Guardiões - Uma jornada que você nunca viu | Capitulo 4 - 1998

Jake

Jake ligou o carro, ouviu o ronco do motor e ele deu ré em direção a estrada que iria chegar a rodovia principal, ele sabia que para chegar ao cemitério local precisaria dobrar na segunda estrada após a rua que daria a casa do Phill.

Quando ele chegou a rodovia principal, não havia carro algum, a rodovia estava deserta. Ele achou que estava com sorte e continuou dirigindo, mas como na sua vida dava errado, essa não seria a única que não. Ele não percebeu que á 100 metros estava parado no centro da rodovia, um homem, mas ele sabia que não era um homem comum, por que nada na sua vida era comum. A medida que ele ia se aproximando, as feições do homem foram se revelando. Ele era muito alto e seus olhos vermelhos como sangue, ele vestia uma roupa muito estranha, não aparentava ser muito uma roupa, era algo como trapos negros enrolados ao corpo. Ele parecia ser muito intimidador, mas Jake agora não tinha medo de mais nada. Ele ouviu o homem gritar e quando olhou para ele viu que em sua boca haviam duas grandes presas. Foi a primeira coisa que lhe veio a cabeça, “Não pode piorar mais, um maldito vampiro”. Então bingo, uma ideia maravilhosa. Ele poderia atropela-lo.

A medida que ele aproximava-se, se convencia que a melhor forma de sair dali era ou atropelando-o, ou fugindo. De repente ele freiou o carro, e decidiu que realmente iria mata-lo. Ele pisou no acelerador e incrivelmente rápido o carro partiu para cima do Keeper, ele pensou, não posso parar agora, eu não posso parar.

Ele fechou os olhos e não viu mais nada, apenas abriu quando sentiu que ele havia atropelado alguma coisa. Ou melhor, alguém. Seu coração estremeceu sem abrir os olhos ele sentiu que alguém havia embarcado no carro, lentamente seus olhos foram se abrindo, para sua surpresa, não era um Keeper.

Fazia algum tempo que Jake não avistava aqueles olhos, lindos olhos castanhos, ela possuía cabelos ondulados e marrons com algumas mechas loiras, seu sorriso e seu olhar eram bem familiares.

Fora a anos atrás, ele conheceu-a em um festival no interior do Estado.

“Era noite, a lua iluminava cada um dos rostos esta noite. Jake possuía desta vez apenas quatorze anos, ele viajara juntamente a seu pai e sua mãe para um festival que ocorria em Tennense. Eles quase nunca saim junto, e as poucas oportunidades que haviam era motivo de sorriso para Jake. Sua família ultimamente estava muito separada, seu pai trabalhava demais e sua mãe não fazia diferente.

Alana e Patrick estavam parados perto de uma das tendas junto com Jake, quem avistava eles acreditava que ali havia uma família feliz. Jake se dirigiu a sua mãe e normalmente perguntou:

— Posso caminhar um pouco?

— Claro, filho. — Sua mãe respondeu claramente.

Ele se dirigiu a uma das tendas, a que lhe agradará mais. Lá, sentada em uma cadeira, estava uma linda garota, ela possuía feições ingênuas e sua pele parecia ser de veludo, ela era linda e seus cabelos e olhos eram castanhos, sua pele era muito branca. Ele se encantou com aquele olhar e se aproximou para tentar conversar.

— Oi! — Ele Disse.

— Oooi! — Sua voz era doce e tímida, ela era linda igual a menina.

— Prazer, sou Jake! — Ele ofereceu sua mão ( suando ), para ela cumprimentar.

— Sou Nina. — Ela sorriu e ele sentiu vontade de abraça-la.

— Você é da onde? — Ele perguntou.

— Daqui mesmo.

— Hmm. Eu sou de Nova York.

— Como é por lá? Todos falam que é bem movimentado.

— Sim, Sim. Como é por aqui? — Jake disse

— Acho que é calmo demais.

— Hmm. Você tem bastante amigos? — Jake perguntou sorrindo.

— Não muitos, apenas a Hanna.

— Legal. — Ele estava muito tímido.

— E você? — ela perguntou.

— Não tenho muitos, apenas o Phill.

— Quem é Phill? — Ela perguntou.

— Um cara lá, ele é meu melhor amigo.

— Hanna também é minha melhor amiga. — Ela sorriu e com suas delicadas mãos repousou uma mecha que caíra sobre seus olhos, ela sorriu e ele tentou retribuir. Ele sabia o que tinha que fazer, esse era o momento ele sabia disso, antes da garota abaixar sua mão , ele pegou ela. Quando ele a tocou, foi algo incrível. Ela sorriu e segurou sua mão. Os dois sorriram e lentamente aproximando seus rostos um dos outros, seus lábios se tocaram. Ele fechou olhos, ele estava explodindo por dentro.

Eles se afastaram lentamente e ela sorriu para ele, seu sorriso era único. Ele se ergueu e olhou para os lados, percebeu que não havia ninguém ali perto. Ele olhou para ela e procurando pela tenda encontrou uma caneta.

Ele recolheu uma flor de um dos buques que estavam em cima da mesa, e sob a pétala anotou seu numero do celular. Ele a entregou e sorriu, ele caminhou de costas e saiu correndo pela escuridão.”

Jake estava assustado com aquilo, por que a garota que ele beijara quando tinha quatorze anos havia entrado a poucos segundos dentro do seu carro?

Ela estava um pouco diferente, não vestia o mesmo vestido de algodão como na ultima vez que ele a vira, ela estava mais madura. Vestia uma calça jeans, uma blusa roxa sobreposta por uma camisa de flanela preta com cinza, seu rosto estava mais adulto, ela estava ainda mais linda. Jake olhou diretamente para aqueles olhos e lentamente a garota começou a falar, tentando meio que sorrir:

— Eu sei que você pode estar me achando com cara de maluca, mas precisamos sair daqui... — Ela não terminou de falar, um estrondo interrompeu, um barulho como se alguém tivesse pulado em cima do carro. — AGORA! — Ela gritou.

Jake girou a chave, e acelerou.

Dentre alguns segundos o carro atingia 190 Km/h, a rodovia estava vazia.

Jake retirou por alguns segundos sua atenção da rodovia e olhou para Nina, para falar:

— O que está acontecendo? O que você está fazendo aqui?

— É uma longa história não há tempo agora, vamos para um lugar seguro. Algum lugar onde more alguém.

— Por que?

— VAMOS! — Ela gritou, havia motivos. Uma mão descera pela janela e agarrara seu ombro, ela estava se retorcendo tentando livrar-se dele, mas era muito forte. Jake se assustou e olhando pela janela tentou encontrar alguma casa por ali, eles estavam próximos ao campo, e por sua sorte encontraram uma, a beira da estrada.

Aparentava ser muito humilde, era tradicional e algo como um estilo country, Ela era cercada por uma cerca de madeira, havia uma pequena área repleta por campo , e logo após havia uma imensa casa de dois pisos, ela era azul clara com janelas amareladas pelo tempo, havia um hall de entrada que cobria toda a extensão da frente da casa. Jake encontrou o lugar onde havia um porteira, e rapidamente deslocou o carro em direção a ele, quando eles chegaram muito próximo, ele abriu a porta rapidamente e puxou Nina para sua direção, fazendo o Keeper larga-la.

Jake agarrou a mão de Nina e os dois começaram a correr, Jake sabia que aquilo não adiantaria muito, mas valia a pena tentar. Ele colocou Nina em sua frente, para que ela pudesse pular a cerca, empurrando-a ela desceu do outro lado, foi a vez dele. Ele chegou do outro lado, Nina parou de correr e Jake deduziu que eles estavam a salvo:

— O que está acontecendo? — Jake perguntou.

— Agora estamos seguros. Ele não pode entrar em um lugar onde alguém está morando.

— Me fale.

— Precisamos encontrar um lugar onde possamos sentar, precisamos muito conversar.

Ela se afastou de Jake caminhando em direção a casa, Jake a seguiu. Ela subiu as escadas rapidamente e bateu na porta, logo após alguns segundos, a porta se abriu.

Na porta havia uma velha senhora, pele morena, cabelos negros e curtos e olhos grandes e negros. Ela possuía um rosto familiar e alegre, ela sorriu e falou.

— O que garotos desta idade querem com essa velha imprestável?

— Senhora, creio que a senhora vai achar loucura. Mas a senhora não nos cederia um lugar onde pudéssemos conversar? — Nina falou.

— Claro, garota, entre, entre. — A mulher sorriu e Nina passou pela porta, e logo após Jake entrou.

Eles avistaram um ambiente muito aconchegante, havia papeis de parede coloridos por toda a sala, dois sofás marrons e velhos, uma mesa de centro, uma televisão antiga e vários quadros muito antigos nas paredes. A mulher caminhou até os sofás e apontando sua fina mão onde os ossos eram facilmente visíveis e falou:

— Sentem-se.

Jake e Nina caminharam até o sofá e lentamente sentaram-se um ao lado do outro.

— Obrigado. — Os dois falaram ao mesmo tempo, mas Nina trocou o “o” pelo “a”.

— Por que você vieram até minha casa? — A velha perguntou.

— Senhora, eu sei que você pode estar achando que é mentira, mas um vampiro estava perseguindo-nos. — Nina falou esperando uma expressão de ignorância, mas nada aconteceu, a mulher não achou nada estranho ao ouvir a palavra “vampiro”.

— Não é possível, eles estão presos. — A velha falou.

— O que? — Jake estava achando tudo aquilo uma loucura.

— Prazer, meu nome é Barbara. Eu sou uma Bruxa, ou como me conhecem a Anciã do Lago norte. — Jake não espantou-se com aquilo, ele estava vivendo uma vida completamente louca, uma loucura mais, uma loucura a menos, não iria fazer diferença.

Desta vez quem espantou-se foi Nina, ela repousou sua mão sobre a boca aberta, ela estava com uma expressão de que não estava acreditando naquilo.

— Ele me mandou procura-la.

— Quem? — Jake Perguntou.

— Meu tio. — Nina sussurrou.

Tainan sOliveira
Enviado por Tainan sOliveira em 18/07/2012
Reeditado em 18/07/2012
Código do texto: T3784555
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