Amuleto
Ela precisava atrair coisas boas para sua cabeça.
Não conseguia.
Quando fechava os olhos, os monstros vinham, todos eles.
Os arrependimentos do passado, as desilusões amorosas, os medos de um futuro fracassado, as frustrações da adolescência e as oscilações emocionais que os hormônios provocavam nela.
Preferia ficar sozinha.
Não que ela não gostasse das pessoas, mas apreciava observá-las, ver seus movimentos de longe, como a câmera da padaria.
“Sorria, você está sendo observada por uma paranoica sem juízo”, ela pensava.
Nos sonhos, tudo era colorido.