American Idol - EPISÓDIO 11

ESTAMOS OFICIALMENTE NA METADE DA SÉRIE, (QUE JÁ ESTÁ TOTALMENTE ESCRITA E A SEGUNDA TEMPORADA JÁ EM ANDAMENTO)

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EPISÓDIO 11

Depois do nosso “Momento Cúmplices” no parque, fomos direto para casa e rimos mais à noite inteira, Irina estava por fora, desde que Logan arrumou nosso quarto, Irina ficou sozinha na sala, então está mais excluída das nossas boas conversas.

— Como você vai fazer? — Logan perguntou. Estava deitado em sua cama, provavelmente e cueca, mas enrolado até a cintura.

Eu tinha acabado de voltar do meu último banho. Vesti uma calça moletom e deitei na minha cama, nos viramos um de frente pro outro, apaguei a luz e acendi o abajur entre nossas camas.

É incrível como a baixa-luz torna o ambiente mais agradável.

— Vou chegar cedo, alegando que farei uma festa surpresa para o chefe comemorando alguma coisa. Os funcionários chegam primeiro, então vão ficar encarando o altarzinho que eu vou preparar, aí é só esperar o chefão chegar com seu garotão e fazer o meu discurso de despedida. — expliquei.

— Você é mau.

— Sou mesmo. — gargalhei depois de falar para dar ênfase ao meu lado homem mau.

Dei boa noite e desliguei o abajur. Um dia seguinte de muitas surpresas me aguardava, minha euforia estava aflorada e tive que me concentrar muito para conseguir dormir. Fiquei pensando na cara de todos quando eu me demitir com orgulho estampado na cara. Eu vou fazer isso.

E o dia amanheceu, pareceu uma eternidade, mas ele amanheceu.

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Diário de Calvin Harris – Página 27

Chegou o grande dia. Finalmente! Hoje eu vou me libertar de todo os males do passado que estão me prendendo nesse cara chato que eu sou.

Eu vou mudar e vou me tornar uma lenda, e quando eu for uma lenda, voltarei a ler esse diário e vou rir quando parar na página 27 e direi: Eu tinha razão.

Calvin Harris (sete e quarenta) 03 de julho,

café-da-manhã em casa. – NY

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— Bom dia meninos! — Irina despertou finalmente e saiu do colchão na sala.

Logan estava vestido como sempre, ou melhor, não vestido, usando um avental enquanto fazia ovos mexidos desastradamente.

Mal pensei nisso e ele queimou a mão gritando ai.

— Você como cozinheiro é ótimo atleta. Irina sente-se. Vamos comer esses ovos mexidos antes que Logan perca a mão de tanto queimá-la.

— Com certeza. Estou morta de fome. — disse Irina, coisa bastante normal.

Tomamos nosso café-da-manhã conversando sobre a primeira página do New York Times, um assunto bem chato para se conversar na mesa em plena manhã. Odeio conversar sobre política, por que política é uma coisa bem nojenta.

— Boa sorte na sua vingança hoje. — Logan me desejou quando nos separamos na entrada do prédio.

Ele entrou no táxi e partiu para a agência. Então eu e Irina entramos no ônibus até o Subway e pegamos o primeiro metrô disponível.

— De que vingança ele falava? — maldita curiosidade feminina.

— Mais tarde te conto. — prometi.

Por que eu me arriscaria a sair contando meu plano de vingança num metrô lotado de xeretas? Segurei com pulso firme os envelopes (principalmente o maior), pois ser roubado seria péssimo. A minha mente ficava martelando sobre o aluguel, é claro que eu tinha o suficiente para mais dois meses, esse foi o propósito de ter vindo para NY, sempre ter um mês a mais em caso de emergências.

E de qualquer forma (apesar da minha mente ficar martelando isso) eu não me importo.

Irina saiu na próxima parada, ia pegar um ônibus para State Sland e encontraria seu príncipe encantado (e mudo) lá. Eu segui para Midtown, senti um calafrio quando avistei o Empire State e segui decidido a concluir meu plano.

Não tinha ninguém lá quando cheguei, as chaves dos três andares ficam na recepção, coloquei meu crachá de assistente e fui ao balcão.

— Olá, em que posso ajudá-lo?

— Bom dia, Albert me mandou abrir a recepção do Sky State imediatamente. Hoje haverá uma confraternização e preciso auxiliar o bufê e o pessoal da decoração imediatamente. — minha encenação foi

digna de um Oscar.

Fiz a minha melhor cara de preocupado e a garota, que já me conhecia de vista, me entregou as chaves.

— Boa Sorte com tudo. — ainda desejou.

— Obrigado, trarei um pedaço do bolo para você. — sorri gentilmente, era tudo mentira, mas meu sorriso era verdadeiro. Sorriso do mal.

Como esperado, não havia ninguém no andar de recepção, onde todos passam antes de se dirigirem aos seus respectivos locais.

Ali mesmo comecei a preparar minha vingança, coloquei algumas fitas penduradas de qualquer jeito no teto, colei as fotos por todos os lados e coloquei o pôster bem de frente à entrada. Quando terminei tudo percebi que isso não ia trazer nada de bom pra mim, pensei até em desfazer tudo, mas percebi que seria burrice desistir agora.

E eu não quero me arrepender por não ter feito isso.

É hoje ou nunca.

Liguei o computador do escritório de Albert e sentei em sua cadeira girando para lá e para cá enquanto os funcionários não chegavam, não demorou muito. Eles começaram a chegar e o burburinho começou lá embaixo, eu fiquei à espreita esperando só o Chefe chegar e ele também chegou com o seu orgulho de velho, Rupert estava bem atrás dele, como ótimo capacho que é.

Eu desci até lá, todos estavam encarando os dois com a pior das expressões de nojo. E eu continuei com meu sorriso estampado no rosto.

— Que algazarra é essa? Por que vocês não estão trabalhando? — perguntou irritado, já ia começar a berrar.

— Ora Albert Damon, veja com seus próprios olhos. Ou será que você precisa de um empregado para fazer isso por você também? — falei totalmente audacioso e confiante.

Todos me encararam também. Ninguém ousava falar assim com o chefe.

— E quem é você pra falar assim comigo? Deixe ver isso e acabar logo com esse circo...

Albert empurrou os empregados, tirando-os de seu caminho, estava tão curioso e entrou em choque quando viu sua intimidade exposta.

— Está sentindo isso Albert Damon? Veja também Rupert, sabe como nós subordinados chamamos isso que você está sentindo agora? Chamamos de humilhação ou vergonha, coisa que você nunca sentiu antes. É assim que nos sentimos todos os dias quando você nos xinga, quando nos dá ordens absurdas. Eu não vou mais ter que servir cafezinho pra você por que estou me demitindo. E aconselho vocês a fazerem isso, juntos podemos contornar a situação. Sei que a maioria de vocês transa com ele por dinheiro, assim como nosso colega Rupert fez. Eu passei muitos anos da minha vida me dedicando ao estudo para trabalhar dessa forma e quando chego aqui, na minha primeira experiência, eu pensei até que daria sorte no começo, mas percebi depois que era uma farsa, tudo ilusão. E eu não vou me obrigar a ficar aqui sendo humilhado por um velho que gosta de dar uma fugidinha com garotões sarados enquanto o mundo lá fora me espera. Albert Damon, a única razão para eu humilhá-lo é esta. Pra você sentir o que nós sentimos e para pensar duas vezes antes de humilhar alguém. Eu quero que você vá pro inferno com essas suas porcarias, e eu não agüento mais ver um relatório na minha frente. E Rupert, vá rodar bolsinha na quinta avenida, acho que assim você pode ganhar mais dinheiro! — discursei.

Passei pelos dois, que estavam de olhos vidrados nas fotos, os funcionários me encaravam como se eu fosse um santo.

— Me demito, estou partindo e quem quiser se libertar faça o mesmo. — falei antes de sair.

E é claro que rasguei todos os relatórios da minha mesa. Praticamente todos os funcionários saíram comigo, no elevador eles combinaram de entrar com um processo judicial contra Albert, mas eu não quis entrar

nessa. Já tinha feito o bastante.

— Obrigado Calvin, você nos libertou. — disseram um a um, antes de nos separarmos na entrada do Empire State.

Fiquei ali refletindo, me senti tão bem por ter conseguido fazer tudo direito, sem erros, sem más conseqüências. Rupert apareceu sozinho alguns minutos depois e parou quando me viu.

— Você é cruel Harris. — murmurou, estava chorando.

Eu dei um belo sorriso olhando em seus olhos.

— O mundo é dos mais espertos, e você foi muito burro Rupert. —

falei naquele mesmo tom de autoconfiança.

Ele partiu mais destruído que antes.

Eu tive vontade de sair pulando, cheguei a ouvir batidas eletrônicas em meus ouvidos. Deve ser o som da felicidade. Liguei para Logan imediatamente, ainda eram nove horas da manhã.

— O que me contas garoto cruel? — disse com entusiasmo.

— Logan eu nunca me senti tão feliz antes. É como se eu fosse um pássaro que acabou de aprender a voar. Hoje criei coragem para enfrentar o mundo, Lembra daquele programa da Fox? — perguntei

ansioso.

— Han?

— Aquele que forma cantores, eu não consigo me lembrar do nome...

— Ah sim, é o American Idol, o que tem de especial nele? — ele nem imaginava minha resposta.

— Eu vou à Times Square agora mesmo me inscrever. — decidi.

— Você o quê?

Desliguei.

Peguei um ônibus para a “TS”. antes que desistisse da ideia, e é claro que eu abri o diário enquanto esperava meu destino chegar.

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Diário de Calvin Harris – Página 28

Minha vingança deu certo. Estou doido de felicidade, tanto que tive uma ideia impulsionada por essa felicidade e estou indo me inscrever para o American Idol antes que essa felicidade passe e conseqüentemente eu desista.

Calvin Harris (nove e sete) mesmo dia, rumo a Times Square. – NY

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Foi tudo tão simples, ainda havia muitas vagas. A recepcionista disse-me que hoje em dia o programa não tem mais o sucesso que tinha antes e eu pensei que talvez a causa disso fosse a falta de alguém como eu. (Totalmente convencido!)

— Qual música você escolhe para cantar na audição? — a moça perguntou.

Pensei bem, antes de responder mais essa questão.

— Eu vou cantar Paradise, do Coldplay. — o título dessa música veio instantaneamente por que eu estava me sentindo no paraíso.

— Ok. Você trouxe demo? — ela adivinhou a resposta pela cara que fiz. — Garoto, você devia saber que é extremamente necessário trazer um CD com no mínimo duas demos, ou você acha que qualquer um entra para as audições iniciais? — me deu uma bronca.

— Eu não posso trazer amanhã? Eu prometo que trago... Moça você não faz ideia de quanto isso é importante pra mim! — joguei pesado, aproveitei que eu tava num dia bom para mentir.

— Está bem, mas se você não trazer amanhã vou cancelar sua inscrição. Há muita gente além de você que também dá toda essa importância ao programa, por isso não posso ficar me demorando com situações como a sua. Só vou quebrar essa por que você é legal, e é gatinho também. — confessou.

— Obrigado. Entao ainda tem mais perguntas?

A fila ainda estava grande atrás de mim.

— Só assine aqui e volte amanhã com as demos. — disse-me.

Fiz o que ela pediu, respirei fundo e saí para correr atrás disso.

...

E N Andrade
Enviado por E N Andrade em 26/04/2012
Código do texto: T3634078
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