American Idol - EPISÓDIO 18

GENTE, MIL DESCULPAS! A net deu pau justamente no sábado, então não pude postar. Mas posto hoje pra não atrasar. Beijos à todos e obrigado pelos comentários.

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Amanheceu o domingo e eu aproveitei a calmaria para descansar o máximo possível, durante a tarde fiz exercícios de voz, um deles infalível regado à pinga, e passei o resto do dia assistindo TV até a hora de dormir, deixando um despertador pronto para acordar cedo na segunda-feira.

Nos estúdios encontrei com Mary, Cooper e Tessa. Conversamos besteira enquanto as coisas eram preparadas no palco. Michael nos divertiu, uma equipe de maquiadores tentava esconder as rugas de Steven Tyler e tentavam também dar um efeito bronzeado em Jennifer Lopez.

Quando o show começou, tudo ocorreu como as duas primeiras vezes. Eu me sentia triste então usei isso a meu favor e cantei Goodbye da Avril Lavigne, o que é meio estranho na voz masculina, mas cantei com o coração como se cantasse para Logan e minha tristeza era tanta que meus olhos se encheram de brilho, então foi a primeira vez que ouvi críticas cem por cento positivas.

— Estou emocionado garoto! — disse Steven Tyler, um cara que sempre admirei como ótimo intérprete.

— Fabuloso, quase me fez chorar com sua melancolia. É sim! — disse Tim Diouf.

E por último, mas não menos importante.

— Sua voz melhorou muito desde a primeira vez que esteve aqui e a música é linda e tristonha ao mesmo tempo e você a interpretou perfeitamente, mesmo com sua voz masculina pouco rouca. Parabéns, você está na quarta fase! — disse a Jennifer Lopez. Linda.

Agradeci timidamente, embora confiante e saí do palco, recebendo um abraço surpresa de Cooper e mais um de Tessa e outro Mary.

— Cara, a gente chorou aqui. — Cooper disse. O que pense ser apenas uma mentira em forma de elogio, mas os três estavam com olhos de pingueira.

— Vocês são demais, obrigado por me apoiarem. E Cooper... Obrigado pela aula de canto, melhorei muito e devo isso a você. — murmurei.

Ele sorriu timidamente sem querer se gabar de nada.

— Me retribua quando vencer, fazendo um Featuring comigo em algum single, combinado assim? — perguntou ainda com o sorriso estampado.

— Claro. — concordei apertando firme sua mão para provar que se tratava de uma promessa real, que será cumprida se eu vier a gravar um cd algum dia.

Nosso quarteto amistoso nem imaginava que haveria um fim trágico neste dia, alguns minutos depois Mary foi desclassificada pelos três jurados. Alegaram que ela não estava cantando, tinha deixado sua voz em casa e trocado pelo miado de um gato de rua. Mas isso não foi mais triste que vê-la partir derrotada.

No fim do dia, Tessa, Eu e Cooper levamos Mary para o hotel onde havia se hospedado, ajudamos ela a arrumar suas coisas e depois fomos com ela para o aeroporto, onde ela comprou uma passagem para Miami, sentamos no saguão e esperamos que sua hora chegasse.

— Não se prenda a nós Mary, nós te adoramos, mas há uma vida além de nós. Mas só para não perdermos o contato, aqui estão os nossos endereços do facebook, lá você pode encontrar outras informações. — falei e lhe dei mais um abraço.

Tessa estava com o nariz vermelho de tanto chorar.

— Amiga, eu vou sentir tanto a sua falta! — e chorou mais um pouco abraçada a Mary, Logan estava quieto, chorando calado como se tivesse envergonhado.

— Se apegar às pessoas é realmente uma droga! — ele concluiu.

Então nos abraçamos, os quatro juntos. Mais um estava partindo, primeiro Stefan e agora Mary. Apenas nós restamos. E Logan tinha razão, se apegar às pessoas é uma droga, senti uma falta terrível de Logan ao ter esse pensamento.

Seu vôo foi chamado no alto-falante.

— Tenho que ir agora. Eu vou adicionar todos vocês. Adeus! — disse ela.

Quando Mary partiu, segurei uma lágrima. Não chorei nem por Logan, nem quando deixei minha casa, nem quando passei para a quarta fase do American Idol então não vou me dar ao luxo de chorar agora.

“Você é mais forte Calvin Harris, não deixe uma lágrima sequer cair!” – pensei.

Apesar de não chorar, senti uma necessidade imensa de abraçar os dois separadamente, e assim o fiz, começando por Tessa e por último Cooper, a quem consolei por alguns minutos, eu acho que ele estava gostando de Mary, por isso chorava.

Depois que ele nos deixou em casa, senti uma tristeza maior que antes, pois além de Logan estar em Nova York agora, eu tinha três dias de folga e não queria fazer nada.

Tomei um banho demorado para eliminar o calor da Califórnia, vesti uma camisa regata de malha fina branca, daquelas apertadas, e um short feio deixava minhas coxas à mostra.

Então bem relaxado, sentei na escrivaninha e abri o diário outra vez, mas antes de começar a escrever, uma folha caiu, onde eu havia escrito a música e lembrei-me de Logan outra vez, mas tentei não pensar em minha falta de companhia e comecei a escrever.

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Diário de Calvin Harris – Página 41

Passei outra vez, mas não estou tão feliz assim porque perdi a Mary, o que entristeceu todos. Principalmente Cooper, isso me partiu o coração, mas o que mais me entristece mesmo é Logan não estar mais deitado aqui na cama ao lado. Eu fiquei com uma camisa dele para sentir sua presença, mas isso foi um ato tolo, por que a camisa tem seu cheiro, mas presença dele é impossível de substituir.

PS: Eu escrevi uma música sobre ele, intitulada “While He Sleeps”

(Enquanto ele dorme) que escrevi enquanto ele dormia. Não sei se um dia terei coragem de cantá-la para alguém, mas assim que fechar o diário eu vou treinar um pouco.

Calvin Harris (sete da noite) Segunda-feira –

no quarto do hotel, sozinho. – CA

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Assisti a reprise do segundo episódio do programa na Fox, na recepção do hotel ao lado da recepcionista, depois subi e cantei a canção que fiz há pouco tempo, ainda arrumando umas palavras e imaginando como ficará a melodia no violão.

Peguei meu celular, que pouco uso e disquei seu número.

— Pensei que você não ia me ligar nunca! — Logan disse quando atendeu.

— Teria ligado antes se soubesse que ia ser tão bem atendido! Como você está? Ah e por que você não me ligou? — questionei curioso, se ele queria tanto falar comigo, devia ter ligado primeiro, não?

— Você e suas perguntas difíceis. Calvin eu estava esperando você ligar, primeiro por que você estava no estúdio e não podia falar com ninguém, e antes disso, não sei por que. — explicou-se, estava me enrolando para não dizer a real razão.

— E Irina como está?

— Bem, depois de uma semana de puro amor. Mas nada é igual sem você aqui. Eu estou trabalhando pouco, minhas fotos serão divulgadas no site, outdoors e num telão bem grande da Times Square neste sábado.

— Que ótimo cara! Eu sinto sua falta. — confessei, estava feliz por ele, triste por nós.

— Eu também. Muito.

— Ah lembrei! Eu passei de novo. Agora tenho que ir, vou descansar. — falei.

— Até mais, cuidado com o Cooper.

Desliguei antes que ele começasse a falar bobagem. Dormi com sua camisa outra vez e quando amanheceu, acordei com uma grande vontade de trabalhar. Me arrumei e saí correndo para o primeiro restaurante que encontrei e implorei por um emprego, ao menos de lava-pratos, mas acabei conseguindo ser garçom e responsável pela limpeza num restaurante de luxo.

Um bom (e gordo) homem me deu a chance. Eu ouvi seus conselhos e trabalhei como um condenado para agradá-lo, assim voltei na quarta-feira e na quinta-feira, mas na sexta eu teria que faltar então chamei meu chefe, o Senhor Hoffman, num canto mais reservado.

— Senhor, eu estou adorando me ocupar trabalhando aqui, mas amanhã é dia de gravação e tenho que passar o dia inteiro nos estúdios, todas as segundas e sextas. Faço parte daquele programa da Fox, American Idol. — expliquei muito tímido, temendo ser demitido.

— Tudo bem meu jovem, façamos o seguinte: nos dias que você tiver gravação, venha trabalhar à noite cantando para os clientes, temos um pequeno palco no salão e estávamos mesmo precisando de um cantor. — ele decidiu.

Eu me segurei para não abraçá-lo e sorri extremamente satisfeito, apesar de ter um pouco de vergonha.

— Muito Obrigado! — apertei suas mãos.

E mais uma vez foi o que aconteceu. Ficar no estúdio na sexta-feira foi bem cansativo, pois passar da quarta fase era um desafio muito grande, pois da quinta em diante, estão as possibilidades, além de ser a parte mais difícil.

Por sorte do destino, Logan conseguiu passar, por pouco não ficou. Tessa passou muito bem, e eu por fim acabei passando também por pouco.

Na saída dos estúdios fizemos comentários à memória de Mary e juramos que pelo menos um de nós três venceria, por si mesmo, pelo nosso grupo e por Stefan e Mary, dois bons cantores que foram eliminados e conseqüentemente partido para longe.

Peguei o Subway, não deixei Logan me levar. Seria meu primeiro “show” e quando ele descobrisse, ia querer ficar para assistir. É claro que isso me deixaria ainda mais nervoso.

Lavei alguns pratos, depois recebi a ordem de ir ao palco animar os clientes, que nem prestariam atenção em mim. Peguei o violão que estava encostado no banquinho, onde me sentei, arrumei o microfone, cruzei as pernas, apoiei o violão nelas e comecei.

— Boa noite Senhoras e Senhores. — a única coisa que ousei falar.

Enquanto começava a tocar a melodia de Who You Are, da Jessie J, senti um alívio por poucos prestarem atenção e também pelo fato do violão ser novo e perfeitamente afinado. Fechei os olhos e comecei.

(espaço reservado à música)

Quando acabei, abri os olhos temendo ter desafinado, mas todos os clientes em suas mesas estavam me encarando perplexos e até aplaudiram. Agradeci e voltei para a cozinha, onde o Senhor Hoffman me parabenizou e disse que voltasse na segunda-feira, disse também que eu me tornaria uma atração aqui se continuasse desse jeito, pois ninguém nunca aplaudiu um cantor nesse restaurante em seus dez anos de existência.

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E N Andrade
Enviado por E N Andrade em 20/05/2012
Reeditado em 20/05/2012
Código do texto: T3678383
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