"AFINAL, O QUE QUEREM OS JOVENS...DO AMANHÃ?"

Como todo ser humano, o que às vezes não é assim tão prazeroso, o jovem tem em sua vida momentos de altos e baixos, prazer e horror, alegria e desespero, vontade de morrer, desaparecer, de pular do primeiro viaduto que encontrar e, às vezes, simples vontade de chorar, baixinho, ali no seu canto pra ninguém ouvir e nem ficar lhe questionando o por quê dos olhos molhados.

Quando eu era jovem, aos meus 18/19 anos,enfrentei uma daquelas fases que preferíamos nem passar por perto mas que, para criarmos coragem e caráter, é “necessário” que passemos. E cheguei a seguinte conclusão: Como é difícil tomar decisões! Ainda mais quando são decisões dolorosas e que exigem de nós mais que um simples "Sim" ou "Não". Decisões pra mudar a vida, mudar de vida...a sua vida, a minha vida.

A vida do jovem é repleta de caminhos, e para complicar ainda mais, ele tem um só a escolher, apenas um, e o fruto desta escolha ele levará pra sempre, e nem sempre os resultados são os melhores. As vezes se tornam um tanto quanto dolorosos, doloridos, incuráveis.

Imaginem que estão diante de duas trilhas em meio a uma enorme floresta, tendo que escolher apenas uma. Uma trilha dará para uma grande festa, com muitos convidados, muita comida, muita bebida e muita música e tudo do bom e do melhor, mas com um detalhe: naquela festa, você só é um convidado, um simples convidado, mais um convidado. E, quando a comida acabar, quando a bebida se esgotar,quando os convidados se recolherem e quando a banda guardar seus instrumentos indicando assim que a festa terminou e , sobrando só você no centro do salão, cansado e sozinho, satisfeito, porém sozinho; mesmo sendo “aquela” festa que você tanto esperava por acontecer, sendo a festa do ano onde você vivera os melhores momentos de sua vida...ela terá um fim. Você aproveitará mas, ela acabará. Acabou.

Já a outra trilha dará a uma humilde comemoração em uma modesta casa, simples, porém bela, aconchegante, familiar e acolhedora, com fartura, abundancia e os convidados ao redor da mesa, e todos a espera da personagem principal deste lar...Você. Tudo é por você e para você. Muito amor e lealdade. Muita vida e simplicidade. Podendo ser toda sua, a festa e a casa, desde que você faça a escolha: ou a "super festa", aquela dos teus sonhos, porém, passageira ou, a humilde, mas pra vida toda enquanto ela durar.

Difícil a escolha? Mas quem disse que é fácil tomar decisões? =s

Se tivermos que viver o dia e não fazer planos, deixar as coisas acontecerem, então escolheremos a "super festa" tão esperada. Mas e depois? Será que viver "inconsequentemente" vale mesmo à pena? Viver o dia e não fazer planos é valido pra todas as fases de nossas vidas? O que será de nós no amanhã? Colheremos o que plantarmos hoje. E o que estamos plantando afinal? Coisas boas e válidas ou coisas prazerosas e passageiras?

Perguntas, perguntas e mais perguntas, muitas delas impossíveis de se chegar a uma resposta. Pra que tantos pontos de interrogação?! Seja bem vindo ao mundo dos jovens.

Temos mesmo que viver sempre diante de duas ou mais trilhas?

Sempre prontos a tomar decisões?

Sempre tendo que tomar cuidado para não errar, a fim de conter as lágrimas posteriores?

Sempre pensando no que vão pensar de nós? Confesso que esse não era o modelo de vida que pensei pra mim enquanto jovem, muito menos agora aos meus humildes 30 anos. Quero caminhar sem medo. Sem medo de tropeçar ou de até cair. Sem medo de no caminho encontrar um buraco. Será que todo buraco é mesmo uma queda? Será que é tão ruim assim se ver em um buraco? Quem me garante que ao cair em um, não encontrarei alguém que antes já tenha caído e esteja mesmo precisando de mim para ajudá-lo ou até fazer companhia? Então sendo assim, um ajudará o outro. E muito possível que nos tornemos bons amigos, bons conselheiros...bons amores.

Um buraco nem sempre é um buraco, mas mesmo que o seja “alguém já nos perguntou se não queremos mesmo cair”? Alguém já ousou nos perguntar se temos mesmo medo da queda? Se tivermos que tropeçar, tropecemos. Se tivermos de chorar, choremos. Se tivermos que cair, qual é o problema? Não é errando que se aprende?

O segredo de tudo é vivermos intensamente e sem medo. Sem medo da colheita. Sempre prontos pro que der e vier. Sempre prontos pro amanhã, mas necessariamente prontos pro AGORA!

Dedico este aos meus alunos e amigos

Dri a Bela