O Segredo do Castelo Capítulos 1 ao 5
Capítulo I - A Origem
Existiu um senhor muito poderoso na Escócia Antiga, seu nome era MacGregor, filho de poderosos senhores donos de grandes fazendas e de alguns vilarejos e que cobravam impostos altos dos seus habitantes, bem como também exploravam os seus trabalhadores da fazenda.
O dinheiro corrente daquela época eram moedas de ouro, o que deixavam ainda mais os grandes donos ávidos pelo dinheiro que cada vez mais crescia em suas mãos, pois existia imposto sobre tudo o que se fizesse ou não. MacGregor tachava até o balde de água retirado do poço de sua propriedade bem como dos seus vilarejos que ficavam as margens do temido Lago Ness.
Todos os seus trabalhadores da sua fazenda se revoltaram um dia contra o Sr. MacGregor e saíram de suas terras, que ficavam no meio do Lago Ness, e convenceram também os moradores dos vilarejos em torno do Lago a se revoltarem também contra o Sr. Tirano, era como eles o chamavam, e deu certo.
MacGregor então se viu sozinho em seu castelo magnífico com a companhia do seu fiel mordomo, ao qual lhe conferiu vários segredos de sua família durante toda a sua vida, e seu último desejo antes de morrer foi que o seu fiel mordomo escondesse a sua fortuna adquirida durante a sua vida juntamente com a fortuna herdada dos seus pais, avós, tataravós que haviam escondido no castelo e que somente o Sr MacGregor e seu mordomo sabiam onde estavam.
A fortuna dos seus ancestrais era em torno de dez mil barras de ouro e a do Sr. MacGregor estava avaliada até a sua morte em mil e oitocentas barras de ouro.
O fiel mordomo cumpriu o último desejo de seu patrão que era para esconder sua fortuna juntamente com a dos seus ancestrais, ele escondeu a fortuna e cumpriu o segundo desejo de seu patrão, que era que ele nunca revelasse a localização de sua fortuna.
O fiel mordomo então ficou sozinho no castelo do Sr. MacGregor e permaneceu lá até morrer de velhice e o grande segredo do esconderijo da fortuna foi-se com ele para o além.
Capítulo II - O Começo
Passou-se um século e os boatos corriam soltos pelos vilarejos da Escócia e principalmente os que ficavam em volta do Lago Ness, e o boato era que no castelo no meio do Lago Ness existia uma grande fortuna avaliada em mais de onze mil barras de ouro, mas ninguém se aventurava por causa da lenda que se ouvia dos mercadores nas Tavernas dos vilarejos.
Chegou um dia no vilarejo Negro, na Taverna Marble, um viajante da Grã-Bretanha cujo nome era Conde Stuart que perguntou ao taberneiro :
-- Onde fica o castelo do Sr. MacGregor ? -- quando ele disse isso todas as pessoas que estavam na Taverna pararam de conversar e olharam para o forasteiro e disseram :
-- É impossível chegar no castelo do maldito Sr. Tirano !!!
O Conde com um ar de espanto perguntou novamente ao taberneiro:
-- Quem é esse tal de Sr. Tirano ?
-- Foi o nome dado pelos trabalhadores de sua fazenda e dos moradores dos seus vilarejos por ele cobrar taxas absurdas de todos.
-- Mas você não respondeu aonde fica o castelo meu Sr.!
-- O castelo do Sr. MacGregor é impenetrável para qualquer um que tentar chegar lá!
-- Mas Por que ? -- perguntou o Conde novamente.
-- Por causa do monstro do Lago, meu Sr. !!!! -- o Conde ao ouvir isso caiu na risada, para espanto dos que estavam lá dentro.
-- Por que o Sr. riu ? -- perguntou o taberneiro.
-- Nunca ouvi tamanho absurdo em toda minha vida !!!! -- mais risos -- o Conde fez novamente a pergunta ao taberneiro:
-- Como faço para chegar ao castelo Sr. ?
-- Infelizmente somente de barco meu Sr. -- respondeu o taberneiro.
-- Quando cheguei vi muitos barcos atracados no ancoradouro e queria saber quem alugaria o barco para eu poder chegar ao castelo, e que pagaria trinta moedas de ouro pelo serviço ? -- neste instante algumas pessoas levantaram-se e saíram da Taverna, sobrando somente os bêbados falando com as paredes.
-- Porque ele se levantaram ? -- perguntou o Conde.
-- Porque eles não querem ver seus barcos serem afundados pelo monstro do Lago. -- respondeu o taberneiro.
-- Mas porque todos têm tanto medo desse castelo Sr. ? -- perguntou o Conde.
-- Por causa da lenda do Sr. MacGregor ! -- disse o taberneiro.
-- Mas que lenda tão aterrorizante é essa ? -- perguntou o Conde.
-- A lenda diz que o única pessoa que pode passar pelo lago sem que o mostro o ataque era o próprio Sr. MacGregor, pois diziam de ele tinha uma poção que enfeitiçava o monstro provocando-lhe um estado de dormência na fera e com isso era possível atravessar o lago, ninguém tentou atravessar este lago desde a sua morte. O fiel mordomo era o único detentor da fórmula da poção do monstro, após o Sr. MacGregor morrer, mas ele acabou morrendo dentro do castelo e a fórmula junto com ele. -- respondeu o taberneiro.
-- Obrigado pela explicação Sr. -- respondeu o Conde levantando-se do banco de madeira rústica e dirigindo-se a porta da taberna, atravessou-a e derepente um homem veio à sua frente e indagou:
-- Eu aceito o serviço Conde Stuart.
-- Pelo menos alguém são nesse vilarejo ! -- respondeu o Conde.
-- Eu tenho medo do monstro mas minha família está passando fome e preciso do dinheiro que o Sr. ofereceu pelo serviço. -- falou o barqueiro.
-- Está bem! Vamos ao castelo amanhã pela manhã, venha me pegar na hospedaria desse vilarejo lá pelas nove horas da manhã. -- respondeu o Conde.
O dia amanheceu lindamente com o pôr-do-sol batendo na cabeceira da cama do quarto onde eu estava hospedado, levantei e fui em direção da cômoda que estava no canto esquerdo do quarto, em cima dela havia uma bacia branca e limpa, ao seu lado direito havia uma jarra de água transparente, peguei a jarra com uma das mãos e lavei o rosto e enxuguei as mãos e o rosto em uma macia toalha feita de lã de carneiro, me vesti, peguei algumas coisas na mala e coloquei em uma sacola e não podia esquecer o meu caderno de anotações tão precioso e o coloquei também dentro da sacola, nesse instante o dono da hospedaria bateu à porta dizendo:
-- O barqueiro está aguardando o Sr. no saguão.
-- Diga a ele que estou descendo. -- respondeu o Conde.
Peguei a sacola e coloquei no ombro direito, abri a porta do quarto, fechei-a e desci as escadas até o saguão onde o barqueiro me aguardava, o cumprimentei dizendo-lhe bom dia e saímos pela porta principal da Hospedaria.
Durante o caminho percebi cochichos das pessoas que estavam na rua que eram:
-- Estes homens só podem ser loucos ! -- disse uma senhora.
Prosseguimos até o ancoradouro e quando chegamos lá a mulher do barqueiro estava em pranto pedindo à ele que não fosse até o castelo do Sr. MacGregor pois ela o amava loucamente mas ele disse à ela:
-- Querida eu preciso ir, nossa filha está passando fome e precisamos do dinheiro que este Sr. está oferecendo para dar de comer à ela. Não chore eu voltarei são e salvo para seus braços.
Entramos no Barco, já com uma platéia bem grande em volta do lago, zarpamos e prosseguimos viagem.
Estávamos navegando e quando chegamos no meio do caminho apareceu em denso nevoeiro que nos deixou espantados com a velocidade que se formara, senti nos olhos do barqueiro que ele estava com medo e então ele me perguntou :
-- Sr. estou com vontade de voltar para o ancoradouro !!!
-- Agora não dá devemos prosseguir pois já devemos estar bastante perto do castelo. -- falou o Conde.
Prosseguimos por mais um tempo e saímos do nevoeiro, e já conseguíamos avistar o castelo quando derepente surgiu uma serpente enorme a nossa frente e que avançou rapidamente em direção ao barco, quebrando-o ao meio, entramos em desespero, ela atacava cada vez mais o barco até sobrar uma pequenas tábuas onde nos agarramos firmemente, e ela voltou para dentro do lago, então coloquei a sacola que levava comigo sobre a tábua que estava segurando e falei ao barqueiro :
-- Vamos segurar essas tábuas e ficar batendo os pés até chegar a margem do lago. -- falou o Conde ao barqueiro.
Chegamos então ao nevoeiro novamente, entramos nele e continuávamos batendo os pés na água para sair o mais rápido possível dali, quando neste instante a serpente apareceu novamente e abocanhou o Conde que deixou cair sua sacola, e enquanto o Conde se debatia na boca da fera o barqueiro gritava de pavor na água quando derepente ele levou uma rabada que o atirou longe do nevoeiro caindo próximo da margem do lago e foi socorrido pelos moradores do Vilarejo Negro e levado a hospedaria para ser tratado dos ferimentos que sofrera durante o ataque da fera.
Ao acordar na hospedaria ele estava cercado de pessoas perguntando à ele o que tinha acontecido e aonde estava o Conde que fora com ele até o castelo, ele respondeu:
-- O Conde Stuart está morto só eu sobrevivi ao ataque da fera !!! Só sobrou a sacola que ele carregava durante o viagem e a sua bolsa de moedas !!! -- todos os que estavam ao seu redor fizeram cara de espanto e alguns já começavam a rezar pelo Conde que havia falecido no lago.
Ele melhorou e foi encontrar o taberneiro para lhe falar de um grande segredo que ele havia descoberto no caderninho de anotações do Conde :
-- Barqueiro ainda bem que você está bem e não tenha morrido também, eu bem que avisei o Conde mas ele não acreditou em mim.
-- Descobri uma coisa muito importante do Conde e porque ele queria ir tanto no castelo do Sr. MacGregor !. falou o barqueiro.
-- O que você descobriu ? -- perguntou o taberneiro.
-- Veja o que está escrito neste caderninho de anotações do Conde, leia !!! -- disse o barqueiro.
-- Não dá para ler muito bem mas dá para ver um pouco : “Quem conseguir atravessar o Lago Ness, enfrentar a serpente negra, encontrará no castelo num esconderijo secreto uma montanha de ouro”, então era por isso que o Conde queria ir a todo custo ao castelo, mas não teve sucesso, a lenda de MacGregor ainda continua. -- falou o taberneiro.
-- Agora olhe no final da última página do caderno de anotações ! -- disse o barqueiro.
-- Esta frase dá para ler muito bem e diz : “Pertence ao fiel mordomo do Sr. MacGregor”. Meu Deus ! Então ele não morreu no castelo !!! -- falou com espanto o taberneiro.
-- Não, pelo que está escrito no começo do caderno ele saiu do castelo por uma passagem secreta que passava por baixo do lago e sairia em algum lugar nos arredores do Lago Ness, e que depois de ele sair do castelo ele foi para a Grã-Bretanha e quando ele chegou doou para a biblioteca de uma cidade o seu caderno de anotações para não cair em mãos erradas, e se hospedou em um hotel onde veio falecer alguns anos depois. -- disse o barqueiro.
-- E o Conde veio dessa tal cidade direto para cá ! -- conclui o taberneiro.
-- Exatamente, mas agora precisamos esconder este caderno para que ninguém saiba do que está escondido naquele castelo. -- falou o barqueiro.
-- Mas onde ? -- perguntou o taberneiro.
-- Eu vou esconder primeiro e depois eu venho lhe falar. -- respondeu o barqueiro.
Depois de algumas horas ele retornou a Taverna e chegou perto do taberneiro e disse :
-- Já escondi.
-- Aonde ? -- perguntou o taberneiro.
-- N...., arf, arf, N...... , arf, arf, Na . -- falou o barqueiro.
-- Chamem um médico o barqueiro desmaiou !!!! -- disse o taberneiro.
Quando o médico chegou, o barqueiro já estava morto e disse que poderia ter sido o coração o causador da sua morte.
Depois deste acontecido o taberneiro ficou sem saber aonde ele havia escondido e com raiva pôs a se embebedar e acabou falando do segredo que estava escrito no caderno de anotações mas ninguém deu bola para o que ele falou.
Quatro meses depois o taberneiro morreu afogado quando entrou bêbado no lago e o segredo morreu com ele.
Capítulo III - Os Primeiros Caçadores
Meio século depois da morte do taberneiro vieram os primeiros caçadores de tesouro que vinham atrás do tesouro do castelo MacGregor, muitos chegaram ao Vilarejo Negro em busca de informações do castelo e de como chegar lá sem ser pego pela serpente negra que habitava o lago. Muitos barqueiros enriqueceram com estas explorações, isto é, os que voltavam vivos, mas o incrível era que nenhum caçador de tesouro que veio ao grande lago saiu vivo de lá, mas teve um caçador de tesouro que conseguiu escapar da grande serpente negra e chegou ao castelo do Sr. MacGregor, mas não retornou ao vilarejo.
Quando o caçador chegou perto do castelo ele escutou uivos parecidos com os de lobo, chegou a ficar meio amedrontado com o barulho pois era assustador, ainda mais com aquele nevoeiro que envolvia o castelo toda vez que alguém chegava perto, ou melhor, tentava chegar perto dele sem sucesso.
O caçador se aproximou da entrada do castelo, era uma porta de uns quatro metros de altura por três metros de largura e um palmo de espessura, tentou empurrá-la dos mais variados jeitos sem sucesso, acabou desistindo da porta e começou a procurar alguma outra entrada para o castelo sem ser pela porta, acabou achando uma entrada, era uma pequena janela que devia dar para o salão do castelo, então o caçador começou a procurar um galho para amarrar na corda e atirar na janela, novamente ouviu-se uivos de lobo, ele começou a suar e começou a dor o nó no galho nervosamente, querendo sair do lado de fora o mais rápido possível.
Jogou a corda amarrada no galho em encontro à janela, errou, xingou um pouco e tentou novamente, errou mais uma vez, chutou o galho longe, descansou um pouco e puxou a corda pois o galho estava amarrado nela jogou novamente e o caçador acertou a janela, puxou a corda bem devagar para que o galho ficasse preso nas paredes da janela, o galho prendeu e ele começou a escalar, a parede tinha muito limbo o que escorregava bastante e dificultava a subida pela parede, mas ele continuou a subir pensando somente no que ele iria encontrar dentro do castelo, o famoso e tão sonhado tesouro dos MacGregor, chegou a janela, subiu calmamente o seu parapeito e se sentou na borda da janela.
O caçador ficou por uns momentos observando a escuridão do interior do castelo, suspirou, puxou a corda para cima, inverteu a posição do galho para ele poder descer no interior do salão do castelo que agora tinha um forte cheiro de enxofre, desceu vagarosamente pela corda até chegar ao chão, chegou ao chão, era frio como a água mas não tinha o limbo que havia nas paredes do lado de fora, pegou um archote do salão e pôs fogo.
O fogo iluminou o salão tenebrosamente, viu-se vultos voando pelo teto do salão que era enorme, eram morcegos que estavam dormindo nos lustres do castelo, o caçador então já com menos medo da escuridão começou a vasculhar o salão para ver se achava alguma pista do tesouro escondido, procurou por toda os canos do salão mas não encontrou nenhuma evidência que levasse ao tesouro.
O caçador então resolveu subir as escadas, que eram quatro no total, cada uma começava em um canto do castelo, ele começou pela escadaria da ala norte, foi subindo vagarosamente, sempre encostado nas paredes, a escadaria acabou no meio de um pequeno saguão com quatro portas, ele entrou na primeira porta, ela abriu sem resistir, ele entrou com o archote e iluminou o quarto com o fogo, não possuía nada fora do comum, tinha uma cama grande em frente a janela, alguns móveis em volta e mais nada, era um quarto de hóspedes, ele então resolveu descer e ir para a escadaria da ala oeste.
Chegando ao começo da escadaria da ala oeste ele deu uma boa respirada e começou a subida, os degraus acabaram num pequeno corredor onde havia somente duas portas, ele resolveu então abrir a segunda porta, chegou perto e começou a empurrar, ela não abria, empurrou mais forte e continuou a não abrir, irritado o caçador deu alguns passos para trás e se jogou contra a porta, ela rangeu e abriu uma pequena fresta, descansou um pouco e começou a empurrar vagarosamente, ao conseguir abrir a porta o suficiente para ele poder passar ele parou de empurrar e entrou, iluminou o recinto com o fogo do archote e viu que se tratava do quarto dos empregados do castelo, pois tinha várias camas bem menores da que estava no quarto da ala norte, tornou a sair do quarto e desceu as escadas, ouviu novamente os uivos na escuridão do lado de fora, parou um pouco na escada e se sentou, estava bastante cansado, a subida da parede, a ansiedade para achar o tesouro e o recente empurrão na porta do quarto da ala oeste o deixou cansado, ficou sentado por quase meia hora.
Resolveu então ir a escadaria da ala sul, era a mais escura de todas pois ficava mais no fundo do salão, começou a subir com mais cuidado em relação as outras quando a escadaria terminou ele chegou num pequeno saguão, menor do que aquele da ala norte, e que tinham também quatro quartos, resolveu entrar no terceiro quarto, a porta não resistiu a abrir, colocou o archote a sua frente para iluminar o caminho encontrou um quarto com dimensões maiores que ele viu na ala norte, mas não conseguiu a primeira vista identificar quem fora o dono do quarto, então para descobrir quem fora o dono ele entrou mais um pouco no quarto e viu pendurado na parede em cima de uma grande cômoda um retrato que ao chegar perto o caçador viu o nome “Sra. Louise MacGregor”, o quarto então era da esposa do Sr. MacGregor, reparou ainda que ele possuía grandes móveis e biombos no quarto.
Ao sair do quarto da Sra. MacGregor ele se dirigiu aos outros três quartos, ele entrou no quarto quarto do saguão, a porta demorou a abrir mas não precisou daquele empurrão que ele dera na ala oeste, ao entrar verificou que era uma pequena capela, após fazer o sinal da cruz ele saiu e foi para o segundo quarto, mas não quis nem entrar pois na porta estava escrito o nome : William MacGregor, o filho mais velho, que morreu nas cruzadas, e também porque ele estava trancado, depois de ler a inscrição ele se dirigiu ao primeiro quarto onde estava escrito também na porta o seguinte nome : Conde Stuart MacGregor, e com espanto ele se lembrou que ele fora o primeiro a tentar recuperar a fortuna do pai mas não conseguiu, pois a serpente negra o havia devorado quando tentava escapar junto com o barqueiro das investidas da fera.
Já bastante cansado ele foi para a escadaria da ala leste, já meio cambaleante de sono subiu as escadas e elas terminaram num corredor não muito grande e que tinha três portas, na primeira ele não entrou pois estava entalhado na porta o nome : Sr. Hawking Amory que era o quarto do fiel mordomo do Sr. MacGregor, foi então a segunda porta, ela abriu sem resistir e quando ele entrou verificou que aquele aposento era o escritório do Sr. MacGregor, era onde ele anotava as suas vendas da fazenda, os impostos que ele cobrava e tudo mais, o caçador de tesouros vasculhou cuidadosamente aquele recinto mas não encontrou nada que indicasse a localização do tesouro, resolveu então sair do escritório e ir abrir a terceira porta, não consegui, empurrou com mais força, não consegui.
O caçador então resolveu descansar um pouco e depois dar um empurrão na porta para ela abrir e ver o que tinha lá dentro.
Descansou por uma hora e então se levantou, colocou o archote encostado na parede de modo a iluminar o caminho que ele ia correr e a porta que ele teria de acertar, tomou distância e se jogou contra a porta ela não abriu, tomou distância novamente e ela abriu uma pequena fresta, parou um pouco para descansar novamente já com os ombros e as costas doloridas por causa das trombadas, pegou o archote e colocou em frente a fresta, não dava para ver nada era tão escuro que não se enxergava nada, recolocou o archote na posição que ele tinha colocado antes, levantou-se, tomou distância e atirou na porta, ela abriu uns quatro dedos mais ou menos, o caçador então tentou empurrar a porta normalmente, mas ela não abriu, tomou distância novamente e se atirou na porta, ela abriu uns cinco dedos, tronou a pegar o archote e colocar na fenda que se abrira, ainda não dava para se ver nada.
Ele recolocou o archote no lugar de novo, tomou distância e se jogou contra a porta, ela abriu e ele caiu de uma altura de trinta metros até o chão, ao som dos uivos de lobos que ele escutou todo o tempo em que estava dentro e fora do castelo, onde havia pedaços de madeira e pedras no chão, ele morreu ao chegar no chão, já com o corpo todo perfurado pelos pedaços de madeira do telhado que cobria a ameia.
Aquela porta dava para uma ameia, da onde se podia ver os vilarejos em volta do lago e a fazenda do Sr. MacGregor, aquele pedaço do castelo havia desabado pouco antes do Sr. MacGregor morrer e nunca foi consertado, e com o vento soprando ele assobiava entre os escombros parecendo uivos de lobo.
Mais uma vez o segredo do castelo permaneceu intacto.
Capítulo IV - As Primeiras Pistas
Dez anos depois da morte do caçador de tesouro que conseguiu entrar no castelo mas não conseguiu sair, um novo explorador começou a surgir.
Nas terras ao norte da Grã-Bretanha, na cidade de Covey, um senhor aparentando quarenta e cinco anos de idade foi a biblioteca da cidade, entrou, dirigiu-se a bibliotecária e perguntou:
-- A senhora sabe se um caderno de anotações com uma capa de couro, com um nome escrito na última página?
-- Qual era o nome Sr. ? -- perguntou a bibliotecária.
-- O nome era Sr. Hawking Amory, o mordomo do castelo do Sr. MacGregor. -- respondeu sorrindo.
-- Minha bisavó, que foi também bibliotecária há muito tempo, disse que um senhor aparentando uns oitenta anos de idade chegou a esta cidade e doou um livro com as características que o senhor me perguntou. -- respondeu alegremente a bibliotecária.
-- Ë o mordomo do Sr. MacGregor realmente!!! -- respondeu com ar de ansioso.
-- Aonde ele está, por favor? -- perguntou o senhor já eufórico.
-- Minha avó que fora também bibliotecária nesta cidade disse que um Conde veio e retirou este caderno e até hoje ele não foi devolvido. -- respondeu.
-- Mas como não foi devolvido !!! -- indagou com nervosismo o senhor.
-- Não posso fazer nada, e como já se passou tanto tempo é provável que este tal Conde já tenha perdido o tal livro que o Sr. tanto procura. -- respondeu a bibliotecária.
-- Uma última pergunta então, Sua avó teria anotado no controle da biblioteca o nome do tal Conde que retirou o livro naquela época. -- perguntou o senhor.
-- Vou ver se acho os registros daquela época Sr., mas pode demorar um pouco, se quiser, se hospede no hotel da cidade que eu levo o nome do Conde ao Sr. -- respondeu a senhora.
-- Está bem, fico aguardando a resposta. -- respondeu.
-- Mas afinal quem é o senhor ? -- perguntou.
-- Sou o primeiro bisneto do mordomo do Sr. MacGregor. -- respondeu com orgulho a pergunta da doce senhora.
-- Neste caso eu procurarei o mais rápido que puder o nome do Conde Sr. ? -- perguntou com um sorriso nos lábios.
Sr. Stephen -- respondeu com um outro sorriso.
Ele se afastou do balcão e se dirigiu a porta, a abriu e saiu para a rua principal da cidade, foi em direção do único hotel da cidade, chegou a porta, abriu, se dirigiu ao balcão e chamou o dono do hotel, que por sinal cheirava muito mal, e perguntou:
-- O que o Sr. deseja ?
-- Eu gostaria de um quarto com vista para as pradarias. -- respondeu alegremente o Sr. Stephen.
-- Então é o quarto de número doze, suba as escadas é a quarta porta à esquerda.
-- Obrigado. -- respondeu educadamente.
Pegou as malas que estavam do seu lado e se dirigiu para as escadas, as subiu e foi para o quarto, abriu a porta com um pouco de trabalho pois a chave não queria virar na fechadura, um pouco de esforço e ele conseguiu, entrou colocou as malas sobre a cama que ficava de frente à janela do quarto na qual tinha uma bela vista dos prados daquela cidade, tirou o chapéu, o paletó, os sapatos e os colocou na cadeira ao lado da janela.
Ficou olhando pela janela um pouco e depois colocou as malas na outra cama do quarto e deitou um pouco, acabou adormecendo.
Enquanto isso na biblioteca, a bibliotecária procura os registros de saída dos livros do tempo da sua avó, revirou os livros e nada, se sentou na cadeira que havia ao lado da estante e descansou um pouco quando derepente um livro lhe caiu na cabeça, xingou um pouco, mas ao pegar o livro do chão, verificou a sua capa e para sua surpresa era da época da sua avó, saiu rapidamente ala dos registros e foi direto para o seu balcão e começou a procurar o tal Conde que retirou o livro que o Sr, Stephen tanto procura, aproximou a vela do livro e começou a ler linha por linha do livro do registro, quando anoiteceu a senhora deu um grito:
-- Achei o nome do Conde !!!!
Com pressa pegou um pedaço de papel e anotou o nome, apagou a vela e saiu em direção ao hotel. Chegando lá a senhora perguntou ao dono do hotel que estava no balcão:
-- O Sr. poderia me dizer qual o número do quarto do Sr,. Stephen, por favor ?
-- Deixe eu olhar nos registros. Ah está aqui ! Quarto de número doze . -- respondeu com cara de sono o dono do hotel.
Ela subiu correndo as escadas, tropeçou no meio mas continuou, chegou a porta do quarto de número doze e começou a bater na porta.
-- Toc-Toc, Sr. Stephen ! -- gritou.
-- Sr, Stephen ! Toc-Toc Sr. Stephen !! -- gritou mais alto.
E de dentro do quarto o Sr. respondeu:
-- Já vou abrir minha senhora !
Pegou as chaves na cômoda que havia ao lado da porta e a abriu, a convidou para entrar e pediu que se sentasse na cama aonde estavam as malas, e ele perguntou:
-- A senhora conseguiu encontrar ?
-- Sim ! -- respondeu.
-- E qual é o nome ? -- perguntou Stephen.
Ela lhe entregou o papel e disse em voz alta:
-- Conde Stuart MacGregor. Meu Deus ! Ele foi casado com minha avó! Mas um dia ele viajou e nunca mais voltou e ela acabou morrendo de solidão !
-- Coitada da sua avó! Mas que homem sem coração ! -- falou a senhora.
Ela então se levantou e ele a acompanhou até a porta do hotel e se despediu da senhora que tanto lhe ajudara. Voltou para o quarto, deitou-se na cama e dormiu até o dia seguinte, juntou as malas, desceu as escadas, pagou o quarto e saiu do hotel. Foi a praça central da cidade, pois nela havia cocheiros que faziam viagens para algumas cidades na Escócia, cheguei à praça e perguntei se algum deles iria para o Vilarejo Negro na Escócia, um deles respondeu e então entrei. Viajamos por umas oito horas até chegar ao Vilarejo Negro, que já não parecia mais um vilarejo e sim uma pequena cidade, paguei pela viagem e já tinha outra pessoa que o iria tomar de volta a Grã-Bretanha. Fui em direção da hospedaria do vilarejo, abri a porta, me dirigi ao balcão e pedi o melhor quarto, e o balconista respondeu:
-- O melhor que eu tenho é um quarto que tem uma vista linda do pôr-do-sol e que já foi de um importante senhor que tinha muito dinheiro, mas acabou morrendo tentando atravessar o lago, contava o meu avô.
Curioso o Sr. Stephen perguntou:
-- O Sr. sabe o nome do tal senhor ?
-- Deixe-me ver aqui . -- respondeu.
-- Aqui está é Conde Stuart.
A cara do Sr. se encheu de alegria e pensou “Ele passou por aqui, só omitiu o seu último nome”, agradeceu pelo quarto e subiu as escadas, entrou no quarto e colocou as malas na cama, o chapéu na cômoda e pensou “Preciso descobrir aonde estará o caderno de anotações do meu bisavô já que o Conde o trouxe até aqui e não devolveu, pois ele havia morrido ao tentar atravessar o lago”. Colocou novamente o chapéu e saiu para a rua.
Quando chegou na praça do Vilarejo Negro, viu que havia uma Taberna e entrou, dirigiu-se para o balcão e pediu uma bebida. Ao sentar-se e olhar para a parede à sua frente, dentro da área do balcão, ele notou um pedaço grande de madeira em forma de quadrado com a seguinte inscrição:
“Tentativas de chegar ao castelo MacGregor”.
Olhou mais atentamente e notou que havia duas divisões “Mortos e Desaparecidos”, na divisão de mortos estava cheia de marcações, pelo menos uma centena de marcas, e nessa divisão tinha um nome escrito somente “O bravo Conde Stuart morreu ao tentar atravessar o lago, disse o barqueiro que o levou ao lago e voltou vivo de lá” e na desaparecidos havia uma marca e uma referência “Chegou um dia um caçador de tesouros, ele se aventurou no lago e não voltou mais”, quando o taberneiro chegou perto do quadro na parede ele perguntou quem era o tal do barqueiro:
-- Quem era esse tal de barqueiro que ajudou o Conde Stuart a atravessar o lago?
-- Ah, ele era amigo do meu avô, e o acharam na margem do lago somente com um pedaço de tábua e a sacola do Conde que tinha dentro um caderninho com capa de couro.
Quando o taberneiro disse um caderninho com capa de couro o rosto do Sr. Stephen abriu um sorriso largo, e fez outra pergunta ao taberneiro:
-- O Sr. sabe onde está este caderninho?
-- Não Sr., nem meu avô sabia, pois o barqueiro escondeu o caderninho num lugar secreto e quando veio falar ao meu avô ele morreu do coração e conseguiu dizer somente uma palavra.
-- E qual foi ela? -- perguntou ansioso.
-- Foi a palavra “Na”.
-- Mas essa palavra é inútil, não ajuda em nada, mas espere, o que tinha no vilarejo na época do seu avô? -- perguntou Stephen.
-- Tinha casas, a Taberna e a Hospedaria.
-- Mas porque o Sr. quer saber tanto destes acontecimentos e quem é você? -- perguntou o taberneiro.
-- Eu sou o bisneto do fiel mordomo do Sr. MacGregor e meu nome é Sr. Stephen Amory.
O taberneiro espantado falou:
-- Ë um prazer conhecer alguém que é descendente deste castelo amaldiçoado.
-- Amaldiçoado porque? -- perguntou.
-- Por causa da lenda do Sr. MacGregor!
-- Que lenda? -- perguntou Stephen.
-- A lenda de que as únicas pessoas que conseguiam atravessar o lago sem que a serpente negra os atacassem eram o Sr. MacGregor e o fiel mordomo, que ninguém sabe até hoje o seu nome, pois ele possuía uma poção que fazia com que a fera ficasse dormente e com isso eles conseguiam passar pelo e chegar ao castelo. Mas o barqueiro procurou a fórmula da poção no caderninho e não a encontrou, apesar de ter uma frase enigmática escrita no caderninho que era “Quem conseguir atravessar o Lago Ness, enfrentar a serpente negra, encontrará no castelo num esconderijo secreto uma montanha de ouro”, mas até hoje ninguém consegui e como o Sr. percebeu pelas marcas no quadro de madeira que possuo.
-- Muito obrigado pela conversa.
Levantou-se do banco, pagou a bebida e se dirigiu para a porta, saiu e foi direto para o quarto, na hospedaria, deitou na cama e ficou pensando na palavra que o barqueiro disse antes de morrer, acabou adormecendo.
Amanheceu outro dia e Stephen acordou dizendo:
-- Descobri aonde está o caderno de anotações de meu bisavô!!!!
Stephen descobrira facilmente pois o taberneiro disse que havia casas, a Taberna e a Hospedaria no vilarejo na época do Conde, e como ele disse “Na”, não poderia ser nas casas, não poderia ser também na Taberna, pois o avô dele estava esperando-o dentro da taberna e com isso sobra a Hospedaria, que se encaixa perfeitamente na palavra “Na Hospedaria”, mas aonde ? ele pensou.
Pensou durante um tempo e matou a charada com um grito:
-- O caderno está dentro deste quarto!!!! Mas aonde ele estará escondido ???? -- perguntou a si mesmo.
Ainda eufórico com a descoberta, ele levantou da cama e começou a vasculhar o quarto para ver se encontrava o caderninho, procurou, procurou, descansou, tornou a procurar, puxou os cabelos, tornou a procurar mas nada encontrou. E exclamou:
-- Onde estará este caderno!!! Já tirei todas as tábuas do assoalho e não encontrei nada, nem no armário e nem na cômoda!!!
Só estava inteiro ainda o colchão e ele mais que depressa começou a depenar o colchão mas não encontrou nada e ele gritou:
-- Raios! Onde estará este caderno!
Tornou a vasculhar o assoalho novamente, puxou novamente a cômoda, a cadeira e a cama, e quando ele terminou de puxar a cama ele notou que havia sobrado uma única tábua ainda pregada e mais do que depressa ele a arrancou e lá estava o caderninho que ele tanto procurara e gritou de alegria:
-- Achei ! Achei! Achei! Agora poderei descobrir como entrar no castelo daquele muquirana do MacGregor e dar o devido respeito que o meu bisavô devia ter tido por cuidar daquele mão de vaca do MacGregor.
Lá fora já tinha escurecido e como já não dava para fazer mais nada ele recolocou a cama no lugar e começou a ler as anotações do caderninho e descobriu que o mordomo, seu bisavô, havia saído do castelo logo após a morte do Sr. MacGregor, por uma passagem secreta e que ela começava nas masmorras do castelo, entre as celas escuras e frias do castelo e terminava depois do lago nos seus arredores, e depois que entrasse no castelo por uma passagem secreta deve-se procurar por i...s....c....s n.... pe....s d... ....iv.....s .......r....s, co......o....s, s......o e a..... m........as p....a .....r o .....al do .........ro.
-- Merda! Algumas letras se apagaram justo na parte mais importante do diário! Mas chega por hoje, estou muito cansado agora, amanhã eu penso no que poderia estar escrito aí.
Colocou o caderno dentro do travesseiro e dormiu até o dia seguinte.
Acordou, levantou-se da cama, vestiu-se, pegou uma sacola de couro, abriu-a e colocou dentro dela o diário do seu bisavô, saiu do quarto, desceu as escadas e foi para a praça para tentar decifrar o que estava escrito.
Após inúmeras tentativas de tentar descobrir o que estava escrito no restante da frase, ele desistiu e decidiu procurar a passagem secreta que seu bisavô utilizara para sair do castelo.
Levantou-se do banco da praça e foi andando em direção das margens do Lago, pois elas não eram muito longe da praça. Ao chegar perto da margem ele fez uma marca em forma de x no chão para marcar o local de onde ele partiu e para também saber quando terminar a volta do lago, começou a andar e a prestar atenção em tudo o que havia em volta do lago para ver se achava alguma indicação deixada pelo seu bisavô.
Quando ele chegou no outro lado do lago ele encontrou o cemitério dos MacGregor, onde estaria enterrados todos os descendentes da família MacGregor, exceto do Conde Stuart, que morrera nas águas do lago. Chegou na entrada do cemitério, abriu com dificuldade o portão, pois a grama já o havia “agarrado” pela parte inferior, continuou caminhando e chegou no primeiro túmulo onde estava escrito “Sir Parker MacGregor”, continuou olhando todo os túmulos, inclusive suas lápides, e quando estava chegando à parte mais ao sul do cemitério, a uns duzentos passos da margem do lago, onda dava-se para ver o fundo e naquele pedaço do lago devia ter entre um metro e um metro e meio de profundidade naquela direção, quando então reparou na inscrição da lápide “Sr. Hawking Amory - O fiel mordomo do Sr. MacGregor”, com a cara em espanto disse:
-- Mas isto é impossível !!!! Ele morreu na Grã-Bretanha há muitos anos !!!! Este túmulo é uma farsa !!!! Mas espere ?! Pode ser esta a entrada secreta para o castelo ?!?.
No mesmo instante o Sr. Stephen começou a procurar algum botão ou alavanca para poder acionar o mecanismo, ficou vasculhando o túmulo em toda a sua volta mas não conseguiu encontrar e como já caia o entardecer, ele resolveu voltar a cidade e tentar abrir a passagem novamente no dia seguinte, levantou-se do chão e começou o caminho de volta para a cidade e quando chegou a ela, foi diretamente para o quarto da hospedaria, abriu a porta, deitou-se na cama e só acordou no dia seguinte.
Levantou-se rapidamente, jogou uma água no rosto e caiu na estrada, chegou novamente ao cemitério e foi direto ao túmulo falso que nele havia, agachou-se e começou a retirar a grama que estava em volta da pedra que cobria o túmulo, ao terminar olhou atentamente toda a volta da pedra para ver se achava algum modo de abri-la, mas não encontrou nada em volta dela, um pouco irritado por não ter encontrado a entrada, ele apoiou o braço direito no topo da lápide e com o esforço para se levantar a lápide cedeu para trás levantando a pedra que cobria o túmulo, revelando a passagem secreta para o castelo, quando aconteceu isso o Sr. Stephen pulou, gritou e rolou de alegria pela grama do cemitério.
Após se recompor da manifestação de felicidade, ele reparou na entrada da passagem secreta que havia uma escada que começava a uns 30 cm da superfície da terra, mas como Stephen não possuía fósforos para acender o archote que havia do lado esquerdo da escada, ele puxou a lápide para frente e com isso fechou a pedra do túmulo, pegou a sacola que estava no chão e saiu correndo em direção à cidade para comprar fósforos e retornar o mais rápido possível.
Ao chegar à cidade o Sr. Stephen foi ao correio do vilarejo e pediu uma folha de papel e um envelope, escreveu algumas linhas, dobrou o papel, colocou-o dentro do envelope, escreveu o endereço no envelope e entregou ao balconista e pediu-lhe que fosse enviada o mais depressa possível para a Itália. Depois disso saiu do correio e foi direto a uma lojinha que lá havia, entrou, comprou os fósforos, pagou-os e saiu às pressas da loja, passou na hospedaria, subiu ao quarto e guardou o diário do seu bisavô dentro de sua mala, fechou-a, colocou-a debaixo da cama, saiu do quarto, desceu as escadas e foi rapidamente para a porta que dava na rua, saiu e tomou rumo ao cemitério dos MacGregor.
Depois de uma longa caminhada, chegou novamente ao cemitério, abriu o portão, o fechou e foi em direção ao túmulo do seu bisavô, ao chegar lá empurrou a lápide para trás, esperou em pouco e entrou.
Pegou os fósforos que havia comprado no vilarejo e acendeu o archote, que estava preso a uma corda na parede do túnel, terminou de descer as escadas e com um pouco de medo prossegui a caminhada pelo túnel.
O túnel era um pouco frio e tinha um cheiro muito ruim, parecido com carne apodrecida, mas ele continuou a andar e o cheiro ficou mais forte ainda, então Stephen retirou o lenço que havia em sua calça e amarrou no nariz para tentar “tirar” o malcheiro do ar que respirava, consegui amenizar o cheiro e prosseguiu viagem, andou por mais uns cinco minutos e encontrou o final do túnel, mas quando chegou no fim havia um grande portão de ferro com um ferrolho já todo enferrujado.
Stephen aproximou o archote do portão e começou a passá-lo mais perto do portão para ver se ele conseguiria abri-lo, apoiou o archote no chão e começou a tentar abrir o portão.
Stephen começou então a puxar o ferrolho que não se mexia de tanta ferrugem que havia se formado nele, ficou tentando por uns dez minutos e acabou não conseguindo move-lo, e com raiva deu um chute no portão, machucando o pé:
-- Maldito portão! Machuquei o pé! Mas esse portão vai abrir por ou por mal ?!? -- disse raivosamente o Sr. Stephen.
Pegou uma pedra que havia no chão e começou a bater no ferrolho para ver se desprendia, e com isso tentar abri-lo, bateu tanto no ferrolho que mesmo assim ele não saiu do lugar e já com a mão toda arranhada de tanto bater com a pedra no portão, Stephen decidiu voltar ao vilarejo e retornar ao cemitério no dia seguinte.
Jogou a pedra no chão, pegou o archote que estava apoiado na parede do túnel e começou a caminhar de volta para a entrada, lá no cemitério, ao chegar perto da escada viu do lado esquerdo da escada uma alavanca e que deveria controlar o fechamento e abertura da pedra do túmulo de dentro do túnel e para ver se realmente funcionava ele aproximou o archote da alavanca para ver se não havia nada preso nela, como insetos, plantas, etc., não havia, então ele aproximou a mão da alavanca e a puxou para a direita, a pedra começou a descer e se fechou, quando ela se fechou totalmente o Sr. Stephen puxou a alavanca para a esquerda e nesse momento caiu um escorpião no braço do Sr. Stephen, picando-o, e nervosamente bateu com a mão no escorpião, jogando-o no chão, e com sorte de não ter sido picado na mão novamente, e quando o bicho chegou ao chão ele o pisoteou dizendo:
-- Maldito bicho! Tenho que sair logo daqui e procurar um médico!!!. -- Nesse instante a pedra terminou de abrir e com pressa saiu do túnel, apagou o archote o jogou-o na escada que havia. Puxou a lápide para frente à fim de fechar a entrada e saiu correndo para o portão do cemitério, o abriu e continuou correndo o mais rápido que podia até chegar no vilarejo.
Ao chegar no vilarejo ele foi para o hospedaria e dirigiu-se ao balcão dizendo:
-- Encontre um médico meu Sr.! Fui picado por um escorpião quando andava pelas redondezas do lago! Mande-o ao meu quarto quando ele chegar!
-- Sim Sr. Stephen! -- respondeu o balconista e logo saiu correndo para chamar um médico.
Subiu as escadas, entrou no quarto, sentou-se na cama, abriu a mala, pegou o caderno de anotações e escreveu a localização da entrada da passagem secreta do castelo do MacGregor, colocou-o novamente dentro da mala e a colocou embaixo da cama. Começou então a se sentir mal e deitou-se. Suava muito, estava com um calor no corpo infernal e o médico que não chegava, o estômago começou a embrulhar, a sua cabeça doía muito, o seu coração começou a bater cada vez mais forte, respirava com dificuldade, começou a salivar em grande quantidade, parecia um cachorro louco, quando nesse momento o médico entrou e viu o Sr. Stephen passando muito mal na cama, dirigiu-se rapidamente à ele, reparou no torniquete que havia no braço antes do local da picada e deduziu pela forma da picada de que se tratava de uma picada de um escorpião e disse ao dono da hospedaria que observava da porta do quarto o médico:
-- Não posso fazer mais nada!!! Ele acabou de morrer!
O médico então levantou-se da cama e o cobriu com o lençol que havia na cama e disse ao homem apavorado:
-- Mande o homem da funerária vir aqui para pegar as medidas, para fazer o caixão e enterrá-lo no cemitério do vilarejo.
O homem então saiu do quarto e foi logo a funerária, foram para a hospedaria, tiraram as medidas de seu corpo e confeccionaram o seu caixão, depois de terminado a funerária levou o caixão para a hospedaria e colocou o Sr. Stephen dentro dele e o levaram para o cemitério do vilarejo, onde o enterraram.
Mais uma vez o tesouro do castelo continuava em segredo.
Capítulo V - A Busca
Itália, na cidade de Bolonha.
Numa rua estreita desta cidade mora o irmão do Sr. Stephen Amory, cujo nome é Raymond Amory alguns anos mais velho do que Stephen.
Amanheceu e Raymond saiu para checar a caixa de correio e encontrou apenas uma carta, pegou-a e entrou dentro de casa novamente, foi para a sala e sentou-se na sua cadeira predileta, pegou então a carta e começou a ler o envelope em voz alta:
-- “Para Raymond Amory Rua das Flores, 13 Bolonha Itália de Stephen Amory do Vilarejo Negro Escócia”.
-- Mas o que meu irmão está fazendo na Escócia?! -- perguntou-se Raymond.
Resolveu abrir a carta, rasgou a parte de cima do envelope e retirou uma folha de papel que estava escrita e começou a lê-la:
-- “Querido irmão Raymond, encontrei o caderno de anotações do nosso bisavô, Hawking Amory, que trabalhou para o Sr. MacGregor e que deixou uma fortuna em barras de ouro escondidas no castelo e achei também a entrada secreta por onde Hawking saiu depois de MacGregor morrer e vou escrevê-la no caderno quando voltar a hospedaria do Vilarejo Negro. Estou esperando você na hospedaria, sei que vai demorar um pouco para essa carta chegar à você, mas quando recebê-la venha o mais rápido que puder, pois finalmente os descendentes de Hawking Amory terão o devido respeito, pelo qual nosso bisavô não teve quando trabalhava para aquele crápula do MacGregor. O estou esperando. Assinado Stephen MacGregor.”.
-- Ele conseguiu!!! Irmão safado!!! Você conseguiu!!! Finalmente a exploração que nosso bisavô sofreu será vingada! -- gritou com fervor.
Depois de ter gritado, Raymond guardou a carta novamente no envelope e a levou no quarto, colocou-a em cima da cama e pegou a mala que ficava em cima do guarda roupas e colocou sobre a cama, abriu-a e colocou a carta de Stephen dentro, depois abriu o guarda roupas e começou a fazer a mala para poder ir até a Escócia, terminou de fazê-la e começou então se trocar, vestiu o melhor terno que tinha, pegou a mala, saiu do quarto e foi para a sala, pegou uma folha de papel e escreveu um recado:
-- “Fui viajar a Escócia à negócios não sei quando vou voltar. Atenciosamente Raymond”.
Depois de escrever o bilhete foi em direção da porta e saiu para a rua, caminhou um pouco até chegar a avenida principal aonde haviam as carruagens, chegou no local em que elas ficavam e um deles perguntou:
-- Para onde Sr.?
-- Para o porto! O mais rápido que você puder ir! -- respondeu Raymond ao cocheiro.
-- Sim Sr.! O levarei mais rápido que o vento!, brincou o cocheiro.
A carruagem começou a se movimentar e tomou o rumo do porto. Ao chegar no porto o Sr. Raymond desceu da carruagem e pagou o cocheiro, o que o agradeceu pela generosidade no pagamento.
Colocou a mala no chão, enxugou a testa e colocou-se a caminho do local onde se vendia passagens para a Inglaterra. Ao chegar no guichê pediu uma passagem para a Inglaterra no próximo navio, e o bilheteiro respondeu:
-- Temos somente para as treze horas meu Sr.
-- Está ótimo! -- respondeu.
-- O navio é o de nome Saint John no ancoradouro 19. -- respondeu o bilheteiro.
O bilheteiro deu-lhe a passagem e Raymond a pagou. Depois de sair da bilheteria foi se sentar um pouco nos bancos que haviam na frente dos ancoradouros.
O relógio bateu meio dia e meia e Raymond dirigiu-se ao ancoradouro 19 para poder embarcar. Ao chegar no navio, ele entregou a passagem ao capitão que ficava na ponte de embarque e subiu a bordo. Dirigiu-se então a sua cabine que era a de número dezoito, abriu-a, colocou a mala sobre a cama, tirou o paletó e o chapéu e saiu da cabine. Dirigiu-se para o convés para aguardar a partida do navio.
O navio saiu com duas horas de atraso devido a um problema em uma carga que ele transportaria para a Inglaterra, que não tinha chegado a tempo. Depois de embarcada a carga o navio prosseguiu viagem, o tempo na Itália estava ótimo, mas quando o navio já estava em alto mar e a uns cem quilômetros da costa italiana o céu começou a ficar cinzento e o capitão falando ao megafone as pessoas que estavam no convés para entrarem em suas cabinas pois estava vindo uma grande tempestade e o convés não é seguro para pessoas sem treinamento, avisou o capitão. Voltei então a minha cabine, demorou alguns minutos e a chuva caiu, bem forte com muitos relâmpagos, o mar começava a ficar bravo, precisei fechar a escotilha da cabine pois já começava a cair água dentro da cabine, o navio balançava muito, a chuva durou cerca de três horas, mas na última hora de chuva ela já estava mais fraca e o mar mais calmo.
A chuva parou, mas resolvi ficar na cabine por mais um tempo. Depois de umas duas horas saí da cabine e fui para o convés, já começava a escurecer, alguns minutos depois o capitão anunciava o jantar, que seria servido do salão do navio. Me dirigi a entrada do salão, entrei, sentei numa mesa com outras cinco pessoas, alguns minutos depois o jantar era servido pelos garçons, conversamos um pouco, foi servida a sobremesa, comemos e após terminar saímos todos para o convés, fiquei mais um pouco no convés e depois voltei a cabine, onde deitei e dormi até dia seguinte.
Levantei da cama, me vesti e fui para o convés e uma hora depois o capitão falando ao megafone que estaríamos na Inglaterra dentro de três horas. Quando ele anunciou isto Raymond ficou satisfeito, pois a viagem durara sete dias e já não agüentava mais o balançar do navio.
O navio se aproximava da costa da Inglaterra quando o capitão disse:
-- Atenção todos os passageiros! Peguem suas bagagens e se dirijam a proa para desembarcar no porto de Mood.
Raymond voltou para a cabine, pegou a sua mala, fechou a porta e se dirigiu à proa. O navio atracou e depois de ancorado e de colocada a ponte de desembarque os passageiros começaram a descer, quando Raymond pisou em terra firme foi em direção da bilheteria do porto onde perguntou:
-- Poderia me informar aonde há serviços de carruagem nesta cidade?
-- Primeiro o Sr. atravessa o portão do porto e continua em frente, e quando passar o Hotel Savoy vire à direita e ande um pouco mais e verá à sua esquerda uma praça. É lá que estão as carruagens que podem ajudar o Sr. -- respondeu educadamente o atendente.
Depois de ter recebido a informação do atendente, Raymond começou a nadar em direção ao local que lhe falaram. Quando chegou na praça um cocheiro perguntou à ele:
-- Para onde Sr.?
-- Para o Vilarejo Negro na Escócia.
-- Eu não vou até a Escócia mas vou até uma cidade a uns quinhentos quilômetros da fronteira da Inglaterra com a Escócia. serve para o Sr.? -- perguntou o cocheiro.
-- Serve. -- respondeu Raymond.
Embarcou na carruagem e prosseguiram a viagem até a Cidade de Covey ao norte da Inglaterra, a viagem durou umas catorze horas e quando cheguei a Covey já era noite e não dava mais para prosseguir viagem. Resolvi então me hospedar no hotel da cidade e partir no dia seguinte para o Vilarejo Negro.
Entrou no hotel e foi logo para o quarto, abriu a porta e deitou-se na cama, dormiu até o dia seguinte.
Levantou-se, lavou o rosto no banheiro, peguei a mala, sai do quarto, e fui em direção a porta principal do hotel que dava para uma praça onde havia carruagens que faziam a viagem até a Escócia, ao chegar na praça perguntei:
-- Qual de vocês fazem o caminho para o Vilarejo Negro na Escócia?
-- Somente eu Sr.? -- respondeu o cocheiro.
-- E demora quanto tempo até lá Sr.? -- perguntou Raymond.
-- Umas seis horas de viagem meu Sr. -- respondeu o cocheiro.
Embarquei na carruagem e prosseguimos viagem e o cocheiro para puxar conversa falou que era incrível ele estar fazendo este percurso pela segunda vez em seis meses e que o normal é uma vez a cada ano para essa região. Intrigado perguntei ao cocheiro:
-- Quem fora o primeiro passageiro que levara neste seis meses?
-- Foi um velho. -- respondeu o cocheiro.
-- Você sabe o nome dele?. Perguntou Raymond.
-- Deixe-me ver! Eu acho que era Stephen Amory! é isso mesmo! Era Stephen Amory. -- falou o cocheiro.
-- Era mesmo o meu irmão. -- falou sorrindo Raymond.
Chegamos no Vilarejo Negro as duas horas da tarde, o cocheiro parou a carruagem na praça do vilarejo, desci, peguei as malas e as coloquei no chão. Paguei o cocheiro e fui em direção a hospedaria que havia em frente da praça. Entrei e fui em direção ao balcão de registros da hospedaria, coloquei as malas no chão e perguntei ao balconista:
-- O Sr. poderia me informar o quarto do meu irmão o Sr. Stephen Amory?
-- O Sr. Stephen Amory?!? -- falou com espanto o balconista.
-- Porque o espanto Sr.? -- perguntou Raymond.
-- Por que o Sr. Stephen Amory morreu há uns quinze dias atrás Sr.! -- respondeu o balconista.
-- Como morreu?!? -- perguntando com espanto ao balconista.
-- Ele morreu mesmo Sr.! -- respondeu o balconista.
Nesse momento Raymond começou a passar mal e foi em direção aos bancos de madeira que haviam no saguão, sentou-se e levou as mãos à cabeça dizendo:
-- Meu irmão morto! Que desgraça para a família! Não consigo acreditar nisso!
Ficou nessa posição durante algum tempo. O balconista veio em direção à ele e perguntou:
-- O Sr. está bem?
-- Estou! O Sr. saberia informar do que Stephen morreu? -- perguntou Raymond.
-- Sei sim Sr. O médico que o atendeu disse que ele havia sido picado por um escorpião no braço, mas quando ele chegou aqui para atendê-lo, já havia morrido, e foi enterrado aqui mesmo no cemitério do Vilarejo Negro, que fica a uns quinhentos metros daqui.
-- Picada de escorpião?!? -- disse Raymond.
-- É Sr.. Há muitos deles em volta do Lago Ness, mas fazia tempo que não apareciam pessoas picadas por escorpiões aqui no Vilarejo Negro.
O dono da hospedaria se levantou do banco e voltou para o balcão. Raymond ficou mais uns quinze minutos sentado no banco, levantou-se e se dirigiu ao balcão e perguntou ao balconista:
-- Qual era o quarto do meu irmão Stephen Amory?
-- Era o melhor quarto daqui, pois ele tem a vista do pôr-do-sol e é o terceiro quarto à direita da escada. -- respondeu o balconista.
Peguei as malas que ainda estavam em frente do balcão, subi a escada e fui em direção ao quarto, abri a porta, entrei, coloquei as malas sobre a cama, tirei o chapéu e sentei um pouco na cadeira que havia do lado da janela. Fiquei sentado por meia hora e resolvi então ir no cemitério para visitar o túmulo do meu irmão. Saí do quarto, desci as escadas, saí da hospedaria pela porta principal que dava na praça do vilarejo. Andei até o cemitério e chegando lá havia um senhor cuidando da entrada e falou:
-- O Sr. poderia abrir o portão para eu poder visitar o meu irmão Stephen Amory.
-- É claro Sr. Ele morreu a uns poucos dias e já recebe visitas isto é incrível! -- respondeu o senhor.
-- Por que incrível senhor? -- perguntou Raymond.
-- Pois a maioria das pessoas que são enterradas aqui não recebem visitas dos entes queridos, e quando vem alguém é que a pessoa que morreu veio de algum lugar e não voltou para o local de onde veio. -- respondeu o senhor.
O senhor abriu o portão, entrei e perguntei:
-Aonde está o túmulo dele senhor?.
-- No quinto corredor à sua esquerda. -- respondeu já fechando o portão.
Andei até o quinto corredor e entrei, olhava na direita e na esquerda para ver se achava o túmulo do Stephen e quando estava chegando quase no final do corredor eu o encontrei. Era um túmulo bonito com grama em cima e uma cruz em madeira somente com o nome gravado e data da morte mais nada, estranhei pois não havia a inscrição da data de nascimento na cruz. Fiquei com uma dúvida na cabeça. Se eles não escreveram a data de nascimento era porque o meu irmão estava sem documentos e onde eles estariam agora. Com a pergunta ainda na cabeça saí do cemitério e voltei para a hospedaria, entrei e perguntei ao balconista:
-- O senhor poderia me informar aonde estão os pertences do meu irmão o Sr. Stephen Amory.
-- Que eu saiba Sr. ele não deixou nada. -- respondeu o dono da hospedaria.
-- Tudo bem então. -- falou Raymond.
Saí do balcão, subi as escadas e fui para o quarto, entrei e fiquei pensando aonde estaria a mala dele e seus documentos e principalmente o diário do nosso bisavô. Comecei então a vasculhar o quarto e para a minha surpresa ao olhar embaixo da cama encontrei uma mala, não tinha nome do lado de fora, resolvi então abri-la e encontrei dentro da mala o relógio que eu dera para ele de aniversário.
Comecei a tirar as roupas da mala e encontrei os seus documentos, mas ainda não havia achado o diário do meu bisavô, continuei a tirar as roupas quando finalmente o encontrei, com a capa bem desgastada por causa do tempo que se passara desde que o nosso bisavô o terminou de escrever. Já era noite e resolvi ler o diário na manhã seguinte e começar a encontrar novamente a entrada da passagem secreta, coloquei o diário novamente na mala e a coloquei embaixo da cama juntamente com a minha, troquei a roupa e deitei na cama, dormi até o dia seguinte.
Acordei, lavei o rosto, o enxuguei, me vesti e me abaixei para pegar a mala e tirar o diário de dentro dela, peguei-o e o coloquei em cima da cama, fui em direção da cadeira e a coloquei de frente para a janela, peguei o diário e comecei a lê-lo.
As anotações do caderninho estavam bem claras leu também que o mordomo, nosso bisavô, havia saído do castelo logo após a morte do Sr. MacGregor, por uma passagem secreta e que ela começava nas masmorras do castelo, entre as celas escuras e frias do castelo e terminava depois do lago nos seus arredores, e quando entrasse no castelo por uma passagem secreta deve-se procurar por i...s....c....s n.... pe....s d... ....iv.....s .......r....s, co......o....s, s......o e a..... m........as p....a .....r o .....al do .........ro. Quando Raymond chegou neste pedaço ele disse:
-- Merda! Estão faltando algumas letras das palavras e não dá para entender nada!
Raymond começou a pensar. Se era um diário secreto deveria ter um jeito de decifrar a mensagem, quando derepente ele lembrou de uma coisa que ele e Stephen faziam quando eram pequenos quando brincavam de espiões e escreviam com tinta invisível e que era nada menos do que suco de limão e que para ler a mensagem era só encostar o papel no fogo que a mensagem apareceria. Para ter certeza disso Raymond levou a página aonde estava a mensagem ao nariz e cheirou a folha. Tinha cheiro de limão! Mas não poderia encostá-lo no fogo, pois o caderninho poderia pegar fogo por causa da idade do papel pois já estava bastante amarelado. Teve uma idéia, se levantou da cadeira, abriu a porta do quarto, desceu as escadas e foi em direção do balcão e perguntou ao dono:
-- O Sr. tem alguma faca na hospedaria que possa me emprestar?
-- Tenho sim. Já vou pegá-la para o senhor. -- respondeu o balconista.
Demorou alguns minutos e ele veio com a faca e a entregou para Raymond que imediatamente correu para a escada, entrou no quarto, fechou a porta, pegou a vela que havia no quarto e a acendeu, levou-a até a janela, pegou a faca e a colocou na chama da vela, quando o metal da lâmina ficou alaranjado ele a retirou e começou a passar em cima da mensagem que estava escrita no caderno e então a mensagem se revelou e dizia o seguinte “Quando entrasse no castelo por uma passagem secreta deve-se procurar por inscrições nas pedras dos diversos quartos, corredores, salão e as masmorras para achar o local do tesouro” e Raymond começou a pular de alegria, pois finalmente havia se conseguido decifrar a misteriosa mensagem e com isso o seu bisavô seria vingado.
Depois de ter decifrado a frase Raymond trocou de roupa e se deitou, pois já era noite e ele queria levantar cedo no dia seguinte para começar a busca do tesouro e logo depois de se deitar ele ficou imaginando se encontrasse o tesouro e o que faria com ele.
continua.....