American Idol - EPISÓDIO 07

Diário de Calvin Harris – Página 11

Eu estou com uma dor de cabeça terrível, olhei em volta quando acordei, a claridade das janelas abertas machucaram meus olhos, mas pude ver Irina em algum canto sentada abraçando os joelhos, parecia estar chorando, do meu lado estava Logan, fungando como se chorasse. Eu vou fechar o diário e dormir mais, pois estou morto de sono e de dor, não me lembro de muita coisa da noite anterior.

Calvin Harris (onze da manhã) Domingo 13 de Junho, chão da sala. – NY

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Quando voltei a abrir os olhos já eram duas horas da tarde e a dor de cabeça ainda estava pulsando na minha cabeça.

Sabe quando o clima está pesado? Foi o que eu senti assim que levantei e vi Logan deitado do meu lado, acordado, com os olhos vermelhos e ainda estava sem roupa. o que diabos estava acontecendo?

— Que milagre você acordado! Onde está Irina? — perguntei com toda minha inocência. Olhei para mim mesmo e percebi que estava

pelado também.

Então procurei na mala e vesti uma cueca samba-canção daquelas de seda para dias em que você precisa relaxar.

— Ela saiu, está magoada comigo.

Por qual motivo ela estaria magoada com Logan?

— Como assim? Você ainda está bêbado? Tá parecendo um drogado deitado aí nessa cama sem roupa com esses olhos vermelhos.

Eu estou todo dolorido, não me lembro de quase nada. — confessei.

Logan não pareceu feliz com meu comentário, tinha algo sério rolando.

Logan fungou antes de falar, só assim percebi que ele estava chorando de verdade. Odeio bêbados que ficam chorando, ninguém merece.

— Se existe uma coisa que eu realmente odeio é bêbado chato.

— Eu não estou bêbado?! Você não percebe o que eu fiz? Ontem eu passei da conta, nós passamos da conta...

— Sim, até eu passei da conta, mas...

— Eu transei com a Irina ontem no banheiro e agora ela pensa que eu a estuprei, na hora ela quis, mas agora não se lembra de nada e pensa que eu abusei dela, ela está péssima. Eu estou mal Calvin!

Então a coisa era realmente séria.

— Temos um problema então. — concluí.

Logan caiu no choro e eu fiquei com cara de paisagem observando já que não havia algo certo a dizer. Aprendi com alguém que não me lembro, que quando um amigo chora, não obrigação sua consolá-lo com palavras inúteis, ficar calado basta, desde que você esteja próximo o bastante.

Cheguei mais perto.

— Não foi culpa sua Logan, eu sei que você é doido, mas eu sei muito bem que você não chegaria a esse ponto nem sob efeito de bebida. Isso tudo é uma grande confusão e Irina vai ter que entender isso. Eu vou te ajudar, juntos nós vamos explicar tudo e ela vai entender que houve consentimento. — minhas palavras o tacaram como uma tapa abrupta.

Mas ele continuou com aquele olhar de cachorro contrariado e eu não tive escolha, eu podia tagarelar mais besteiras ou simplesmente abraçá-lo. É claro que eu preferi a segunda opção.

Decidi deixá-lo chorar em meus braços, enquanto isso eu cantei.

I never meant the things I said

To make you cry can I say I'm sorry?

It's hard to forget and yes I regret

All these mistakes

I don't know why you're leaving me

But I know you must have your reasons

There's tears in your eyes, I watch as you cry

But it's getting late.

Was I invading in on your secrets?

Was I too close for comfort?

You're pushing me out,

When I wanted in

What was I just about to discover?

When I got too close for comfort

And driving you home?

Guess I'll never know

— Cara! Você tá cantando McFly pra me consolar? Quais são as suas influências afinal? — falou enquanto enxugava as lágrimas.

— McFly é ótima, adoro as músicas deles, mas não tenho influência, o que me influencia, na verdade, é a minha vida. Nunca compus uma música sequer até hoje, mas meu diário está bem carregado e sei que no futuro ele vai ser de grande ajuda para escrever músicas, ou melhor, boas músicas. — expliquei.

— Isso soa tão Taylor Swift.

— É estranho, mas é uma boa jogada fazer isso, afinal não é sempre que um cantor tem inspiração.

Logan teve um surto de bom-senso e vestiu-se, mas eu continuei de samba-canção, era um domingo quente.

— Vamos ao Parque, está um dia ensolarado e nós precisamos pegar um bronzeado. O que acha? Foi lá que nos conhecemos e eu até te deixo levar aquele demônio que não para de latir com fome. — falei tentando não parecer tão óbvio, pois estava na cara que era uma jogada para ele se distrair até sabermos o que fazer.

— Vamos então...

— Isso aí garoto! Esqueça um pouco essas lágrimas.

Tomamos café, dei a ração de Morg e em seguida partimos para o Central Park deixando o apartamento sozinho e trancado.

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Diário de Calvin Harris – Página 12

É triste essa situação, mas não há o que fazer, apenas esperar que Irina retome a consciência e lembre-se de que Logan não fez tudo sozinho, a culpa é dela também e por sorte eu não acabei entrando nessa.

A bebida não fritou o meu juízo.

Calvin Harris (uma da tarde) mesmo dia, a caminho do Parque. – NY

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• Irina Andrews

Isso não pode estar acontecendo logo comigo! Estou sentindo dores em tudo quanto é parte, enquanto ando pelas ruas do Bronx carregando apenas um bloco de anotações e uma caneta velha, que nem sei se funciona.

Como ele pôde fazer isso comigo? O pior é que sinto como se não tivesse sido tão grave. Avistei um banquinho pichado de concreto e sentei nele, não tinha como ser roubada. Meu celular estava escondido no meu decote.

Mal pensei nisso e ele vibrou. Olhei para os lados, certificando-me de que não há nenhum ladrão, antes de pegá-lo.

Era Kyle, mas era apenas uma mensagem.

“Olhe para trás.”

Assustada, olhei e o vi vindo na minha direção como um príncipe por suas roupas antiquadas, mas elegantes. Levantei e fui de encontro a ele. Eu podia falar tudo, desabafar com ele sem ser obrigada a ouvir palavras de consolo que só pioram a situação.

Ele segurou meu queixo sem desviar os olhos dos meus. Como se perguntasse por que eu estava triste.

— Aconteceu algo que eu não tenho certeza, estou com medo.

Kyle me abraçou.

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• Logan McNeil

Calvin estava sendo legal mais uma vez, mesmo de ressaca e com seus conflitos interiores. Começo a sentir uma amizade boa por ele, antes não sentia tanta firmeza quanto sinto agora.

Ele é um daqueles caras que vale a pena fazer qualquer esforço em prol dele.

Estamos andando na rua, o parque está perto, ele age tão naturalmente. Olhando bem, acho que ele daria um ótimo modelo, pois tem físico, inteligência, princípios e beleza. Seria um ótimo colega de trabalho.

E pra completar o sentimento, Morg está se dando bem com ele.

Assim que pulamos do táxi, ele preferiu que Calvin o levasse pela coleira do que a mim, é claro que rola um leve ciúme, mas isso é bom sinal. Morg não é o tipo de cachorro fácil de conquistar, precisa de mais que um osso, ração, água fresca ou um frisbee para ser conquistado.

Um bom caráter é um suficiente.

— Parece que vocês estão se entendendo finalmente. — comentei como quem não quer nada.

A entrada do Central Park estava adiante.

— Parece que sim, pelo menos por enquanto. — disse sorrindo com seu charme involuntário.

— Sabe Calvin, estive pensando aqui com meus botões. Você daria sorte como modelo. Acho que pode tentar, caso a carreira de cantor ou auxiliar administrativo não der certo, sabe como é... Um plano B. — sugeri.

— Não... Eu não ia me sentir bem, o meu negócio é música mesmo, mas por que está me dizendo isso?

— Você e suas perguntas difíceis. Eu me preocupo ora, vai que aconteça algo e você não consiga o que quer. É sempre bom ter um plano alternativo, você é bem gato, como dizia Irina, então acho que seria uma boa. — Expliquei-me.

— Isso é estranho. — disse sorrindo.

— O quê?

— Você dizer que eu sou um gato.

Sorri também envergonhado.

— Elementar meu caro Calvin, nós modelos temos olhos sensíveis à beleza alheia. Não é nada de mais, desculpe...

— Sem problema. E... Obrigado.

Trocamos um olhar de cúmplices e entramos no parque, Calvin tirou a coleira de Morg assim que entramos no gramado e ele correu como um pássaro livre das grades. Não pude deixar de achar bonita a interação de Calvin com ele.

Lembrei-me do dia em que o conheci, quando o frisbee que eu lancei acabou batendo na sua cata. E se não fosse por esse fato engraçado, talvez eu não estivesse feliz como estou hoje e com certeza e não fosse por isso eu não estaria morando no apartamento, fazendo nossas bagunças.

Irina voltou à minha mente outra vez. Como se desculpar por algo que não tenho culpa? Por que eu estou me martirizando tanto se não sou culpado, ou talvez eu seja, mas sei que não sou o único. Calvin me encarou com cara de preocupado.

...

Sábado tem mais =D

E N Andrade
Enviado por E N Andrade em 12/04/2012
Código do texto: T3608803
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