Memories of [E.M.] - Capitulo 01
Primeiramente gostaria de avisar que o nome da história não é o nome mais indicado para está história.
Mas apos passar dias pensando em um titulo para esta história eu resolvi escolher este mesmo.
Bom espero que gostem de minha história.
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Capitulo 01 - Nós não precisamos de uma nova casa!
-Emma você vai adorar Chicago. – Tagarelava mamãe sentada no banco do passageiro, enquanto fitava minunciosamente minha expressão séria pelo retrovisor. –Sabe do que fiquei sabendo Em? Que em Chicago tem um ótimo colégio de artes. Você poderá voltar a pintar seus quadros. Como antes– Completou animada.
-Uh, parece ser legal. – Revirei os olhos e forcei o tom de voz para que a frase pudesse soar o mais verdadeira possível.
-Querida, nós sabemos que você está chateada pela mudança, mas foi algo... - Começou papai.
-PAI NÓS NÃO PRECISAMOS DE UMA NOVA CASA. – Gritei. -E eu não preciso ouvir mais um discurso de como é importante esta mudança para a sua carreira e também para a nossa família tentar digerir a morte de Harry... Já estou cansada dessa história. Não é só porque meu irmão morreu que temos que fingir que isto nunca aconteceu e deixar a cidade. – O cortei antes que ele recomeçasse o seu longo discurso. Ouve um momento silencio e tensão no carro, ao olhar para a face de mamãe, pelo retrovisor, pude notar que seus olhos estavam lacrimejando. –Eu só acho que não deveríamos agir como se nada tivesse acontecido. Porque aconteceu. Encare os fatos. – Completei. Revirei os olhos, recoloquei os fones de ouvido e voltei a espiar pelo o vidro do carro a neve que cobria praticamente todo o acostamento.
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Meus olhos já estavam pesados por conta do sono que sentia, mas mesmo assim me recusava a dormir, em quase meia hora eu ainda não havia terminado de ler nem a primeira linha do livro que tinha em mãos, não conseguia fixar minha atenção em algo nem por meio segundo.
-Já estamos chegando? – Perguntei quebrando o silencio que havia no ambiente.
-Shiiii Em, sua mãe está dormindo. E não, não estamos chegando. – Advertiu papai.
-Droga. – Esbravejei.
-Emma se for para continuar com este seu humor, é melhor você ir dormir. Já chega de revolta por hoje.
Respirei fundo, tentando controlar meu nervosismo, pois naquele momento o que eu mais queria era ligar o “botãozinho foda-se” e dizer tudo aquilo que estava sufocando desde que recebi a péssima noticia que iriamos nos mudar e deixar a casa onde eu e meu fomos nascidos e criados.
Aconcheguei-me entre as grossas cobertas, arrumei o travesseiro e fechei os olhos para pegar no sono. Mas como eu já esperava nada aconteceu. Eu não dormi.
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-Em... Querida... Chegamos. – Escutei alguém sussurrando.
-O que? Nós chegamos? – Perguntei enquanto esfregava meus olhos incomodados pela claridade.
-Sim chegamos. – Respondeu-me mamãe com um leve sorriso nos lábios.
Passei as mãos pelos cabelos tentando diminuir o seu volume, antes que eu descesse do carro e alguém pudesse me ver neste estado.
Ao descer do carro tive uma visão da casa completamente diferente do que imaginara.
Não era um pequeno apartamento duplex ou uma pequenina casa, mas sim um grande sobrado com uns dois ou três andares, com uma pintura envelhecida, com certeza pela ação do tempo, alguns pequenos tijolos decorando, um pequeno jardim cercava toda a casa, não era nada muito exuberante, mas era amistoso, e por fim uma grade também envelhecida pelo tempo e um pouco enferrujada que cercava toda a frente da casa e jardim.
Fiquei alguns minutos parada na calçada em frente à casa admirando cada mínimo detalhe.
“Sim eu admito a casa é realmente incrível”. Pensei comigo mesma ainda parada em frente a grande casa.
-Querida entre. Vá escolher seu quarto. – Exclamou papai entregando-me duas de minhas malas.
-Oh, já estou indo. – Peguei algumas de minhas malas, que papai me entregara, e entrei.
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Após ter escolhido o meu quarto, carregado todos os meus pertences ate ele e organiza-los nos moveis, já montados semanas atrás pela agencia de mudança, sentei em um tapetezinho almofadado que ficava no degrauzinho da janela tipicamente americana de meu quarto. As paredes do quarto eram em um tom palha um pouco mais escuro e os rodapés e chão em uma madeira extremamente escura.
-Querida. – Mamãe bateu na porta e logo em seguida a abriu. – Nossa vejo que já arrumou seu quarto, muito bem. –Elogiou-me. –Eu preparei um pequeno lanche para nós, se quiser desça para comer.
-Estou sem fome. – Menti. -Agora irei dormir um pouco, estou um pouco cansada.
-Ok tudo bem, faça como quiser. – Disse ela fechando a porta e retirando-se.
...
A manhã estava perfeita, o sol estava mais intenso do que nunca e eu podia ouvir ao longe pássaros cantando. Apesar de aparentemente a manhã de quinta feira estar perfeita, insisti em ficar na cama, pois, não tinha disposição alguma para me levantar e seguir com o meu dia. Neste momento o que mais queria era estar em minha antiga em casa em Los Angeles ao lado de meus parentes e amigos. Eu sei que sempre odiei o clima ensolarado de lá, mas, este era a coisa que menos fazia importância para mim agora.
O despertador tocou pela terceira vez, irritada decidi, por pura e espontânea pressão, levantar-me, afinal se eu demorasse mais alguns minutos com certeza minha mãe viria ver se eu estava bem, Nesses últimos três messes ela se tornara três vezes mais cuidadosa comigo.
Levantei, e segui em direção banheiro de meu quarto, fiquei lá por longos minutos refletindo e tentando digerir os últimos acontecimentos. Após terminar de me trocar, desci para tomar o café da manhã.
-Bom dia Emma. – Cumprimentou papai e mamãe ao me avistarem parada na porta da cozinha.
-Bom dia. O que temos para o café? – Perguntei ao me sentar a mesa em frente aos meus pais.
-O de sempre querida, pães, geleia, panquecas com mel, suco e o café amargo de sua mãe. – Brincou papai antes de tomar mais um gole de seu café.
-Muito engraçado você querido. – Disse mamãe ao dar um tapinha no braço de papai.
-Nossa a quanto não como panquecas com mel, eram as preferidas de Harry. – Observei inocentemente ao me servir. Só pude notar o efeito que minhas palavras ditas anteriormente haviam surtido quando percebi o silencio que prevalecia por toda a cozinha e o choramingo de mamãe.
“Ótimo, como pude conseguir estragar a manhã de minha família em menos de 3 minutos?”
Pensei antes de deixar o garfo, que estava em minha mão, cair sobre o prato e provocar um barulho agudo e irritante.
-Me desculpe, acabei de me lembrar de que tenho que arrumar algumas coisas em meu quarto. Com licença, por favor.
Sai da cozinha rapidamente, voltei para o meu quarto, me joguei na cama, rolei entre os cobertores e coloquei um travesseiro sobre minha cabeça para abafar meus gritos de raiva.
Como pude dizer aquilo? Aquilo não foi nada agradável, eu sabia muito bem como mamãe estava abalada pela morte de meu irmão, e que só agora ela estava conseguindo deixar de tomar seus calmantes e controlar suas crises de choro que eram quase constantes, só agora as coisas estavam voltando ao normal. E em poucos segundos eu estraguei tudo. Estraguei tudo por uma observação idiota.
Minutos depois eu retirei o travesseiro que estava sobre meu rosto e atrapalhava minha espiração, neste momento eu queria tudo menos morrer, pois, com certeza abalaria mais ainda minha família, apesar de achar que isso seria uma coisa boa, porque eu nunca mais os atrapalharia. Ao retirar o travesseiro avistei um porta-retratos com uma foto minha e de Harry, em frente a nossa antiga casa, sobre o criado mudo ao lado de minha cama. Respirei o mais fundo que consegui, levei minha mão ate o porta-retratos e o joguei no chão. O que eu menos queria neste momento era me lembrar de meu irmão que falecera a pouco mmais de três meses.
...
A noite estava com clima extremamente gelado e um pouco de neve caia, o céu aparentava ter um uma coloração azul bem escura e com algumas, muito poucas, estrelas espalhadas por ele.
Me levantei do degrauzinho ao lado da janela e vesti meu casaco, calcei um par de botas, coloquei meu cachecol favorito, sai do meu quarto e desci as escadas rapidamente.
-A onde vai senhorita? – Papai perguntou do sofá.
-Vou dar uma volta.
-Oh, quer que eu vá com você?
-Não precisa. Logo já estarei de volta. –Sai rapidamente pela porta antes que meu pai resolvesse ir junto.
Caminhei por um logo tempo pelas suas gélidas ruas de Chicago, ate avistar um pequeno parque e parar, me sentei em banco que havia ali e fiquei olhando as pessoas passarem apressadamente como se estivessem muito atrasadas. Lembrei-me de como Harry detestava esta atitude, ele sempre criticava este tipo de ação, ele dizia que pessoas assim agiam como se não aproveitassem suas vidas, pois estavam muito preocupadas com coisas dispensáveis como dinheiro e trabalho.
Só então percebi que realmente meu irmão fazia uma falta enorme para mim e toda a minha família. Apesar de não demonstrar eu sentia sua morte.
Por um momento me peguei esboçando um sorriso amargurado e os olhos lacrimejando e logo em seguida me vi em prantos, tentava controlar as lágrimas que caiam quase que naturalmente e era impossível controla-las.
Aos poucos consegui me acalmar e só então consegui parar com meu pranto, tentei me distrair contando as poucas estrelas que reluziam no céu.
Eu tinha em mente que a cena de uma garota que chorava e logo em seguida estava contando estrelas soaria um pouco estranho para as pessoas que poderiam estar me observando, mas eu não ligava.
-Bela noite não é mesmo? – Ouvi um rapaz dizer enquanto sentava-se ao meu lado.
...
Gostaram?
Devo continuar?