Os dois mundos.
O Universo do qual vou falar não é feito de matéria, mas é feito de pensamento. Apesar disso, há uma parte da matéria que se volta para lá, mas nós chamamos de inconsciente. O inconsciente nada mais é do que a parte da nossa mente que se volta para outro Universo, ao qual estamos conectados pelo inconsciente.
I. Introdução.
A história que vou contar é sobre um mundo perdido pelo pecado, mas ao qual estava conectado outro mundo, onde o pecado também existia, mas era combatido pelas forças ocultas e, assim, poucos conheciam a verdade que todos sabiam quando nasciam, mas se esqueciam conforme eram consumidos pelo pecado. Entretanto, as religiões tentavam amenizar o pecado das pessoas, mas as forças do mal também atacavam os religiosos e a luta do bem contra o mal era constante. Assim, aqui nesta história vou falar sobre dois mundos: um no qual vivemos e outro para o qual vamos quando morremos.
II. Capítulo 1: Os dois mundos.
Francisco Medeiros de Assis era um jovem de dezessete anos que vivia com os pais num apartamento de um prédio de Fortaleza, no Ceará. Era filho único e fazia o terceiro ano do Ensino Médio no Colégio Ari de Sá Cavalcante, na sede Duque de Caxias. Tinhas aulas pela manhã de segunda a sábado e, à noite, tinha aulas de inglês de segunda a sexta na Casa de Cultura Britânica da Universidade Federal do Ceará. Era um excelente estudante. Era o que fazia conscientemente. Entretanto, em outro mundo, ao qual Francisco estava conectado pelo seu inconsciente, Francisco era um anjo chamado Miguel, filho de um casal de anjos.
Miguel usava o inconsciente de Francisco para compreender a realidade material, mas não conseguia enxergar exatamente a matéria, mas o lado material dos Espíritos que constituem a matéria do inconsciente. Entretanto, Miguel conseguia agir em Francisco através do inconsciente e podia experimentar o gosto do morango, a sensação de receber o vento no rosto e a visão de uma mulher bonita. Tudo isso era possível para Miguel, mas não conseguia se comunicar com Francisco nem perceber quem ele era. Um não sabia que o outro existia.
Assim começa a nossa história. Não entendam mal o que quero dizer quando digo que o mundo em que Francisco vivia estava dominado pelo pecado, mas é que Jesus Cristo não tinha sido suficiente para modificar o pecado do inconsciente das pessoas que atuava no mundo de Francisco, mas, em termos de consciência, Jesus predominava. Assim, muitas pessoas eram movidas inconscientemente pelo Diabo ou por demônios dele, sendo, no mundo de Francisco, pecadoras por isso. Esse Diabo de que falo não era o demônio de Satanás, que era o anjo caído de Lúcifer, mas era o demônio da perversão de Lúcifer que surgiu quando este foi expulso do Céu.
O mundo de Miguel era diferente do mundo de Francisco. Miguel era um anjo considerado deus para os anjos das castas terrenas e, por isso, morava numa ilha isolada do resto do mundo do inconsciente, numa montanha infinita, na qual os anjos habitavam e a altura das cidades variava de acordo com a hierarquia dos anjos até chegar a Deus, que ficava no infinito. Os anjos das castas inferiores não moravam nessa montanha, mas habitavam um país próximo à ilha, que constituía uma península ligada ao continente celestial. No continente celestial é que ficava uma cidade chamada Paraíso, não habitada por anjos, mas pelos santos de uma linhagem de humanos que ascendeu ao Céu. No restante do continente, havia várias cidades habitadas pelo povo celestial, que também era santo, mas não eram dignos de habitar o Paraíso. Era numa dessas cidades que vivia Adão e Eva, que tinham sido expulsos do Paraíso, mas que ainda habitavam o Céu.
O mar do continente celestial não era feito de água líquida, mas de água em forma de vapor e era muito profundo. No fundo do mar, habitavam os povos das castas inferiores às dos anjos, como os duendes, os trols, os deuses das mitologias grega, nórdica, entre outras, as fadas, os deuses de todas as épocas e de todos os povos do mundo de Francisco, os bruxos, os magos, os guerreiros e as musas, além de todas as fontes de inspiração da fantasia humana, mas não exatamente a fantasia, pois a fantasia humana habitava o continente da Fantasia.
Além dos continentes do Céu e da Fantasia, havia o continente do Vale da Sombra da Morte, onde habitavam as pessoas que morreram de forma horrível, as vítimas de assassinato, atropelamento, envenenamento e todos cuja vida foi tirada por outra pessoa. Nesse continente, havia uma cidade, chamada também de Vale da Sombra da Morte, onde habitava o lado Satanás de Deus, junto com o lado vampiro de Jesus - o Príncipe dos Mortos, os brinquedos assassinos adoradores de Jesus - que iam para a matança nas cidades vizinhas, o Anjo Mal - o lado de Deus catequizado pelo vampiro de Jesus, os espíritos mais terríveis e que sofreram mais na hora de morrer e alguns anjos que ficavam lá para auxiliar os que procuravam ajuda.
Além desses três continentes, havia um quarto, chamado de Inferno. Nesse continente havia uma cidade chamada também de Inferno, onde habitava o Diabo de Satanás e seus demônios, Satanás e seus anjos caídos, que habitavam a base de uma montanha, em cima da qual habitava Lúcifer - que ficava no topo - e outros anjos, que não eram caídos, mas eram filhos de Lúcifer com anjos caídos, além de Mamom e seus discípulos. Nas outras cidades do Inferno, habitavam demônios não militares e pessoas que cometeram muitos pecados quando em vida, além de toda sorte de aberrações que se pode imaginar.
Além desses quatro, havia um quinto continente chamado Purgatório. Nele havia uma cidade também assim chamada, onde habitavam os cavaleiros de Deus, os mosqueteiros de Deus, os policiais, toda a sorte de cavaleiros, os militares e todos os guerreiros. Nas outras cidades, habitavam as donzelas e os seus parentes, os reis e as rainhas, os políticos, os atores e todos os seres humanos que não mereceram outro continente.
Nos mares desses continentes, habitavam os seres a eles relacionados. No mar do continente fantasioso, habitavam os escritores e todos os que, em vida, trabalharam a fantasia. Já no mar do Vale da Sombra da Morte, habitavam os piratas e todos os malfeitores que ficaram nas lendas humanas. Já no mar do Inferno, habitavam os seres das trevas das lendas humanas. Já no mar do Purgatório, habitavam os amantes das histórias de cavalaria e das façanhas dos guerreiros humanos.
Havia outros continentes e mares, mas não é necessário falar sobre eles agora. Atenhamo-nos aos que se relacionam ao mundo de Francisco mais diretamente.
II. Capítulo 2: