar por que aquilo havia acontecido. Testei a porta e consegui abri sem esforço algum, como se ela não estive se trancada.

Lá dentro vi a escada que dava para o segundo andar, bem conservada e de uma madeira lisa, o corrimão de carvalho bem polido, mas tudo tinha uma camada de sujeira.

O hall de entradas não tinha nada além do pó e paredes com papel de paredes rasgados. O chão era liso bem mais conservado que o segundo andar. O hall era mistura de um pequeno corredor, de um lado a sala de estar, enorme com lareira e grandes janelas de vidros, intactos. Do outro lado a sala de jantar, atrás desta ficava a cozinha e do lado um banheiro grande bem no fim do corredor. Do lado do banheiro, nos fundos, era a área de serviço e na frente um armário que saia para o centro da casa, que era enorme. Atrás da sala de estar tinha mais dois cômodos vazios que eu não sabia para que servia.

Os pensamentos sobre a casa foram interrompidos por um misto de terror e esperança. Não quis alimentar nenhuma, mas era inevitável.

Devia ficar feliz por alguém estar se mudando para aquela casa, não devia?

Não, o terror se acumulou, esta enganada. Eu quero alguém para conversar, saber o meu passado ou tentar me ajudar a descobri-lo, que alguém me veja.

É, eu quero muita coisa, mas não alguém morando na casa.

Mesmo assim eu não tenho direito de expulsa-los, eu estava morta afinal de contas. Pulei para o gramado e me virei para seguir os dois pelo hall, queria conhecer eles. Os encontrei no pé da escada conversando.

-é uma casa grande e espaçosa é só dar uns reparos.- disse a mulher- É o papel de parede, dar uma polida no chão, passar um poço de massa corrida em algumas paredes do primeiro andar- e ela continuou a citar pequenos reparos.

Dei uma risadinha, a coitada ainda não vi ra o segundo andar.

Ouvi outro carro parando ali perto, saiu dois homens de roupas casuais e caminharam pela estradinha de pedras, sai da frente da porta e vi eles cumprimentaram a família e informarem que eles foram mandados ali pela empresa que estava vendendo a casa, eles eram mestre de obras e iriam concerte-la para a entrega da casa para eles.

Descobri que o homem louro de olhos verdes o mais velho era arquiteto e o outro mais novo, com porte físico impressionante era o mestre de obra. Um tempo depois chegou o eletricista, conversaram sobre a reforma da casa, olhando cada cômodo do primeiro andar. Enquanto isso o garoto, Brad, filho da mulher chamada Nina, caminhava pelo segundo andar, abrindo as janelas. Eu o seguia feito um cachorrinho. Era engraçado vê-lo ser indiferente com as coisas, principalmente com a vista da sacada do lado, que eram esplendida por que o vizinho era designer de jardim, magnífico o jardim, com uma pequena fonte de anjo de mármore branco.

Brad era alto, fico no ombro dele.

O corpo não é musculoso nem tem ombros incrivelmente largos, mas ele era do tipo que se mantinha em forma, músculos pouco protuberante mas existentes.

No segundo andar tinha quatro quartos, dois banheiros, e uma salinha pelo que entendi. Assim que saia da escada de cada lado desta tinha um corredor e atrás da escada um grande parede de vidro preto, de um lado da escada ficava o quarto principal que era o maior e tinha um banheiro dentro com uma porta dentro do quarto dando passagem para a salinha que também tinha porta para o corredor que no fim também era de vidro preto. Do outro lado deste corredor da salinha era os quartos de hospedes.

No fim do corredor dos quartos de hospedes havia um banheiro com a porta dando para o corredor. Do outro lado da escada ficava o quarto onde eu havia acordado e se ligava ao banheiro do corredor.

Para minha frustração esse quarto em particular ficou por último.

Quando o Brad se dirigiu para a porta do quarto me adiantei, e mesmo sabendo que seria inútil, segurei firme a maçaneta. Não queria que ele entra se, na verdade foi meio que sem pensar meu gesto, por que eles iriam se mudar para a casa e iriam abrir aquela porta de qualquer jeito.

Mesmo assim continuei firme, segurando. Brad colocou uma das mãos na maçaneta, em cima e através da minhas mãos e abriu a porta ao passar para dentro do quarto atravessou-me. Vi seus pelos da nuca se arrepiarem e seus ombros ficarem tensos. Prendi a respiração por reflexo, sei que não preciso nem respirar mas não consigo deixar esse habito.

Brad se sacudiu e caminhou pelo quarto, abril as janelas. Quando estava voltando para porta tropeçou, sem querer comecei a rir. Logo parei pois Brad olhou para onde eu estava e pareceu procurar algo.

Fiquei uma estatua na porta com a esperança crescendo e o desespero também. Não era possível ele me ver ou ouvir por que ele olhava intensamente a porta e esperava que alguém aparece se.

-Mãe?- ele perguntou hesitante.

O silencio se prolongou.

-Alguém ai?- arriscou brad

Franziu a testa, será que ele queria saber de alguém vivo ou eu servia, para responder a pergunta. Optei pelo silencio, sei que é impossível ele me ouvir ou ver então não iria perder tempo respondendo.

Brad se levantou e olhou o chão, a taboa q tinha uma fresta, a que eu colocava as cartas. Observei ele parado olhando para o chão. Brad se abaixou e puxou a taboa, colocou a mão no espaço vazio, remexeu lá dentro e puxou algo, vi que era a carta que eu acabara de escrever.

Brad a olhou duvidoso com um dar de ombros abriu o envelope. Uma semente de esperança já brotava em mim, sempre pensei q logo depois de esconder as cartas que escrevia, elas sumiam como acontecia com outros objetos. Eu pegava algum objeto e o levava para outro lugar, era como pegar o fantasma do objeto sem realmente tira-lo do lugar.

Mordi o lábio inferior preocupada. Esperando a reação de Brad. Mas deu um tempo e balançou a cabeça, remexeu de novo na fenda do chão e pegou as três cartas. Viu a caneta atirada ali perto, mas deixou ali. Colocou os três envelopes dobrados no bolso da calça, e desceu.

Antes de eles irem embora, Nina já dizia animada que aquele seria seu novo lar.

E eu me contorcia de desconfiança.

Durante algum tempo desde aquele dia, tinha apenas os caras que reformavam a casa. Uma vez ou outra Brad ou Nina ou juntos iam lá.

Aos poucos a casa foi mudando enquanto os dias passavam.

E durante esses dias Brad conseguia me ouvir raramente. Mas não se assustou nem um pouco, apenas me achou interessante. E falava comigo como se eu fosse uma pessoa viva. As conversas eram mais eu me lamentando. E em outras eu perguntava sobre ele.

Brad era de Nova York, estudava em escola interna, mal via a mãe, mas agora que se mudara para Nova Jérsei ele quis trazer a mãe para morar com ele. Ele iria fazer faculdade de técnico em eletrônica . Por que era um nerd em computador e qualquer tipo de tecnologia.

Ele preferiu morar com a mãe do que se mudar para uma republica.

Nina era estilista, então não importava a cidade para a qual ela fosse. Ela iria abrir uma loja de roupas de confecção própria, uma replica da que tinha em Nova York.

Apesar da reação indiferente comigo, Brad me dava medo. Eu não entendia por que ele não tinha medo de mim. Eu era um fantasma e isso era de arrepiar. Descobri que minha visão era mais aguçada do que a dos humanos. Que só eu me tele transportava e também sabia correr mais rápidos que Brad.

Brad era curioso para saber como eu era. E quando eu lhe disse que podia me imaginar e que eu era linda, o que me fez rir.

Tinha vezes que eu achava q Brad era louco, que ele passara muito tempo com maquinas e por isso não tinha medo de mim, por ter perdido a noção da realidade. Que não era possível eu existir.

Quando Brad não tava lá na reforma eu achava que tudo não passava de imaginação. E ficava deprimida até Brad voltar e provar que era real. Comecei a ficar dependente de sua visita.

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oi de novo :) deixem comentarios por favor. eu fico mt feliz ta gente.

como ando trabalhando mt ñ posso publicar td dia, mas depois do dia 7 eu tentarei postar o maximo que eu puder. vlw :)

JB Oskain
Enviado por JB Oskain em 25/09/2012
Reeditado em 03/10/2012
Código do texto: T3901024
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