Sapos de Papel ( capitulo 1)

Um quadro negro, carteiras, uma professora, alunos, uma sala de aula. A voz da professora ecoa na sala sem nunca mudar de tom, pouquíssimos alunos prestam atenção, outro punhadinho copia a matéria e o restante: simplesmente viaja. Ninguém aprende nada.

A aula é de química. Ela no fundo da sala, tenta copiar, mas a letra da professora é ilegível e a aula interminável. Está acostumada a esperar. Sabe-se Deus o porque quando se encontra em situação que sua paciência é testada tem uma mania a de dobrar sapos de papel. Assim dobra um sapo e começa a brincar de fazê-lo pular. Ela brinca, brinca, brinca. Faz o sapo pular longe, perto, rápido, devagar, curto, comprido. Até que cansa. Olha no relógio, a aula está longe de acabar. Solta um suspiro de tédio e começa a encarar o sapo solitário em cima da mesa.

De repente um pensamento ecoa alto na sua cabeça "Por que ele não pula sozinho?". "Talvez se eu o imaginar com força... Eu me desafio!". Olha fixamente para o sapo espera. " Vai funcionar eu sei que vai.."

De repente o sapo dá um pulo.

Ela pisca os olhos, olha de novo incrédula e ele pula de novo, no mesmo lugar. Ela fica assustada esfrega os olhos e o encara outra vez, e por quase um minuto ele não se mexe, nem um pouquinho.

Um suspiro. Alívio, ela não está louca.

"Idiota cuidado com o que deseja.." ela sorri desenhado.Começa a se distrair, esquece o sapo, esquece a aula, esquece...

O sapo pula de novo!

E começa a pular, pular , pular , pular freneticamente no mesmo lugar. E de repente, ele da um pulo para frente. Do primeiro pulo surgi outro sapo; do segundo os dois sapos viraram quatro. A cada pulo surgem novos sapos e eles começam a se multiplicar loucamente. Pulando ao mesmo tempo o mais rápido possível , até que o primeiro sapo cai no colo dela.

Por um segundo tudo para.

Ela mira um olhar desesperado no sapo em seu colo. E logo uma avalanche de sapos de papel começa a afogá-la. Milhões de sapos todos caindo em cima da menina. Que começa a ter dificuldade de se mexer. Os sapos vão acumulando e a enterrando neles, ela começa ficar sufocada. Sufocada querendo gritar. Quando consegue um pouquinho de ar, usando toda a sua capacidade vocal ela da um grito completamente aterrorizado.

Abre os olhos e esta em seu quarto.

Ana K Santos
Enviado por Ana K Santos em 08/02/2012
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