No Such Thing

Há tempos desde que me sentei como faço agora, respirei fundo e teclei algumas palavras que introduzissem mais um texto dedicado a você. Há alguns minutos vi seu rosto, ouvi sua voz, e disso o que restou foram palavras. Minhas palavras, não suas. Você se foi. De novo.

Posso ver as mudanças implantadas em você apenas ao te observar silenciosamente. Observo o jeito como você me olha agora, há algo em seus olhos que me diz que nada é como antes. É uma situação complicada, como há um ano atrás. E mais uma vez, vejo o quanto tenho problemas com a espera. Talvez esteja na hora de finalmente parar, mas somente esse pensamento me trás calafrios pelo corpo. Eu sempre acho que é a hora de parar, mas a distância nos fortalece tanto que não sei exatamente se é a coisa certo a se fazer.

Eu estou realmente bem, ou pelo menos estava até me dar conta de que o problema não é ela. Somos nós. Há algo em tudo que passamos que vem se desgastando. Mas a questão é: Eu realmente me preocupo com isso? Venho lutando contra tudo o que nos afasta, mas isso é realmente necessário? O que me faz acreditar que a gente algum dia ainda ficará junto? Eu preciso mesmo de você ou é apenas mais uma insegurança minha? E quanto a você? Precisa de mim como sempre me disse? Há mesmo algo que te trás de volta a mim ou é apenas mais uma insegurança sua? O que nós queremos de nós mesmos?

Posso dizer, decididamente, que todos os nossos dias juntos foram os melhores pra mim. Todas as risadas, conversas e até mesmo lágrimas. Você se tornou meu melhor amigo e o único que sei que um dia cheguei a amar de verdade. Mas como sabemos, ao salvar esse texto e fechar a página, nada disso que escrevo aqui agora deixará rastro de existência ou reconhecimente dentro e fora de mim.

As pessoas vivem falando sobre o meu jeito alegre de ser e isso me deixa tão intrigada. É certo que sou feliz, mas não era capaz de ver o quanto aprendi com você. Quero dizer, não era capaz de ver o quanto aprendi a mascarar a verdade dentro de mim. E tudo isso graças a você.

Cheguei a acreditar que você me conhecia bem, mas talvez eu tenha te passado uma imagem diferente do que eu realmente sou. Eu odeio mentiras, embora já tenha contado algumas pra ganhar sua atenção. Sou amante de sorrisos, embora com você por perto, corro constante perigo de que este se esvaia e fuja de mim. Gosto de me sentir útil para as pessoas que amo, mas para isso acabo fingindo precisar de sua ajuda para que você saiba que confio em você e que logo, você também pode confiar em mim. Consegue ver? Há muito entre as linhas de nossa história. Muita coisa dita, mas muita coisa guardada em mim e em você.

Agora, forço um fim para esse texto que, na verdade, merecia manter-se inacabado para o caso de alguma mudança repentina em nossos modos de ver um ao outro. Vou escolhendo as palavras que te façam enxergar que estou aqui pra você, mas que, todavia, não sirvo como apoio caso você queira me usar e depois me abandonar. Talvez eu sorria porque esteja cansada de me sentir pra baixo. Ou talvez eu sorria porque é simplesmente pra ser assim, eu feliz independente do que você quer de mim.