A maquina do tempo - pagina 2
O retrato parece magico...
Seu olhar penetrante fita o observador, convidando-o a viajar no pensamento insólito dos seus olhos negros.
Seus lábios púrpura balbuciam um som inaldível, como quem pede um beijo úmido... como quem deseja um beijo molhado dado com amor.
Quem pode negar amor a essa mulher?
Quem viaja em seu pensamento errante?
Uma aura de mistério paira no ar, envolvendo o semblante alvo, convidando ao deleite...
A ternura do olhar envolve o observador atento, como se as deusas do Olimpo estivessem representadas por essa musa que inspira os poetas... que envolve os estetas... que se opõe à razão.
A primeira impressão que se tem é de uma amante envolta num véu de ilusões e mistérios. Musa que impões desejos escondidos. Mulher que se faz presente na realidade onírica da sala, onde sua imagem envolvente é mantida.
A moldura dourada do quadro empresta ao conjunto um ar de sobriedade e mistério.
Quem ousa revelar sua idade?
Oh! mulher! O queres de mim?
Minha imagem é um reflexo da sua.
- Não posso me apaixonar por um retrato. O que vão pensar de mim
Então o rapaz foi procurar uma cigana que pudesse pör uma luz neste misterio.
- Vejo uma mulher em sua vida. E alguem que vive ou viveu num passado distante. E uma mulher misteriosa e sedutora... inatingivel... A menos que... Vou preparar uma poção para voces beberem juntos. E infalivel.
- A senhora estava me dizendo algo, mas interrompeu o raciocinio.
- Se ela estiver morta não podemos ressucita-la.
- E por isso que estou aqui. Quero saber se esta viva ou morta.
- Então vamos para a bola de cristal. O que vocë tem a me dizer sobre ela. Vamos, pode falar.
- A imagem dela esta num quadro que foi pintado no seculo XVIII. Mas o perito disse que ela pode ser nossa contemporänea. Quando estou inconciente e possivel sentir seu perfume e sua temperatura.
- Vejo aqui. Ela vive em outra epoca. Mas pode estar dormindo durante todos esses anos. Procure-a na casa onde ela viveu.
O jovem seguiu as instruções da cigana, mas nada encontrou. Procurou o antiquario e disse a ele que a cigana o enganou com uma historia de Bela Adormecida. Mas a mesma cigana tambem lhe disse que eles se encontrariam e beberiam juntos uma poção que ela lhes preparou.
Depois, sentou-se numa poltrona, tomou um livro e cochilou. Quando deu por si, percebeu uma mãozinha fria e suave em seu ombro. E ao se virar, deparou-se com a musa. Mas quando foi em sua direção
a fim de toca-la, a mulher desapareceu, como por encanto.