Guardiões - Uma jornada que você nunca viu | Capitulo 5 - Passado
Jake
Jake não estava entendendo o que Nina estava dizendo.
— O que você está dizendo Nina?
— É uma história muito longa...
— Conte a ele, Nina! — Barbara disse.
— Está bem, á dois anos atrás quando você me deixou sozinha no festival, eu guardei aquela rosa, ela estava presa ao meu espelho e eu estava criando coragem para ligar. — Ela sorriu, e Jake estava se jeito e um pouco culpado, ele não estava se lembrando de quem ele realmente gostava, era Lilian ou Nina? Nina continuou a falar. — Bom, eu sempre morei com meu tio, meus pais morreram quando eu tinha seis anos, eu era uma garotinha e não me recordava muito bem deles. A mais ou menos um mês, eu estava em casa, com meu tio, preparando-me para dormir quando eu ouvi um barulho, eu me assustei e sai do meu quarto para ver o que era. Esse foi o meu maior erro. Quando eu cheguei próximo da porta, avistei meu tio caído no chão, alguém estava sobre o corpo dele, esse alguém estava “sugando” o sangue dele.
— Era um Keeper. — Jake falou.
— Aham, eu não se de que forma, mas eu consegui expulsa-lo , eu falei: “ saia da minha casa! “. Depois disso eu descobri que quando o meu tio morreu, a casa começou a pertencer a mim, eu o expulsei. Eu me aproximei do meu tio e ele me falou que era perigoso ficar ali, e que eu tinha que vim para o interior de Nova York, e procurar a Anciã do Lago Norte, eu não sabia de nada e estava perdida.
— Como você conseguiu chegar aqui, querida? — Barbara perguntou.
— Eu consegui entrar escondida em um bagageiro de um ônibus e cheguei a dois dias aqui em nova York, eu estava procurando por perto, eu dormi em um celeiro e a pouco tempo eu estava passeando por perto e estranhei estar tudo vazio, eu me escondi entre as arvores e avistei o seu carro indo de ré, eu olhei para a frente e vi que parado no meio da rua, estava o Keeper que matou meu tio. Eu tinha que sair dali, então eu corri e vi que você atropelara o vampiro, era minha única chance, então eu corri e entrei no seu carro. Logo eu vi quem eu encontrara lá. — Ela sorriu para Jake que retribuiu o sorriso olhando diretamente no seus olhos. Barbara interrompeu os dois:
— Quem era seu tio? — Barbara perguntou.
— Meu tio era Malow King.
A mulher se surpreendeu e não acreditou.
— Não pode ser, Malow. Nina, Malow era meu melhor amigo de infância. Seu tio também era um bruxo, ele não queria admitir, por isso sua mãe separou-nos quando éramos criança, mantínhamos contato, mas era muito pouco.
— Minha vida está muito confusa. Por que ele me mandou aqui?
— Eu acho que sei por que. — Ela se ergueu e caminhou até uma estante que ficava perto do sofás, ela abriu um pequeno recipiente de porcelana e de lá trouxe um anel, era lindo. Todo revestido de prata com uma grande pedra verde, era lindo. Barbara levou o anel até Nina, ela entregou para Nina e falou:
— Nina, você viu seu tio morrer?
— Não. Ele me mandou correr.
— Nina, eu posso lhe dizer que seu tio não está morto. — Barbara falou isso lentamente para que Nina não tivesse um impacto tão grande.
— Como?
— Bem, um Bruxo não morre tão fácil assim, muito menos um Bruxo Ocidental.
— O que é um bruxo ocidental? — Jake perguntou.
— Um bruxo original, que nasceu em Invitus é mais forte do que um bruxo filho de um mesmo e de um humano, quando esse bruxo é um bruxo do Ocidente é onde a magia branca permanece, esse bruxo é mais forte ainda. Um bruxo não pode morrer se ele estiver desligado do seu anel. — Barbara mostrou o anel que mostrar para Nina. — Eu meio que roubei o anel do Malow, eu desconectei o lado bruxo dele, então ele não poderia ser morto. Seu corpo está na terra, mas sua mente está aprisionada, ele está algo como dormindo.
— Onde ele está? — Nina perguntou.
— Eu posso lhe dizer apenas que ele está em Invitus, ele é um bruxo, então foi fácil para ele entrar lá.
— Quem pegou ele? — Nina perguntou.
— Seu tio tinha alguns inimigos, mas eu conheço um, ele teria motivos para leva-lo. — A velha mudou sua expressão e novamente caminhou até a mesma estante, mas desta vez agarrou um livro que estava em uma pilha destes. Ela abriu o livro e trouxe a Nina, sentou-se no sofá novamente e falou para ela mostrando o livro:
— Esse era algo como o diário do seu tio, ele foi embora da cidade e quando ele saiu, eu procurei pela casa e eu descobri onde ele guardou o diário. Eu li e reli este diário e acho que está por aqui... — Ela começou a ler.
“Aluse sem duvida era o ser mais arrogante que eu havia conhecido, ele e seu mísero servo Challed, eram estúpidos. Primeiro, ele acabara de roubar Leah de mim e segundo eu não suportava ele ser um bruxo e não poder usar os meus poderes. Faltava seis meses ainda, e eu não suporto mais ele se gabando do que ele pode fazer, eu sei que ele é meu irmão, mas... “
— Nina, você conhece Aluse? — Barbara interrompeu.
— Não. Eu tenho outro tio? Eu não sabia.
— Nina você não tem outro tio.
Nina entendeu o que ela queria dizer.
— Quer dizer que...
— Que Aluse era seu pai.
— Mas não é possível, meu pai morreu, ele e minha mãe morreram quando eu tinha seis anos. — Nina estava confusa.
— Ele não morrer Nina, ele matou sua mãe... — As palavras de Barbara acabaram.
Jake olhou para Nina e viu que de seus olhos escorreu lagrimas, ele tentou abraça-la.
— Não fica assim. — Jake sussurrou no ouvido de Nina.
— Como assim , ele matou minha mãe, ONDE ESTÁ AQUELE DESGRAÇADO? — Nina gritou e todos os quadros simplesmente caíram da parede.
A mesa de vidro, a mesa de centro explodira.
Foi algo como um instinto, Jake tentou proteger Nina, ele abraçou ela para que nenhum caco de vidro machucasse-a. Mas o estranho aconteceu, Jake abriu os olhos e olhou para Barbara, ela erguera sua mão e os cacos de vidro pararam no ar e rapidamente, eles retrocederam, voltando-se a montar a mesa de centro. Os quadros subiram novamente para o lugar. Tudo estava bem novamente.
— É mais perigoso que eu pensava, quantos anos você tem Nina? — Barbara perguntou.
— Dezesseis.
— Quando você vai fazer Dezessete?
— Daqui a dois meses.
— Não pode ser. — Barbara estava muito preocupada.
— O que vai acontecer com ela? — Jake perguntou.
— A um ano mais ou menos, seu tio me ligou e pediu para nos encontrarmos. Eu fui a Tennense, e nós nos encontramos em um restaurante. Ele estava muito preocupado, ele havia tido um sonho, ele falou que sabia do perigo e não tinha como impedir. Ele falou que Aluse havia feito um pacto, esse pacto dizia que aos Dezessete anos sua filha teria que fazer uma escolha. Ela ou se juntaria a ele no Trono de Arsenic, ou morreria.
— Ela não pode ir. — Jake falou.
— Eu não quero ir. — Nina falou.
— Então, sinto muito mas você vai morrer.
— Não tem alguma forma de restituir o pacto? — Jake perguntou.
— Não é possível restituir um pacto, há apenas uma forma de salva-la. Seu tio me falou que para salva-la alguém tem que morrer por ela, se entregar por ela.
Jake soube o que iria fazer.
— Não há ninguém para entregar-se por mim.
— Tem sim. — Jake sorriu.
— Você não vai fazer isso, eu não vou deixar. — Nina falou.
— Eu já fiz.
— Não. — Nina gritou.
— Não adianta você gritar comigo.
— Você não vai morrer por mim.
— Eu vou morrer de uma forma correta pelo menos. Barbara o que eu devo fazer? — Jake ignorou Nina e falou com Barbara.
— Você precisa se sacrificar no altar de Arsenic. É em Invitus.
— Já me falaram o que eu devo fazer. Eu estou atrás de Lilian, ela foi levada para lá.
— Quem é Lilian? — Nina perguntou.
— Minha namorada.
— Hmm. — As maçãs de rosto de Nina coraram.
— Bom, menino, você precisa de uma alma! — Barbara falou.
— Eu já sabia disso, preciso ir a um cemitério.
— Você é um garoto de sorte, eu posso lhe dizer que tenho uma alma guardada nesta casa. — Barbara falou.
— Como alguém guarda uma alma em casa? — Jake achou muito estranho.
— É uma longa história, eu abriguei uma mulher nesta casa e ela estava muito doente, ela morreu e sua alma ficou aprisionada neste colar. — Barbara acariciou o colar que estava em seu pescoço, ela agarrou o colar e entregou-o a Jake.
— Eu utilizo ele por que eu consigo realizar magia mais poderosa.
— Muito obrigado, mas há mais um problema. — Jake guardou o colar no pescoço e falou.
— O que? — Barbara e Nina perguntaram ao mesmo tempo.
— Keeper. Meu carro está fora do terreno desta casa.
— Mas seu carro não é o único automóvel desta casa.
— Você tem outro carro? — Nina perguntou.
— Não, eu tenho uma coisa mais poderosa. — Barbara sorriu.
— O que?
— Venham comigo. — Barbara se ergueu e caminhou em direção a uma porta que ficava do outro lado da sala, ela abriu essa porta e lá estava uma escada que descia em direção a escuridão.
Barbara desceu lentamente cada degrau e os dois a seguiram, eles não enxergavam nada e tinham que deduzir onde pisar. Eles chegaram ao final da escada e Barbara elevou a mão encontrando uma pequena linha onde puxou, uma luz se acendeu e parado sob o centro estava uma Ninja 250R negra, ela aparentava estar meio empoeirada, mas Jake deduziu que ela ainda funcionasse.
— Era do seu tio, acho que ainda funciona! — Barbara sorriu.
— Vamos? — Jake sorriu para Nina.
— Claro. — Nina sorriu e o coração de Jake tremeu.
Jake caminhou até a moto e subiu sentando de uma forma que ele fosse quem iria dirigir, Nina caminhou e sentou sobre a moto segurando-se nas costas de Jake. Quando as mãos de Nina tocaram Jake ele sorriu e Nina falou:
— Não é engraçado.
— Eu não estou achando graça. Eu estou apenas feliz.
— Vamos.
Barbara caminhou até próximo a parede e de frente para moto, abriu-se uma porta, mostrando ali, uma rampa para subir para o andar onde havia a rodovia. Jake olhou para Barbara.
— Muito obrigada.
Barbara sorriu e Jake acelerou.