SEMENTE EM POESIA
Sementes são súmulas de vida
capítulos de momentos sedentos
silentes, no chão da terra
Semeiadas nos vãos
em momentos vãos
e revãos da lavoura inquieta
Setas a prumo
sem rumo pelo vento
na polimetria fora da gaveta
caídas ao chão diverso
Afloradas em flor de cor
um dia
um momento
uma noite
uma tarde
uma manhã qualquer
Enfim, em mim,
em ti, assim,
no ser da floresta,
no seio da festa
no meio da outra margem.
Esquecida
entre pedras,
enterrada pelas águas
pisadas pelos animais
deixadas de lado
de cada margem.
Encaixa à latente
espera
leveza a cada
refrega
surpresa em cada
entrega
beleza em cada
pregas
do tecido da vida
sempre potencial,
potente em cada exponencial,
existencial em cada pulsar
in- sus- peitavél
in-su-ficiênia
in-sustentável
ser.