Cartas de um fantasma: alma perdida. Prológo

Voando alto, as nuvens lá em baixo pareciam algodões doce. Senti o ar quente e aconchegante passar por mim e m esquentar. Olhei para trás e vi o caminho que havia percorrido para chegar até ali.

Doce sonho. Respirei fundo, coloquei os braços colados dos lados de meu corpo e me joguei no nada, com toda a velocidade.

Minha mente foi aos poucos perdendo a consciência. Eu senti frio. Senti as batidas, as últimas batidas. Logo em seguida fechei os olhos e deixei a escuridão me tomar como um manto grosso e pesado.

Tudo sumiu.

Meus sentidos extinguiram-se, cada desejo perdido. E meu último pensamento foi que eu jamais o encontraria, porque eu não segui as regras, fui pelo caminho errado. Eu sabia o que aconteceria comigo e não senti pena de mim mesma, tudo havia sido perdido por causa da escolha errada.

Deixei-me ser perdida no escuro. Todas as dores sumiram.

-Ah...!- gritei desesperada.

Abri os olhos num rompante e me levantei. Imagens percorriam minha mente, o céu azul, as nuvens, um caminho e uma escolha nada mais, tudo se perdeu em um segundo, gritei de dor pela luz forte o barulho de explosões ensurdecedoras.

Acordei de repente no chão frio, as madeiras velhas contra meu rosto, ásperas com cheiro pútrido. Olhei ao redor atordoada, não reconheci nada. mas sabia que estava dentro de uma casa em uma parte vazia, o papel d parede rasgado, o teto com teias de aranha e todo o lugar com uma camada grassa de poeira. No chão algumas partes tinha as ripas para cima, fendas no chão escuro. O q me fez perceber que era noite. Observei que ao meu redor tinha círculos brilhantes.

Deitei a cabeça tentando entender, mas pareciam labirintos sem saída. Por uma fração de segundos pisquei e os círculos brilhantes sumiram.

A poeira no chão pareceu ganhar vida, num redemoinho de poeira se afastando de mim. Coloquei o braço na frente de meus olhos e deixei a lufada de poeira para de se agitar. Logo após retirei de vagar o braço da minha frente. Toda a poeira ao meu redor fora para nos cantos.

Levantei-me, meus cabelos se soltando ao redor de meu rosto e caíram sobre meus ombros. A cascata ruiva parecia brilhante minimamente no escuro, as ondas acentuadas e comportadas.

Levantei minhas mãos na frente dos olhos e vi as luvinhas de renda branca, vi os detalhes da renda e no braço marcas vermelhas de amaras.

Deu-me calafrio, mas não entendi aquilo. Não sei por que havia aquelas marcas em meus braços, não lembrava de ter alguma vez ter colocado amaras em mim, na verdade não lembro por que estava ali, não sei como vim parar aqui. Não lembro de algumas ter tido um passado.

Meu nome é... Meu nome é... É... Demorei mas finalmente encontrei um nome. Kimberly. Kimberly do que? Eu não sabia.

Juntei minhas sobrancelhas em desespero mudo. Lentamente minhas mãos caíram do meu lado e senti meus olhos arderem, quis chorar, mas nenhuma lágrima veio. Solucei e fechei os olhos, apertando com força. Respirei fundo para ignorar o soluço que me atacava.

Assim que me acalmei tentei refazer os minutos, tentar lembrar de um passado. Olhei minhas roupas para ver se me davam pistas de algo. Mas o vestido branco com rendas e as sapatilhas transparentes e brilhantes não me davam pista alguma.

As marcas que antes estavam no chão eram estranhas. O lugar que eu estava... Onde estou?

Caminhei até a janela e olhei para fora, tinha um telhado há minha frente e em baixo um gramado seco com uma estradinha de pedra no meio. A rua era larga e comprida para os dois lados, vi que a quadra dali tinha duas pessoas caminhando.

Assustei-me por ver tão longe e bem naquele escuro. Os postes de luz estavam espatifados, nem com o brilho mínimo da Lua eu poderia ver tão bem. Mas ao mesmo achei normal, eu já sabia que eu podia ver daquele jeito.

Pisquei e voltei a ver a janela na minha frente, o vidro estava empoeirado, visibilidade zero. Balancei a cabeça ignorando. Todo mundo deve ver assim, pensei.

Suspirei desinteressada, afinal eu devia ter caído ali e com a batida perdi temporariamente minha memória, logo eu saberia onde eu estava e tudo o que havia de ser lembrado do meu passado e do meu presente.

Olhei a rua desejei estar lá fora para tentar reconhecer o lugar. Num piscar de olhos eu me vi na rua.

Ta legal! Pensei isso deve ser normal. Eu acho.

Por que para mim aquilo não era assustador, deveria ser, mas não era. Mordi o lábio inferior em desconfiança de mim mesma.

Enquanto refletia sobre a estranheza de tudo percebi que não tava sentindo o vento ao redor de mim, nem meu vestido ondulava. Já as árvores se balançavam em uma dança agitada e turbulenta. A casa da qual eu havia saído, da qual sabia que era a da esquerda, tinha dois andares e realmente estava abandonada. A pintura estava descascando, algumas janelas quebrada e muito sujas.

O gramado da frente estava morto, uma árvore na frente parecia de muitos anos, mas ainda forte.

Fechei os olhos em desespero, eu não sabia de nada. Tudo o que eu sei é que realmente estou com medo. Deixei o medo e a dor tomarem conta de mim. Alguém me puxava.

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Caro leitor deixe sua opinião por favor. Gosto de saber se a história esta legal, se estão gostando ou não. comentem nem que seja algum erro de português kkkkkkkkkkkkkkk :p vlw :)

JB Oskain
Enviado por JB Oskain em 01/07/2012
Reeditado em 02/11/2012
Código do texto: T3755008
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