A garota que guardava gotas de orvalho [2ª VERSÃO]
(Atenção! Esse texto tem três versões diferentes, cada uma se focando em um personagem e um história. Essa é a segunda versão, da qual tem duas páginas. Nessa versão, Dan não precisa de ajuda, como na versão anterior. Quem precisa de ajuda é sua mãe, que está em coma.)
Após um mês que sua mãe estava em coma no hospital, Dan em desespero resolveu viajar para a praia, pois já não conseguia enxergar nenhuma solução. Ele precisava livrar sua mente de toda aquela preocupação, e precisava estar longe daquele local que estava acostumado a frequentar. Ele pegou um ônibus no meio da madrugada, do qual sentou em um banco, deitou a cabeça na janela, e assim acabou cochilando. Após algum tempo, Dan acordou, pois sentiu alguma coisa batendo em seu pé. Era uma concha. Ele a pegou, e nela estava escrito: “Encontre-me no bosque das pedras”. Dan se sentiu confuso e perdido, mas então conseguiu se lembrar que em um lugar distante da praia, havia um bosque bastante pequeno.
Assim que o ônibus chegou, já era começo da manhã, e Dan foi correndo até este bosque, onde encontrou uma garota de cabelos loiros ondulados que estava sentada ao lado de uma folha, deixando as gotas de orvalho cair dentro de uma concha. A garota olhou para trás e disse estar feliz por ele ter ido. A garota explicou sobre o poder que aquelas gotas de orvalho tinham. Aquelas gotas poderiam curar qualquer ferida. Sendo assim, ela disse que aquilo salvaria sua mãe. Dan não acreditou no começo, ele se sentiu confuso e estranhou o fato da garota saber sobre a condição da sua mãe. A garota disse que ela mesma também tinha um poder misterioso do qual não conseguia entender. Ela tinha a função de salvar as outras pessoas, e por isso, sabia de suas histórias. Porém, ela não sabia a sua própria história. Ela não sabia quem ela era de verdade. Ela já tentou usar o poder do orvalho com ela mesma, porém não funcionou. E por isso, a garota sentia como se ela fosse parte da natureza. É como se ela estivesse presa naquele lugar. E se ela tentasse ir para muito longe e ficasse muito tempo fora daquele bosque, ela sentiria falta de ar, ressecamento em toda sua pele e a sensação de que iria embora desse mundo. Ela não podia permitir que isso acontecesse, pois ela tinha a função de salvar as pessoas, por mais que ela não pudesse salvar a si mesma. Por fim, a garota explicou ao Dan o que ele deveria fazer para salvar a sua mãe. Ela deu a ele uma concha fechada, e dentro dela havia gotas de orvalho guardadas. As gotas de orvalho poderosas, que salvariam qualquer ferida. Ela explicou que Dan deveria lavar o rosto de sua mãe com o orvalho. Depois disso, a partir do momento em que ela abrisse os olhos, ela iria automaticamente respirar fundo e ela estaria salva, podendo viver a sua vida. Dan resolveu acreditar na garota já que não tinha nenhuma outra solução, e também por ter sentido convicção em suas palavras. Dan guardou a concha em seu bolso e agradeceu a garota. Disse que iria voltar para lhe trazer algum presente caso aquilo realmente funcionasse.
Depois de pegar o ônibus de volta para a sua cidade e chegar ao hospital, Dan abriu a concha e fechou os olhos, respirando fundo e torcendo para que aquilo desse certo. Lavou o rosto de sua mãe com o orvalho e olhou fixamente para ela, esperando alguma reação. Mas nada aconteceu. E com isso, lágrimas saíram dos olhos de Dan. Depois de alguns minutos, sua mãe abriu os olhos, se perguntando onde estava e se tinha acordado de algum sonho. Dan se sentiu muito feliz, e finalmente sua mãe pôde voltar para sua casa, mais saudável do que nunca. No dia seguinte, tendo certeza de que não teria perigo deixar sua mãe sozinha em casa, Dan foi correndo até o bosque para agradecer a garota. Ele estava levando um buquê de flores para ela.
No ônibus, Dan estava ouvindo um barulho nos bancos ao fundo. Era uma concha quebrada. Dan não entendeu exatamente o que aquilo significava, e desejou chegar logo, pois não teve boas intuições.
Chegando ao bosque, todas as plantas estavam mortas e muitas conchas estavam abandonadas no chão. Dan não acreditava no que estava diante de seus olhos. Aquele lugar estava morto, e isso significava que a garota também não estava mais lá. Dan entendeu tudo, com lágrimas nos olhos. A garota tentou ir mais longe, tentou fugir daquele bosque para ter uma vida própria, pois não queria mais estar presa lá. Ela ficou muito tempo longe do bosque e não conseguiu sobreviver, pois realmente aquele lugar pertencia a ela e vice-versa. Dan começou a chorar, pedindo soluções. Ele viu que uma concha estava fechada, e que ainda havia orvalho dentro dela. Dan fez o que a garota explicou. Ele quis curar suas feridas, para assim, quem sabe, trazer a garota de volta. Fechou os olhos, tentando se esquecer de tudo, e lavou seu rosto com o orvalho. Quando ele abriu os olhos, ele estava deitado. Tudo estava girando ao seu redor com muita confusão, Dan não entendia o que ele estava fazendo lá. Quando Dan se levantou, se deparou com a garota. Ela estava sentada na grama, sorrindo para ele. Dan sorriu também, e antes que ele perguntasse se aquilo era real, a garota explicou que ela havia ido embora para tentar encontrá-lo, pois estava se sentindo muito sozinha sem ele, e que isso só havia acontecido porque ele não estava por perto. Ela sentiu sua falta, e por isso foi embora, mas acabou ficando fraca a ponto de acabar com o bosque e com a sua própria existência. Mas Dan a salvou. As feridas de Dan foram salvas, assim fazendo com que a garota voltasse, já que as feridas dele existiam pelo fato dela não estar mais lá. Depois de toda essa explicação, Dan respirou aliviado e os dois sorriram, em meio à natureza que voltava a nascer novamente.