Guardiões - A jornada que você nunca viu | Capitulo 2 - A noite

Jake

Lilian olhava pra Jake com um olhar diferente, os dois sabiam que era errado o que eles estavam fazendo, eles tinham apenas dezesseis anos e perder a virgindade era algo que a mãe de Lilian achava muito complicado.

Eles estavam no carro de Jake.

Era noite.

Quando o dia clareou, os dois estavam abraçados e embaraçados no carro de Jake. Ele não se lembrava de nada, eles estavam bêbados e havia acontecido...

Ela se mexeu e ele acordou, os olhos de Lilian estavam brilhando e quando ela o olhou o seu coração parecia que iria explodir como um fogo de artificio. Jake queria agrada-la mas não sabia como:

— Bom dia, Princesa! — Ele sorriu e ela completou o seu sorriso, beijando-o. Ele era o garoto mais feliz do mundo naquele momento, Jake estava com a garota que ele amava e ninguém nunca poderia tira-la dele. Ela se ergueu e sorrindo lhe falou:

— Bom dia. — Ela o beijou novamente, mas este foi um beijo rápido.

Jake abriu a porta do carro e Lilian saiu, ele nem havia notado. Eles estavam próximo a um penhasco, Jake se lembrava apenas que ela escolhera o lugar perfeito. Quando os dois já estavam fora do carro, ela se direcionou a ponta do precipício e se espreguiçou, ela estava linda. Na verdade ela era linda, seu vestido estava amarrotado, seus cabelos ruivos estavam caídos aos ombros, Lilian tinha olhos verdes como a grama de um mais lindo jardim e o seu sorriso, era o que ele admirava nela. Quando Lilian sorria, os seus problemas acabavam.

Jake se aproximou dela e a abraçou pelas costas, ela o beijou no pescoço e ele se arrepiou, Jake passou a mão pelo seu corpo e em seu ouvido falou:

— É hora de ir pra casa.

Ela se virou pra ele e segurando sua mão, o levou até o carro. Ele abriu a porta pra ela, Lilian entrou arrumou o cinto de segurança enquanto ele fazia a volta no carro e entrou no lugar do motorista. Jake colocou o cinto, e girou a chave do carro, ele fez ruído e o carro deu ré. Os dois entraram na rodovia, eles estavam indo para casa.

A cada segundo que passava Jake olhava para ela, para ter certeza que ela estava segura e que ela estava feliz ali. Lilian recostara a cabeça na janela e olhava para as arvores de outono que refletia a sua expressão. Ele estava exausto da noite anterior, Jake se lembrava de poucos momentos, apenas os passados com ela. Eles estavam numa festa na casa do Phill, seu amigo da escola, Jake lembrava apenas disso.

Seus olhos estavam quase se fechando e ele não saberia se chegaria a Nova York daquele jeito. Jake precisava descansar em algum lugar, mas ele não sabia onde, quando Jake olhou para a estrada e em seguida havia uma curva. Era a curva para casa do Phill. Jake sabia que lá ele poderia descansar antes de ir para casa. Ele seguiu com o carro até a curva e girou a direção adentrando a estrada que levava a casa. Lilian viu que eles não estavam indo para casa e perguntou:

— Onde estamos indo? — Sua voz era como o vento do mar sussurrando em seu ouvido.

— Vamos para casa de Phill, não vou conseguir chegar a cidade desse jeito. — Ele olhou para ela.

— Ok. Preciso avisar minha mãe. — Ela virou para o banco de trás e pegou sua bolsa, Lilian revirou e de lá retirou seu celular. Procurando nas chamadas recentes, discou o numero da sua mãe.

Jake ouviu o que a mãe dizia no telefone, era inevitável, ela falava muito alto.

“— Alô. Mãe .

— Filha. Onde você está?

— Estou bem mãe, só liguei pra avisar que dormi na casa de uma amiga, não se preocupa. O pai dela vai me levar, mas ainda é muito cedo.

— Não quer que se seu pai vá lhe buscar, Lilian?

— Não precisa mãe.

— Está bem. Qualquer coisa me ligue!

— Ok mãe. Tchau, Te amo.

— Tchau. Te amo também mãe!”

Ela desligou o telefone.

Jake olhou para ela e sorriu falando:

— “Casa de uma amiga”. — Ele a beijou.

A estrada estava chegando ao final, e de longe foi possível avistar a casa de Phill. Era no alto, possuía três enormes andares, e muitas janelas de vidro, ela era branca e no telhado havia apenas uma enorme sacada que cobria toda a extensão da casa.

Jake não se impressionou com a casa, pois ele já havia vindo ali, e conhecera cada canto daquela casa como a palma da sua mão. Jake sabia que Phill, iria deixa-lo dormir ali, pois seus pais haviam ido viajar para Londres e ele havia dado uma grande festa antes. Jake tinha como chantageá-lo. Ele Riu consigo mesmo.

Ele estacionou o carro em frente a casa, abriu a porta e fez a volta em torno do carro para abrir a porta para ela. Ele fazia isso para que ela fosse tratada como merecia.

Lilian saiu do carro e segurou sua mão, ele fechou a porta e acionou o alarme, o carro piscou os faróis e os dois caminharam em direção a casa.

Quando seus pés derraparam em frente a porta, Jake tocou campainha e logo alguém abriu a porta, uma mulher vestida de roupa de serviço atendeu a porta. Suas feições eram simpáticas e ela parecia ser alguém muito alegre.

Jake Perguntou para ela:

— Phill está? — Ele sorriu.

— O Sr. Felipe está no seu quarto senhor. — Ela tratava o seu amigo como um senhor, Jake vira que ele tinha muito dinheiro.

— Pode chama-lo para mim.

— Sim, senhor. Entre e espere um minuto.

Os dois entraram e Lilian se impressionou com o que viu, era enorme aquela casa. Ele viu que Lilian não tinha visto aquela casa antes.

A casa era especialmente distribuída, eles entraram na sala onde havia um pequeno jogo de sofás a direita de Jake e uma televisão de LCD logo após. Havia muitas janelas de vidro e era possível avistar o extenso jardim que rodeava a casa. Eles caminharam até um dos lados dos fundos e Ele viu que em sua frente havia uma grande arvore. Ela estava morta e seus galhos alcançavam a janela.

A empregada subiu pela escada, mas antes lhes ofereceu a sentar.

Lilian caminhou até um dos sofás e sentou-se, Jake lhe acompanhou e sentou ao seu lado. Segurando sua mão.

— Jake, essa casa é linda! — Lilian olhou para volta e sorriu.

— Lily, isso não chega nem a ser o começo da casa.

— Estou com vergonha. — Lilian sorriu e Jake a abraçou.

— Não precisa, meu amor. Ele é meu amigo.

— Você me chamou de Meu amor! — Ele sentiu alguma coisa por dentro, uma palpitação, seus mãos começaram a suar e um frio no estômago.

—Eu te amo, meu amor.

— Eu também, meu amor. — Ele a beijou, esse beijo foi diferente, foi o mais longo beijo que ele já deu e o mais apaixonado. Ele estava feliz, ele era um garoto muito feliz.

— Não pode ser verdade, eu sempre quis ouvir isso. — Jake sorriu para Lilian.

Eles iam se beijar novamente quando Phill apareceu no alto da escada, ele desceu rapidamente e Jake se desvencilhou dela e foi cumprimentar Phill. Ele era baixo perto de Jake, ele possuía cabelos negros e olhos pequenos, sua expressão era de felicidade e ele caminhava de uma forma estranha. Jake segurava-se para não rir.

— E ai cara! — Jake apertou a mão de Phill.

— E ai, tudo bem cara?

— Meu, eu preciso de um favor! — Jake não se preocupava em pedir alguma coisa para Phill, ele era seu melhor amigo e isso ele não lhe negaria.

— Fala.

— Tipo meu, eu to muito cansando e não sei se eu consigo chegar a cidade assim, eu queria perguntar se eu nós. — Ele interrompeu e apontou para Lilian. — Não podíamos descansar em um dos seus quartos.

— Claro. Amigo é pra essas coisas. — Ele sorriu.

— Muito obrigado. E aliás eu deixei meu carro na frente da sua casa, tem algum problema?

— Não ,não, fica tranquilo, agora vamos que eu vou te mostrar onde vocês podem durmir. — Quando Phill disse, “Vocês” e “dormir” ele riu e Jake soube o que ele queria dizer.

Phill subiu as escadas e Jake e Lilian o seguiram, a escada era enorme, quando os três chegaram ao segundo andar, viram que a casa era mais linda ainda. Havia um quadro em frente ao fim da escada, neste quadro havia uma pintura enorme que estendia-se ao tamanho de toda a parede, era uma mulher e ela olhava pra eles. Seus cabelos estavam presos em um coque rígido e seu olhar era muito presunçoso.

Jake, Lilian e Phill não se importaram com a figura e continuaram caminhando, logo após eles virarem a esquerda o que se via era uma enorme janela de vidro que cobria toda a parede lateral da casa. Os três viraram totalmente para o lado, onde antes havia uma escada e seguiram por um corredor muito iluminado. Havia muitas portas, todas completamente fechadas e brancas, na penúltima porta, Phill parou.

Ele abriu a porta e os três entraram, aquele quarto era simples e elegante. Havia uma cama enorme e apenas dois criados mudos. Phill apontou para a cama e falou:

— Vocês podem “descansar” aqui.

Jake e Lilian entraram, ele caminhou até a cama e Phill fechou a porta. Jake deitou-se em um lado da cama e Lilian caminhou até o outro, ela deitou-se sobre o peito de Jake, de forma que sua cabeça ficasse abaixo do queixo de Jake e que ele pudesse abraça-la.

Ele fechou seus olhos e logo pegou no sono. Tudo escureceu.

Era um sonho, um sonho muito estranho. Pelo que Jake sabia Sonhos não era o seu forte, ele nunca havia sonhado isso antes.

Ele e Lilian estavam deitados sobre a cama, mas era uma cama diferente, a estrutura era formada por um material rico, ouro talvez. Jake estava vertido com uma roupa estranha, uma calça que parecia ser do século passado e sua camisa era desbotada e a estampa era algo como listrado. Lilian estava deitada ali junto a ele, sua roupa também parecia muito antiga e era muito linda. Um vestido azul claro que realçava a cor do seu sorriso. Ela era linda, estava perfeita ali, como um anjo caído do céu.

Naquele sonho, ele parecia ser um homem, sua idade aumentado alguns anos. Havia barba pelo rosto e seu cabelo estava mais cumprido. Ele se mexeu e seus olhos se abriram, não havia qualquer sinal que Lilian estivesse acordando. Então Jake se desvencilhou do corpo de Lilian e se levantou da grande cama, ele não percebera mas estava em um grande quarto decorado com um papel de parede escuro e uma grande janela. Jake caminhou até a janela e ao olhar percebeu que ali, havia uma grande extensão de campo, alguns pedaços onde havia plantação de uva e outros onde o lago se misturava com a lama e se a grama.

O sol estava alto e iluminava completamente o horizonte, pois não era possível se enxergar o limite de onde era campo e onde era céu, era tudo uma imensidão. Jake decidiu explorar o campo e para isso, ele precisava descer para o térreo ( ele deduziu que estava no segundo andar, pois ao olhar para baixo havia alguma certa altura ) Ele caminhou até a porta, e olhou para Lilian para ter certeza que ela estava segura, confirmando ele fechou a porta e olhou para frente. O que ele esperava que fosse algo com um corredor, lhe surpreendeu. Jake não via um corredor, mas sim uma grande Floresta. Era sombria e Jake estava com um pouco de medo, aquele sonha aparentava estar transformando-se em pesadelos e isso era muito ruim. Ele caminhou tentando procurar alguma pista de onde ele estava, mas nada, havia apenas arvores e mais árvores. Ele parou ao ouvir um barulho, era algo estranho parecia ser o som de um grunhido, mas era feminino, parecia vir de uma mulher. Quando ele olhou para o seu lado esquerdo percebeu que alguém o observava.

Uma sombra o encarava, olho a olho. Parecia ser a sombra de uma mulher, pois suas curvas eram bem definidas e havia uma elevação que aparentava ser os cabelos. A sombra estava imóvel até Jake se mexer, ele tentou se aproximar, mas pelo forma como a sombra reagiu, ela não gostou. A mulher de uma hora para outra sumiu, como num passe de mágica. Jake soube que aquilo não era um bom sinal e começou a correr. Ele estava com medo e ainda havia uma sombra lhe perseguindo.

Ele tentava sair da floresta, mas era muito estranho quanto mais ele corria a floresta parecia crescer mais.

Ele ficou exausto e decidiu parar para pegar fôlego. Esse foi o seu pior erro.

Jake sentiu alguém agarrar seu pulso, uma mão forte mas ao mesmo tempo delicada, as unhas estavam prestes a cortar o pulso de Jake quando, ele olhou para trás.

Ela era linda, pele muito pálida, cabelos longos e ruivos e grandes olhos...Verdes.

Tainan sOliveira
Enviado por Tainan sOliveira em 17/07/2012
Código do texto: T3783045
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.