A MÁQUINA DO TEMPO - PÁGINA 5

Maria, a historiadora, quase encontrou o sonhador José na casa que fora tombada pelo patrimônio histórico. Ele estava no porão procurando a garota que fora retratada. Maria não desconfiava de nada, mas sua intuição dizia algo sobre ele. Assim que ele se apresentou ela o reconheceu de algum lugar, afinal, a cidade é pequena. Quando ele disse que precisava de sua ajuda ela intuiu que se tratava da célebre moradora que vivera ali. Sentiu uma ponta de ciúme.

- Então, não quer me ajedar? perguntou José.

- O que você quer saber? insistiu Maria.

- Quero saber algo como: o nome das pessoas que moravam aqui, quais eram seus costumes, etc.

- Parece que você quer um dossiê. Posso saber o motivo?

- Já disse. É um trabalho escolar.

- Você está dizendo a verdade?

- Sim. Disse gaguejando.

- Se tiver paciência, em breve eu lhe dou o dossiê.

"Eu não preciso de dossiê" - pensou - "Em breve minha musa estará comigo".

Pensou nas palavras da cigana, na ajuda do antiquario e na chegada do alquimista. Estava muito confiante. Iria continuar a busca, assim que fosse possível.

Certo dia a historiadora precisou se ausentar. Boa hora para fazer a busca. Pegou a lanterna, afastou a lajota, desceu os degraus que davam ao porão. Então começou uma minuciosa busca. Encontrou uma espécie de cilindro de metal que mede 180 cm x 100 cm, ou melhor, são as medidas de uma mulher adulta. Abriu o cilindro e um vapor suave invadiu o recinto. Dentro dele jazia, num sono profundo, sua musa, branca e fria como mármore.

"Ela está respirando. Está viva." Não podia caber em si de tanto contentamento. Sempre mantivera viva a esperança de encontrar sua amada.

Com um toque no celular chamou seus amigos: o antiquário e o alquimista.

- Imaginem a surpresa que tenho para lhes contar: Eu encontrei a moça do retrato dentro de um cilindro de metal. Está respirando. Como posso acordá-la?

- Parece que a cigana estava certa. Aqui ao meu lado está Wolf, o alquimista. Ela poderá nos orientar. Vamos ao seu encontro, aguarde.

Enquanto esperava os amigos chegarem, José acariciou ternamente a face pálida da moça. Estava comovido em ter à sua frente tão bela criatura.