O mundo oculto de Diego.

I. Introdução:

A maioria das pessoas está acostumada a tudo o que vive nesta realidade aparente: o gosto das frutas, o som das árvores, a textura das paredes. Tudo isso é imitado pelo mundo espiritual interior de cada indivíduo, sem que ele tenha consciência, através do perispírito. É tudo ilusório.

Quem veio primeiro? A matéria ou o espírito? Logicamente, nada pode nascer do nada. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. Logo, se Deus existe, ele é espírito.

O mundo espiritual tem segredos e o mundo material também. Aqui alguns deles serão revelados.

II. Capítulo 1: Diego se vê em Deus.

Diego era um homem simples, que tentara estudar e trabalhar ao mesmo tempo, mas não conseguia conciliar o trabalho com o estudo. Estava trabalhando, quando percebeu uma voz lhe chamando. Ele parou o que estava fazendo e foi atrás da voz. O seu chefe tentou interceptá-lo, mas já era tarde.

Foi até sua casa e percebeu que não reconhecera a sua rua nem os seus familiares. A sua mãe percebeu que ele chegara mais cedo e que não falara com ninguém. Entrou no quarto e trancou a porta.

A voz o guiou até a cama e, quando Diego fachou os olhos, tudo começou.

Diego abriu os olhos e viu que estava deitado sobre uma grande árvore de raízes frondosas, mas que não se admirava de estar ali. Era como se ele fosse outra pessoa e tivesse outra personalidade. Começara a notar que tinha outro corpo, mas com características semelhantes à sua. Era um Deus rei de um palácio com cavaleiros, que eram os monges do reino de deus; mosqueteiros, que eram os guardas do reino; anjos, que eram os militares do reino; anjos élficos, que eram a corte do reino; e policiais, que eram os súditos.

Diego olhou-se na margem do lago do jardim do castelo e viu que tinha duas asas enormes, brancas e cheias de penas. Possuía roupas reais e tinha uma coroa na cabeça. Carregava uma espada na cintura, além de segurar um cetro. A sua pele brilhava ao sol e seus olhos mudavam de cor de acordo com os seus sentimentos.

Os cavaleiros também tinham asas, mas negras. Possuíam espadas na cintura e tinham o dever de levar a palavra de Deus para as terras dominadas pela ignorância, destituídas da bondade divina, onde o mau predominava, além de protegerem as pessoas em perigo.

Os mosqueteiros também tinham asas, mas amarronzadas. Tinham o dever de proteger o castelo e todo o reino. Por onde fossem tinham o dever de manter a justiça, a paz e a soberania do rei. Também portavam espada na cintura, mas não podiam deixar as terras do rei. Iam no máximo até os portões da última cidade do reino.

Os anjos também tinham asas, mas eram de cores variadas, dependendo da patente militar do anjo. Cada anjo ocupava um lugar fixo na hierarquia militar, que não mudava, pois todos eram eternos, assim como todos os outros, se não pelos pelos policiais, pois estes eram mortais e viviam, no máximo, setenta e cinco anos.

Os anjos élficos eram parecidos com os anjos, mas sem asas. Também eram muito bonitos, mas tendiam para uma aparência menos rude e musculosa, com formas mais afiladas. Não portavam armas, mas eram como vampiros, pois possuíam dentes grande e afiados, mas só se alimentavam de sangue de escravos e prisioneiros de guerras e, quando não tinham sangue para beber, bebiam vinho transmutado em sangue por Deus.

Os policiais eram o povo e todos eram treinados para vigiar e proteger as cidades. Eram um povo guerreiro, por isso, todas as crianças, mulheres ou homens, eram treinados para servir a cidade. Fiscalizavam os visitantes e faziam a proteção dos aliados.

Diego afastou-se do lago e aproximou-se de uma entrada lateral do castelo. Quando entrou, viu uma mulher. Era um mosqueteiro. Tinha a pele branca e asas marrons, além de um sorriso meigo e olhos negros penetrantes. Lembrava as mulheres mais nobres, de estirpe da mais alta hierarquia, mas tinha traços de mosqueteiro: orelhas afiladas, rosto afilado e musculatura desenvolvida. Era uma mulher bastante forte. Disse: "-Salve o rei Deus!" E ele respondeu com um aceno de cabeça. Diego entendeu que seu nome era Deus, mas não sabia direito quem era. Deus foi até o salão sagrado encontrar-se com os cavaleiros e perguntar-lhes como estava a guerra contra os demônios do reino do rei Diabo. Quando entrou, viu os cavaleiros orando, cada um numa cadeira de um salão imenso, com um tapete vermelho que se estendia por quase um quilômetro. Voou até o palco, onde o líder dos cavaleiros estava discursando para os outros. Depois de alguns minutos, Deus chegou até o palco e informou-se no intervalo do discurso com o líder dos seus cavaleiros, chamado Jesus, sobre a situação da guerra contra os demônios. Ele informou que muitas cidades estavam sendo destruídas, pois os habitantes delas sofreram transformação em demônios e o pecado e a ignorância predominava sobre elas e o jeito era destruir essas cidades. Naquele momento, Jesus estava enviando dez mil cavaleiros para combater em terras onde a vida religiosa das pessoas estava dando lugar à prostituição de crianças e a pregação da palavra do Diabo, além do saque às cidades vizinhas e da transformação de seres humanos em demônios por métodos mágicos que os anjos caídos de Lúcifer possuíam. E Lúcifer era o general do Diabo, mas alguns anjos faziam parte da família de Lúcifer e o consideravam o seu líder.

III. Capítulo 2: A história de Lúcifer e do Diabo.

Lúcifer era um anjo de Deus, mas não respeitava muito a sua vontade. Por isso, Jesus o mandou para uma missão suicida guerrear contra criaturas invasoras das terras aliadas do reino de Deus. Eram criaturas tão antigas e tão poderosas que Lúcifer, apesar de ter vencido, ficou marcado para sempre com o pecado humano. Quando regressou, Lúcifer chamou alguns anjos de sua confiança e tentou tomar o poder do reino de Deus, mas os mosqueteiros agiram prontamente e os impediram. Deus expulsou Lúcifer do reino, mas, sabendo o que acontecera através de sua clarividência, separou Lúcifer do seu pecado e, assim, nasceu o Diabo.

Lúcifer e seus anjos foram habitar uma região sombria, onde poderiam prosperar sem a influência de Deus. Nomeou o Diabo o rei do Inferno e, tendo aprendido a separar o pecado de si mesmo, aplicou o seu conhecimento nos outros. Mandou o Diabo fazer orgia com os seus anjos e, depois, separou o pecado deles. Eis que, assim, surgiu o reino do Inferno. Os demônios podiam ser multiplicados, mas os anjos eram apenas cem, excluindo Lúcifer - que era cavaleiro, por isso nunca saíam para guerras. Eram a inteligência do Inferno. Apesar disso, Lúcifer era considerado o general do Diabo, mas este usava demônios de confiança para liderar em batalha.

IV. Capítulo 3: A batalha contra os demônios e a vitória dos cavaleiros.

Deus autoriza a saída de dez mil cavaleiros do reino. Os dez mil cavaleiros voam rumo à guerra contra os demônios do Diabo. Quando do voo dos dez mil cavaleiros, todos pararam em frente ao campo de partida, abriram as asas e começaram a voar de uma maneira organizada, formando uma nuvem de cavaleiros. Primeiro deixaram o castelo. Passaram por cima da muralha, sobrevoaram as adjacências do reino e continuaram a voar, passando por terras repletas de verde. Árvores altas, vales e montanhas até atingir a praia onde pousaram. O destino era uma ilha não muito distante da praia. Dava para avistar a ilha ao longe, quase imperceptível.

O general inferior a Jesus que partira nessa empreitada era Lucas. Gritou ele: "-Preparem as espadas! Atacar!" Uma nuvem de dez mil cavaleiros voou por cima da água salgada até atingir a ilha. Os cavaleiros foram recebidos com uma chuva de flechas, mas poucos foram atingidos, pois se dispersaram muito. Atacaram por todos os lados. Seiscentos e vinte e cinco cavaleiros atacaram por cada ponto subcolateral, colateral e cardeal.

Os demônios faziam a vigilância da ilha. Já esperavam a vinda dos cavaleiros, mas não esperavam que viessem tantos. Eram ao todo vinte mil demônios mais a população de ilha que dava quinhentos mil habitantes, todos pervertidos pelos demônios, acostumados a orgias.

Os cavaleiros pousaram na ilha e atacaram. Cada inimigo que matavam, apareciam mais dois. A batalha foi terrível. Os demônios atiravam flechas e os humanos defendiam a ilha com espadas e lanças, mas não era suficiente para conter os cavaleiros. Em meio à batalha, alguns demônios fugiram em dragões criados no Inferno, mas a maioria ficou e foi dizimada. Ao fim da batalha, não sobrou um inimigo vivo na ilha. Alguns cavaleiros morreram - em torno de trezentos.

Nove mil e setecentos cavaleiros regressam ao reino de Deus e os trezentos mortos são enterrados no cemitério do reino. Deus criava um cavaleiro por ano através de cópula com mulheres cavaleiros. Assim também era em relação aos anjos, aos mosqueteiros e aos anjos élficos. Eles jamais envelheciam e amadureciam infinitamente pela eternidade, se não fossem mortos.

V. Capítulo 4: A decisão de Deus encarnar em Diego.

Deus começou a perceber a presença de um estranho em seu corpo e investigou-se para saber quem era. Descobriu que era Diego e passou a se comunicar com ele através do anjo que protegia Diego, pois Diego falava português e Deus falava a língua dos anjos, e só uma conexão entre Deus e o perispírito de Diego poderia permitir a Deus que se comunicasse com Diego em pensamento. Embora Diego fosse médium, não compreendia que aquele fenômeno era mediúnico, pois não tinha experiência com Espíritos fora da matéria, apenas com Espíritos materializados.

Deus compreendeu que Diego era um ser humano da Terra e compreendeu que ele era o escolhido, pois era o único ser humano em toda a existência da humanidade em todos os mundos que podia se comunicar com Deus espiritualizando-se, digamos assim; pois, para os Espíritos se comunicarem conosco, eles precisam se materializar. Deus compreendia a realidade de uma forma diferente da forma como os outros Espíritos compreendiam, pois ele próprio era o programador do sistema espiritual em que vivia e fora desse sistema que nascera o espaço e o Universo material. Sendo assim, Deus enviou um combatente humano da Terra para vigiar e proteger Diego, enquanto ele não se revelasse, pois, na hora certa, ele compreenderia qual era a sua missão e salvaria o planeta onde o sistema espiritual fora criado da destruição pelas máquinas e por aqueles que tinham se rendido a elas.

Diego era um médium capaz de se comunicar com Deus, mas não tinha instrução para fazer comunicações proveitosas; além disso, Diego ficava em crise enquanto se espiritualizava e, assim, não podia desenvolver a sua cognição. A solução era o próprio Deus encarnar em Diego para prepará-lo para uma comunicação mediúnica entre Diego e Deus.

Para encarnar em Diego, Deus chamou o anjo Gabriel, que era um anjo combatente, e disse: "-Preciso encarnar num mortal. Encarne-me de forma sigilosa, sem que nenhum anjo terreno saiba através de uma influência nossa diretamente no corpo de Diego." Gabriel acatou a ordem e Deus começou a jornada de encarnação, mas, para isso, teve que passar por várias provações até ter o treinamento necessário para encarnar em Diego.

Foi dada uma festa de despedida em que todo o reino foi convidado para Deus. Todos os cavaleiros, mosqueteiros, anjos, anjos élficos e policiais pediram para acompanhá-lo, mas Deus escolheu uma comitiva de apenas dez Espíritos, entre eles: dois cavaleiros, dois mosqueteiros, dois anjos, dois anjos élficos e dois policiais.

Seria uma longa jornada para aqueles onze Espíritos. A partida foi triste, pois todas as mulheres do reino ficaram de luto. Eles levaram algumas provisões como pão e vinho, além de equipamentos e armas, além de, cada um, ir montado num pégasos.

Capítulo 5:

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 01/09/2012
Reeditado em 05/09/2012
Código do texto: T3859538
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.