Adeus, meu amor.

Estávamos sentados naquela grama abaixo das estrelas. Seu corpo junto a sua alma era de uma única beleza. Seus olhos distantes, juntos aos meus, procurando ver e sentir tudo e todos. Éramos dois e um só naquele momento. Sentia-me completo.

O frio chegava, ela abraçou-me e o calor de meu corpo ia-se. Meu peito relaxava em um aperto agradável, meus braços atendiam a um instinto protetor. Seu pequeno rosto estava em direção ao chão de forma que eu não consiga ver os seus olhos e o que passava em sua mente. Puxei-a e dei o abraço mais quente que já tinha dado em minha vida. Tudo que vi foi um sorriso sincero de uma mistura de alegria e tristeza. Algo passava em sua mente e eu tinha medo do que era. Ela ergueu o corpo dela, passou a mão em meu rosto e a levou para minha nuca puxando meu rosto ao encontro do seu. Ficamos lá com nossas cabeças, com os nossos narizes juntos, porém com nossas mentes afastadas. Estava ressentido, olhando para baixo evitando o olhar dela, evitando o que passava em sua mente. Quando eu tomei coragem em um suspiro, levantei meu olhar ao dela e vi seu olhar profundo em mim. Vi a dor que ela sentia.

Algo devia ter sido dito naquele momento, mas apenas os nossos olhares falavam. O meu dizia que estava feliz por ter-la e demonstrava um pouco de medo... Quando eu tentava desviar a minha atenção ela puxava-a de volta com suas mãos leves em meu rosto. Olhava-me com ternura. A cada instante nossos laços voltavam a ficar intensos. De repente eu vejo em seu rosto escorrer uma lagrima e aquele aperto agradável em meu peito fica um tanto insuportável. Ligeiramente abracei-a e cai em lagrimas. Começávamos a nos ter de maneira insuportável e chorávamos de soluçar em nossos braços para aliviar a dor que sentíamos. Paramos por um instante e eu fiquei abraçando-a como se fosse perdê-la e não quisesse. Com ela em meus braços eu olhava aquele seu estrelado, como era belo aquilo. Aquelas estrelas ainda brilhavam tanto, mesmo que elas já tinham ido embora, mesmo que o fim já tinha chegado para elas.

O grande astro já estava para surgir no horizonte, os seus sinais já chegavam, aquele céu negro e brilhante já clareava para um azul não tão escuro. Ela que estava deitada com a cabeça em meu ombro levantou e ficou de pé em direção da lagoa e de onde supostamente o sol nasceria. Ficou parada ali pensativa por um tempo. Eu apenas fiquei vendo, ainda sentado, feliz por tudo aquilo. Ela virou-se para mim com um sorriso sincero e com os olhos vermelhos e ficamos dividindo aquilo. Olhava nos e nos olhávamos. Aos primeiros golpes diretos do sol ela veio até mim e me deu o seu ultimo beijo macio e quente, e saiu andando como alguém sem rumo para longe de mim.

Fiquei ali sentado olhando aquele vazio que ficara. Deite-me na grama saboreando os raios solares da manhãzinha. Olhava a minha volta e via as montanhas fluminenses, a lagoa da região e algumas nuvens branquinhas que passavam no céu. Sentia o ar gelado que ficava da noite com o calor do sol que chegava com a manhã. Depois me toquei que também sentia o calor que ficava da noite com o ar gelado que ficou na manhã. Era hora de seguir em frente, sonhar novamente.

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Obs. de obra: Escrita em minha adolescência, aos meus 15 anos. Este é uma pá de elementos adolescentes num texto só; a paixão, a alteração súbita de humor, um turbilhão de sentimentos paradoxais e, ao mesmo tempo, ligados entre si, a atmosfera boba e descompromissada. Ah, claro, eu não revisei ele antes de postar, então, me perdoem os erros.