American Idol - EPISÓDIO 04

— Sim senhor, a vaga é sua. Compareça no escritório da Sky Estate segunda-feira às oito da manhã. Caso não compareça, nem é preciso voltar. Vejo o senhor em breve. — desligou.

— EU CONSEGUI UM EMPREGO! — gritei novamente.

E para completar a festa, Morg correu da varanda e se jogou sobre nós.

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Diário de Calvin Harris – Página 8

Depois de arrumarmos a bagunça e preparar o jantar do sábado, dormimos até duas horas da tarde do domingo, então na segunda-feira acordei cedo muito ansioso e me dirigi ao Empire State.

Calvin Harris (seis da tarde) segunda-feira 07 de Junho, no táxi. – NY

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Não consegui não olhar para cima. O Empire State parece algo impossível, pois foge de nossas vistas, está muito além delas. Na recepção peguei o elevador social para o 67º Andar, que é onde está instalada a recepção e os profissionais de Marketing da Sky Estate.

— Olá, sou Gloria. Como posso ajudá-lo? — disse a recepcionista.

— Olá Gloria, eu sou Calvin, o Senhor Albert Damon está me esperando. — falei com um tom de importância.

— Claro, ele está à sua espera no seu escritório. 69º andar. Aproveite, pois ele está de ótimo humor e isso é raríssimo.

— Valeu.

Por todo o andar, pessoas corriam para lá e para, das suas mesas para as impressoras ou copiadoras, outras atendiam os telefonemas e na minha cabeça eu participaria dessa zona de pessoas sérias e competentes muito em breve.

Cheguei ao escritório do Senhor Albert Damon, a vista é majestosa da

sua janela, mas ele a fechou as venezianas assim que percebeu que ao invés de estar prestando atenção nele, eu estava prestando atenção na incrível vista da cidade de New York.

— Bom dia. — pigarreou.

— Bom dia senhor, estou pronto para servi-lo.

Eu não deveria ter dito isso.

Passei o dia inteiro fazendo testes de aptidão no trabalho, relatórios, analisando currículos falsos, expressando minha opinião sobre assuntos que o Chefe Albert (descobri que os outros funcionários o chamam assim) propunha, depois fui apresentado aos meus colegas do 67º andar, onde todo iniciante começa e Gloria me mostrou meu espaço.

Uma mesa com computador e vários acessórios ao meu dispor, inclusive telefone, impressora e tal. Eu terei tempo para espalhar minhas fotografias pelo meu espaço, como cada funcionário fez em seu quadrado.

Ao meio-dia o sinal de intervalo tocou.

Levantei-me sem saber ao certo para onde ir, então segui alguns funcionários para o elevador, que lotou facilmente.

— Oi novato, eu sou Cooper Finingan.

— Oi, eu sou Calvin.

— Prazer. Estes são: Emma, Donna e Rupert. Você não quer almoçar conosco?

Cooper estava usando terno, mas de uma forma jovem e desleixada. Eu não daria mais que vinte e três anos a ele, seus óculos possuem um grau forte. Ele é branco, baixo e magro, não é bonito nem feio, mas foi legal comigo, então aceitei o convite na hora.

— Claro que sim. Obrigado.

Donna é uma mulher morena e gorda, deve ter uns quarenta e cinco anos no mínimo, pois suas rugas não são poucas, mas também foi gentil sorrindo para mim.

Emma sim é uma bela mulher, loira, olhos claros, corpo de violão e pra

completar seu charme, estava perfeita numa roupa de secretária.

Por último o simpático Rupert, que obviamente é inglês, pois seu sotaque é notável, mas ele é americanizado. Bonitão, atlético forte (mas não chega a ser gordo), estava com o blazer no braço e com a camisa social aberta até o peito, seu cabelo castanho-ruivo curto estava todo alinhado para trás parecendo o topete do Bruno Mars.

Havia muitos outros funcionários, mas eles não estavam com cara de simpatia. As portas se abriram e nós saímos do elevador, segui os meus três colegas até o restaurante do outro lado da rua.

— Você vai gostar daqui, a comida aqui é ótima e não é cara. — disse Donna.

Sorri para ela, o garçom chegou.

— O de sempre? — perguntou a Rupert.

— Sim Rob. O de sempre com um prato a mais. Esse é Calvin, nosso novo colega. — Rupert tinha a voz rouca e aveludada ao mesmo tempo.

— Só espero que esse aí dure mais que o da semana passada. — disse totalmente irônico e saiu.

Nós nos entreolhamos. Dirigi-me a Rupert pela primeira vez então.

— O que ele quis dizer com isso? — perguntei totalmente curioso e amedrontado, mas eles riram da minha expressão.

Nova Yorkinos são tão frios e cruéis às vezes.

— O Chefe troca mais de empregado do que de roupa, foi isso que ele quis dizer, mas você não deve se preocupar com isso. Concentre-se no seu trabalho apenas. — aconselhou.

— Além disso, Albert te contratou em pouco tempo, acho que ele gosta de você. Normalmente ele passa mais de um mês para contratar alguém. — Donna completou.

— Vocês estão aqui há muito tempo? — perguntei inocentemente.

— Nascemos aqui, eu conheço Donna desde a quinta série. —

disse Emma.

— Eu vim do Canadá e Rupert da Inglaterra. — disse Cooper.

— Lá é legal, mas todos são muito mal-humorados, apesar da educação. Eu tinha uma banda, nós éramos cinco rapazes, eu toco bateria e canto também, mas eles queriam formar uma Boyband e eu não curto isso, pulei fora e vim parar em NY. Hoje eles são conhecidos no mundo todo como One Direction e ninguém acredita em mim quando conto essa história. — Rupert completou.

Deve ser triste.

— Eu acredito. Eu toco violão e canto, mas nunca consegui compor uma música, apesar de ter tantas idéias. Meu sonho é lançar um CD em alguma gravadora de verdade, não quero nem ser famoso. Só quero mesmo lançar um CD, mas me preparei a minha vida toda em Portland para ser um Auxiliar e aqui estou. Então acho que esse sonho é impossível. — desabafei.

Eles pareceram comovidos.

A comida chegou e o prato de sempre era na verdade salada, carne e batatas. Um almoço leve para uma tarde de muito trabalho. No final rachamos a conta e eu pedi o telefone deles.

— Nem te conheço garoto. — disse Donna.

— Não liga pra ela. Deve ser a menopausa, anote o meu. —

Cooper ditou seu número e Rupert fez o mesmo, mas Donna e Emma não me deram seus números por total falta de confiança.

De volta ao trabalho, prestei mais atenção nas coisas, exemplo: Rupert era meu vizinho de área, ouvi sua voz atendendo ao telefone do outro lado da pequena divisória de madeira que separava uma área da outra.

Atendi alguns telefonemas fáceis e tirei as dúvidas dos clientes lendo os tutoriais do computador e continuei observando meu local de trabalho, que era uma zona de celulares tocando e pessoas passando para lá e para cá.

Rupert olhou para mim algumas vezes, mas não disse mais nada.

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• Irina Andrews

A música de Carla Bruni ecoava de algum canto na rua, não me dei ao trabalho de procurar a origem do som, apenas deixei a música me levar e andei dando saltos de bailarina com minhas telas e minha bolsa de tintas e pincéis e continuei no meu mundo fantástico de cores quando esbarrei num artista de rua e derrubei meus materiais.

— Droga! — praguejei.

O moço ficou encabulado e usou seu cavalheirismo me ajudando a apanhar as coisas, uma tela pintada se espalhou e ele a apanhou, ficou maravilhado observando a pintura que nada mais era do que uma pintura abstrata inspirada na cidade.

Eu fiquei encabulada também e puxei a pintura bruscamente de suas mãos.

Ele fez um gesto com as mãos como quem diz “por quê?”

— Eu não gosto que vejam minhas pinturas. Ainda mais um desconhecido desastrado como você. — acusei.

Ele continuou apenas gesticulando, pelo que entendi, ele estava dizendo que o desenho era lindo, mas por que não falava?

— Você não fala não é? — fui extremamente sarcástica, ele era bonito, mas não gosto desses palhaços mudos que fazem mímicas.

Então ele fez que não com a cabeça, e pela sua expressão tristonha ele estava falando a verdade. E eu como uma idiota tinha acabado de insultar um mudo.

— Desculpe... Eu não imaginava. Como você se chama? — sem saber o que dizer eu perguntei seu nome. Burrice a minha, pois mudo não fala, então como vai responder uma pergunta?

Ele pegou uma caneta no bolso e escreveu Kyle com uma letra incrivelmente linda com um charme masculino.

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• Logan McNeil

Já passava das duas da tarde quando resolvi me mexer, Morg estava faminto e não era só ele. Meu estômago roncava feito um porco, preparei minha comida e coloquei ração em sua tigela, estava comendo bem quando meu celular tocou.

— Maldita hora para ligarem!

Procurei o celular na bagunça de colchões e pensei que perderia a ligação, mas o encontrei debaixo de um lençol no último segundo.

— Alô? — não reconheci o número.

— Senhor McNeil?

— Ele mesmo.

— Andamos dando uma olhada no seu book e acho que o senhor tem grandes chances de ser o novo garoto propaganda da CK. Por acaso o senhor se interessa?

— Claro que sim. — respondi sem precisar pensar.

— Então me encontre amanhã na sede da Calvin Klein. Sou George Freeman, diretor de contratação. Não se esqueça, amanhã cedo.

— falou com clareza e desligou.

Parece que finalmente as coisas vão melhorar pro meu lado. Continuei de pernas pro ar por todo o dia até que ao anoitecer Calvin e Irina voltaram juntos para casa.

— Bela maneira de atender a porta. — disse Calvin sarcástico por eu estar vestindo apenas uma boxer branca.

— Vocês estão acabados. — comentei.

— Trabalho em demasia, já ouviu falar em algo chamado estresse? — Irina perguntou-me.

Eu sorri para ela, minha vida é uma festa.

— É seu primeiro dia de trabalho Calvin e você já está assim? Em um mês vai parecer um velho. Tire essa roupa e fique de cueca como eu. Rejuvenesce sabia?

— Então eu quero ficar de calcinha e sutiã também. — Irina disse já tirando sua blusa, exibiu sua cintura perfeita.

Calvin estava com aquela cara de quem não tira a roupa por nada nesse mundo.

— Vamos lá garoto! — segurei seus braços, o imobilizando por trás e Irina se encarregou de tirar a calça de Calvin, que logo caiu na brincadeira.

E assim tivemos mais um momento feliz.

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GENTE! Essa semana não tem episódio no sábado, mas semana que vem as coisas voltam ao normal. Beijos =D

E N Andrade
Enviado por E N Andrade em 29/03/2012
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