American Idol - EPISÓDIO 20

American Idol está acabando, tenho metade da segunda temporada já feita, mas atualmente estou focado no meu novo livro, então só voltarei a postar a segunda temporada em Agosto. Beijos, e até a semana que vem com os dois últimos episódios. Próximo episódio teremos a participação de um grande nome da Música Pop e uma estrela conhecida aqui do RL.

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Acordei numa segunda-feira melancólica e chuvosa, foi o dia que mais senti falta dos meus amigos, tanto que meus olhos se encheram, mas havia muita gente no quarto do hotel junto comigo para eu ficar chorando.

— Esse clima não é normal. — Cooper puxou assunto.

Eu encarei o teto sem ânimo para responder.

— O que há Calvin? Você está com uma cara ruim...

Deslizei até ficar sentado na cama com o lençol na cintura, eu parecia um palhaço com o cabelo bagunçado e uma camisa do Star Wars toda amassada.

— Sinto falta da minha vida em New York e falando sinceramente, eu não queria abrir mão disso para realizar um mero sonho. — confessei.

Os outros três garotos, com quem dividimos o quarto, estavam acordando e conversando também. Eram eles: Michael, Adam e Tom. Este último pegou seu violão para tocar uma canção bem certa para o momento, The lazy song.

Cooper saiu de sua cama, enrolou-se no lençol, deixando apenas parte do tórax à mostra e chegou mais perto, sentou do meu lado.

— Não é um mero sonho Calvin. Você só está pensando assim por que sente falta deles, se tem uma coisa que eu aprendi é que nós ficamos inseguros quando estamos prestes a realizar algo que queríamos há muito tempo. Há um grande número de psicólogos na minha família, então não duvide de mim. Você deve focar em você neste exato momento, parece egoísta, mas pense bem! Quando isso aqui acabar, você vai poder rever todos eles e voltar a viver com eles. Você tem alguém pra te consolar, caso isso dê errado, daí você poderá arranjar outro emprego num bar e cantar para pessoas que não vão prestar atenção em você, ou então você pode se tornar um artista de rua, e ser espancado por vândalos na primeira oportunidade. Já eu...

— Você?

— Se isso aqui der errado eu voltarei à mesma vida de antes, vou continuar rico, sendo sustentado pelos meus pais, tendo tudo que quero, indo à praia de Santa Mônica nos fins de semanas, comprando carros caros e roupas de grife, ter qualquer pessoa comum aos meus pés e sentir esse imenso vazio que continua aqui no meu peito. Isso é péssimo, mas é a minha expectativa de vida, talvez eu me suicide um dia, por puro tédio, fazendo um favor para o mundo. — lamentou.

— Eu sentiria sua falta. — falei por que é verdade, não só para consolá-lo. Cooper está sendo um grande amigo.

— You Are The Only Exception... — cantou.

Sorrimos com sua voz rouca por ter acordado agora pouco.

— Estamos próximos do fim e não devemos temê-lo. — falei espontaneamente.

Então passamos um dia depressivo e logo começou o trabalho outra vez.

Voltamos ao estúdio desleixado para uma gravação rápida. A chuva estava muito fraca quando chegamos lá, logo o clima bom voltaria.

Michael, o anfitrião nos direcionou para nos reorganizarmos para a próxima etapa.

— Bom... As notícias não são tão boas assim. Os dez finalistas devem formar cinco duplas, o parceiro fica a critério e a música também, porém neste sábado... Oito pessoas vão partir e os dois finalistas que sobreviverem irão se converter em dois adversários para um grande final no sábado seguinte 28 de Agosto. Então peço que se juntem e escolham suas duplas agora mesmo, vocês tem cinco minutos. Mas antes quero lembrar que, segundo as regras do programa, não é obrigatório uma dupla certa ir para a final, pode ser uma pessoa de cada dupla. Agora escolham!

A correria começou. Todos procurando alguém que valesse a pena. Eu não precisei correr, Cooper estava bem ao meu lado. Nem falei nada, olhei em sua direção e ele entendeu.

Cinco minutos mais tarde...

— Duplas escolhidas, a próxima tarefa consiste cantar um dueto. Caprichem, e até Sábado com mais um episódio emocionante do American Idol! — disse Michael para as câmeras.

— Corta! — gritou o diretor.

Fomos mandados para o hotel, agora uma dupla em cada quarto. Senti um aperto terrível quando entramos no nosso quarto, além de sentir falta dos meus amigos de New York, me senti sufocado.

— Esse programa é um saco. — confessei descarregando todo meu stress.

Cooper arregalou os olhos por alguns segundos, como se pensasse que eu sou louco, mas depois sorriu, logo entendi que ele achava a mesma corra.

— Ele nos dá uma chance boa, mas exige muitos sacrifícios. — disse-me.

— E como! Eu vejo isso aqui como um grande sacrifício e o programa é uma ponte para o sucesso. O resto é um saco. — repeti.

— Agora vamos focar no sacrifício, pega o netbook que nos foi designado e vamos procurar um dueto entre dois homens.

— Tem um perfeito em minha mente. Quero cantar Apologize do Timbaland. — foi uma ideia súbita que surgiu no momento.

E ele aceitou na hora.

Enquanto procurávamos cifras de violão e ouvíamos a música no fone para identificar os tons corretos, bateram na porta e um papel deslizou para dentro do quarto por baixo dela. Corri até lá e abri o envelope, dentro dele havia um cartão com o símbolo do programa dizendo:

“Nesta quarta-feira os participantes poderão sair do hotel das oito às vinte horas. Aproveitem para fazer tudo que necessitam, pois essa é a penúltima folga e a última terá um tempo mais curto.”

Joguei o cartão na lixeira em seguida.

— Eu mereço! — reclamei.

— Estamos nos tornando pessoas públicas nessa fase e a imprensa cai em cima, então não podemos sair por aí como anônimos, prefiro pensar assim...

— Mas nenhum paparazzo nunca me incomodou, ou incomodou algum participante, pelo menos nunca ouvi falar.

— E como você acha que nossas fotos vão parar nas revistas de fofoca, na Billboard e nos sites? — indagou.

Pensei bem por um instante.

— Poxa! Então eles são invisíveis.

Voltamos ao nosso trabalho e começamos a treinar até a meia-noite, quando não aguentamos mais cantar, dormimos, acordando cedo no dia seguinte para o “Tomando Café da manhã com Michael” (uma chatice) e voltamos para o quarto, trancafiados sem opções de lazer, então praticamos até anoitecer.

Nosso jantar chegou às sete horas e estava caprichado, não sei se estava realmente bom ou se era minha fome que dava um bom gosto à comida.

Quando me senti farto, sentei no chão com as costas apoiadas na cama, Cooper encostou-se à parede próxima da porta, segurava um pedaço de carne e brincava com ele.

— Nunca comi tanto em toda minha vida. — falei.

— Eu também. Ei, eu estava pensando... Amanhã é folga, que tal darmos uma fugida e tentar ligar para nossos entes? — sugeriu.

— Mas se formos pegos seremos expulsos do programa. — lembrei.

— Não se conseguirmos o celular de alguém e ligarmos dentro de um banheiro na Starbucks LA. Eu penso em tudo meu caro. — acrescentou ao perceber minha incredulidade.

E na quarta-feira pusemos nosso plano em ação, entramos na Starbucks e passamos quase duas horas no balcão do banheiro até o garoto que

Cooper contratou chegar com um celular novo.

— Você primeiro. — disse pondo o celular em minhas mãos.

Respirei fundo antes de discar o único número que eu sabia de cor.

Um toque, dois toques, três toques...

— Alô? — Disse uma voz sonolenta, a voz que eu reconheceria em qualquer lugar do mundo com as mais diversas variações, falando baixo, gritando, rouca, grogue e etc.

— Não faça alarme, sou eu. — murmurei feliz por falar com Logan.

— Não acredito! Meu Deus do céu! Calvin Harris, eu sinto tanto a sua falta, Irina, é ele! — gritou me fazendo afastar o celular do ouvido.

— Qual parte do “não faça alarme” você não entendeu? Isso é pior que contrabando. Eu posso ser expulso do programa se descobrirem que consegui um celular. — expliquei.

Ouvi uns murmúrios e a louca da Irina começou a tagarelar toda eufórica.

— Calvin, como você está? Como conseguiu nos ligar? Você é lindo na TV, as estatísticas dizem que você vai vencer ou pelo menos ficará em segundo lugar, eu estou namorando sério com Kyle, ele quer ter filhos, Logan vive cabisbaixo, ah! Ele tá fazendo o maior sucesso, todo gostosão nos outdoors, logo você vai vê-lo por aí, quando você volta? Sinto tanta saudade!

Como ela consegue falar tanto?

— Provavelmente em meio mês, talvez no final de agosto. Eu sinto falta de vocês todos os dias assim que me acorde, até o momento em que vou dormir. Agora não posso me arriscar mais. Até qualquer hora. Amo vocês! — desliguei.

Cooper fez uma ligação rápida para casa, seus pais não estavam e provavelmente não dariam a mínima atenção para a ligação, o programa ou ele.

— Panacas. — resmungou — agora para não restar nenhuma prova... — ele abriu a tampa tirou o chip, o partiu em dois, jogou no vaso e deu descarga. — o celular é todo seu Junior, pode ir agora. — dispensou o rapaz.

Fiquei com cara de paisagem, ele comprou um celular só para esta ação?

— Quem é ele?

— Um capacho, me ajuda muito. Que tal irmos à minha casa? Posso te mostrar minha coleção de discos... Tenho muitos, acho que ainda não te falei sobre eles. E, antes que você diga não, não é proibido ir lá, já que no programa deixei a casa dos meus pais cadastrada como minha residência. — explicou.

Aceitei o convite, o sol não apareceu então praia não era uma boa. Partimos para um bairro residencial tradicional e quando o táxi parou descemos de frente a uma bela casa, arrisco-me a dizer que é a mais bonita do bairro.

Amarela com partes douradas e brancas, duas pequenas fontes no gramado, ele me conduziu até o quintal, não estava com a chave de dentro para entrarmos, atrás havia uma piscina grande, uma casinha de cachorro aparentemente inutilizada, uma mesa com guarda-sol e quatro cadeiras, duas camas de sol e uma parte coberta (que era a varanda no primeiro andar) com um sofá de três lugares e uma poltrona.

— Essa é a minha parte favorita da casa. Apenas com a chave do portão tenho acesso ao paraíso. — disse. Cooper sentou no sofá maior e eu sentei na poltrona.

— Bem relaxante e é perfeita para o clima daqui.

— Eu penso em tudo. — justificou-se.

Passamos algum tempo conversando ali, ele tocou violão cantando John Mayer e depois voltamos ao hotel, antes do toque de recolher. Compramos pizza e comemos no quarto, mais uma refeição engraçada.

Engasguei-me de tanto rir quando ele começou a brincar com tomates e cebolas.

Depois dormimos tranquilos e ansiosos pelo sábado.

...

E N Andrade
Enviado por E N Andrade em 26/05/2012
Código do texto: T3689029
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