Adele

Ano de 2010

Faz muito frio no Brasil, estranho porque dizem que como existe o aquecimento global, então não era para estar quente mesmo no inverno.

Brincadeira, eu sei sobre o aquecimento global realmente, também eu preciso saber de tudo, não entendo porque vestibular pede tanta coisa, tenho vontade muitas vezes de ir lá na banca dos vestibulares e dizer "Ei caras, eu estou prestando engenharia, por que eu tenho que saber que os Platelmintos são os primeiros a serem triblásticos?!, por um acaso eu precisarei calcular cada milimetro dele para lhe montar uma casa e ser ou não triblástico irá influenciar?!". Mas isso só fica na minha cabeça, primeiro que é muito difícil chegar até eles, eu acho que ninguém os conhece, devem ser uns caras que vivem nas sombras e todo final e começo de ano saem para aterrorizar a vida dos vestibulandos ao apresentarem suas provas. Arre, mas mesmo que eu chegassem até eles, eu não diria isso, seria já desclassificada, provavelmente, antes de resolver as questões.

A teoria que mais vale para isso tudo, é que preciso saber um pouco de humanas e de biologia, e ser fera em exatas, porque as universidades querem os melhores, alguém que tenha uma visão de tudo, que entenda e veja criticamente o mundo, por isso sou obrigada a saber que o Getúlio Vargas foi o maior populista do Brasil, e ter certeza disso, por isso é melhor eu ir estudar, porque eu não tenho muita certeza sobre todo o governo dele.

CAPÍTULO 1: ADELE

- Mãe cadê?

- O que Adele?

- Meu caderninho azul, ele estava aqui do lado do computador.

- Não sei. Eu limpei tudo ai e não vi nada. Vê se não colocou em outro lugar. Já olhou seu quarto?

- Eu estou olhando já faz um tempão e até agora.....ACHEI!

A mãe de Adele, Dona Adelaide, veio até a porta do quarto:

- Onde estava?

- Debaixo das roupas que estavam debaixo da escrivaninha.

- Você e suas bagunças Adele. Agora escuta: a comida está no microondas e seu irmão chega meio dia e meia, uma hora, já sabe o que fazer, né?

- Sei Dona Adelaide, esquento a comida para gente comer, se possível antes dele chegar da escola, pois ele chega com muita fome e enche o saco.

- Não quero bagunça Adele.

- Mãeeee, já são quinze para oitoooo.

- TÁÁÁ!

Dona Adelaide pegou sua bolsa e saiu, na porta da sala gritou:

- ADELE, MAMÃE TE AMA!

- Eu também.

Ai essa minha mãe, ela é sempre assim, toda amorosa e preocupada. Trabalha como secretária em uma advocacia, o sonho dela é eu ser advogada, diz que falo muito bem e sei defender as coisas. Na verdade eu só gosto de ser justa, quando vejo que algo está errado eu brigo mesmo, para tentar torná-lo correto. E eu nunca quis ser advogada, minto, nas verdade eu já quis, para poder incriminar "Você cometeu esse crime sim senhor, eu tenho provas disto", seria muito legal, sem contar que eu falaria alto e brigaria, insultando o outro com palavras muito divertidas, difíceis, sem perder a classe. Mas talvez não seja assim, por isso escolhi engenharia mecânica, puro cálculo, é divertido, exato, e sabe o que é legal em contas? Ser universal, em qualquer lugar do mundo que eu for, todo mundo sabe que 1+1=2, muito mágico isso.

Meu nome é Adele, tenho 18 anos, terminei o ensino médio no ano passado, foram três anos bem legais, tirando o momento em que falei com um menino sobre meus sentimentos e ele me deixou no vácuo, a partir daquele momento prometi nunca mais sentir algo por alguém. Também que idiota que eu fui, eu só era atraída por ele, mas mesmo assim fui seguir o conselho de meus amigos e familiares. Ele me tratava muito bem, ficava brincando de me chamar para sair, quando eu o olhava na sala, as vezes o pegava olhando na minha direção. Contei essas coisas para meus amigos e para minha mãe, todos eles me falaram para falar com ele, eu fiz isso e sai como uma idiota. Mas agora já me recuperei, e sete meses depois desse desastre não me atrai por ninguém, estou bem.

Eu faço cursinho pré vestibular, quero entrar na USP, é a universidade mais que de mais para mim, ela é linda, é excelente, uma das melhores do país, se não a melhor. Quando eu pesquisei sobre meu curso me encantei mais ainda, não tenho palavras, eu quero ser bichete de lá, quero ser aluna uspiana, simplesmente amo. Mas é difícil de estudar lá, tenho que fazer vestibular, concorrer com outras pessoas que são mais experientes, sei que tenho capacidade, mas ficar em cima dos livros não é tão fácil. Sem contar que os meus concorrentes geralmente vem de um cursinho esplendido, onde os pais pagam muito e eles conseguem tudo. Eu sou de um cursinho gratuito, sei que isso não é desculpa e sei que consigo, basta estudar, mas acho injusto, uma universidade pública, que teoricamente é para as pessoas de baixa renda, ser na prática para esses riquinhos. Contudo apesar de eu gostar das coisas certas, sei que isso é algo que eu não irei conseguir mudar, por isso só quero minha vaga, logo preciso estudar.

CAPÍTULO 2: Fernando

A porta, meu irmão chegou. Ai não, eu não esquentei a comida ainda. Com certeza ele vai falar para mamãe " A Adele não faz nada, mãe. Você fala que eu estou magro e tudo, que não como direito, que tenho anemia, mas isso não estaria acontecendo se tivesse almoço", minha mãe fica brava e pega no meu pé. Isso me cansa, não vejo a hora de entrar na faculdade logo.

O Fernando é meu irmão mais novo, tem 16 anos, e por ser homem (e mesmo minha mãe dizendo que não, eu sei que ela sempre quis ter um homem) ele é o protegido dela. Ele não faz NADA, as vezes ele lava a louça depois do almoço, mas é somente a LOUÇA DO ALMOÇO, se tiver em cima da pia alguma coisa do café da manhã e ele perceber, já era, vai ficar ali até minha mãe chegar ou eu tiver disponibilidade. Geralmente eu jogo um pouquinho de água nos copos para não mostrar que tinha café ali, então quando ele pergunta "quanto copo Ades" (é, ele me chama assim, desde do dia em que eu disse que amo esse suco, então ele disse que devia ser por causa do meu nome, nada ver, ADELE/ADES, nada ver, bobo ele), então eu respondo "tive que usar para esquentar o almoço e você sabe como amo suco, sujo muito copo", não sei como ele aceita isso, acho que por baixo daquele idiota existe um irmão muito legal e compreensível.

- Oh Ades, você já fez o almoço? Hoje eu vou ver quanto copo você gasta de verdade, porque eu suspeito que não é tudo aquilo.

Fui até a cozinha, ver meu "querido maninho":

- Não Nando, eu não fiz o almoço ainda.

- Você acha que demora muito tenho um encontro com a Gabriela hoje as três da tarde.

- As três??? E porque você vem me amolar agora uma hora??

- É que eu preciso me arrumar né?

- A gente tem que dividir os afazeres Fernando, você é muito folgado, sabia? Custa muito pegar seu prato e esquentar?

- Eu lavo a louça, você cuida da comida.

- Regras idiotas.

- Conversa com a mamãe.

- Você sabe que eu preciso estudar. As provas estão chegando.

- Tudo bem. Então eu vou....para sala e você fica na cozinha.

Meu irmão é um ogrinho. Fiz o almoço, almoçamos e ele lavou toda a louça, até a do café. provavelmente vai pedir algo para mãe hoje deve ser dinheiro. Ele sai muito, 16 anos e já teve três namoradas, enquanto a mim, nenhum, deve ser minha aparência, sou acima do peso que quero ter, bem acima, acho que uns 15 quilos, logo sobra muita gordura. Já o Fernando tem até anemia por ser abaixo do peso, na verdade ele não é abaixo do peso, ele é forte e bonito, tanto que é o popular da escola, sempre tem uma menina ligando aqui perguntando sobre ele, e o pior, meu irmão não para faculdade, disse que vai arrumar emprego e está ótimo. Ele é novo, devia aproveitar para começar a estudar, procurar por fora, porque a escola pública é ruim para nos ensinar, por isso eu sofro muito em aprender no cursinho, tem coisas que eu nunca vi, mas ele nem liga para isso.

CAPÍTULO 3: DONA ADELAIDE

Quase na hora de eu sair e de minha mãe chegar. Ah, dona Adelaide, meu nome é assim por causa dela, ela queria algo diferente e queria ter uma filha bem unida à ela, então uma vizinha disse-lhe para colocar um nome parecido com Adelaide no bebê, mas na verdade era para eu ser homem.

Minha mãe contou que 18 anos atrás ela não queria saber o sexo do bebê por um médico por isso acreditou em uma vizinha que disse que seria um homem, por causa do formato da barriga, assim ela passou a comprar tudo azul, disse que queria muito um homem e que seu nome seria Fernando igual do pai. Contudo na hora do parto nasceu uma menina, ela disse que quando me viu pensou que haviam trocado seu bebê homem, mas que depois que me pegou no colo percebeu que eu tinha seus olhos negros, então passou a me amar muito e quis que nunca eu saísse de perto dela. Quando voltamos para casa ela foi conversar com a vizinha e lhe contou tudo sobre o parto, esta lhe disse que as vezes errava mas que era certeza para eu ficar unida à ela precisava ter um nome parecido com o dela, logo meu nome foi Adele, e eu gosto desse nome, tanto quanto gosto da minha mãe, acho que nessa a vizinha acertou, minha mãe é minha melhor amiga.

Minha mãe tem 45 anos com rosto de 30, ela é super conservada, linda, tem um corpo de dar inveja em muitas mulheres, concordo que ela não é magra, mas não é gorda, está dentro do peso ideal. Meus amigos a amam, ela dá concelhos para eles e os ajudam muito quando precisam. E eu só tenho a agradecer por tudo, porque ela pode paparicar muito meu irmão, mas sei que me ama muito também.

O meu pai se foi, morreu de acidente de carro quando eu tinha 4 anos, mas eu nem me lembro dele, porque ele não ficava em casa, ele vivia viajando, era caminhoneiro, teoricamente, pois no funeral minha mãe descobriu que suas viagens eram na verdade uma outra mulher. Assim ela simplesmente não guardou sete dias, e no dia seguinte ao enterro estava procurando emprego e, graças a um amigo, conseguiu esse emprego de secretária na advocacia.

O advogado é o amigo dela, eu e meu irmão achamos que ele gosta dela, pois ele sempre dá presentes para ela e às vezes eles saem para jantar, mas minha mãe diz que é só amizade, para mim é uma amizade colorida, daqui a pouco eles assumirão, é coisa de tempo.

CAPÍTULO 4: LUCAS

- Já vou!

É o Lucas, meu melhor amigo, e não, não é amizade colorida, é só amizade mesmo, tanto isso é verdade que o Lucas tem uma namorada, a Graziele.

O Lucas é meu amigo desde os 16 anos, a gente se conheceu na escola, ele morava no centro, mas seu pai veio trabalhar no zona sul e agora ele é praticamente meu vizinho, morando só a duas quadras daqui.

Há dois anos atrás eu estava saindo do banheiro do pátio do colégio, vestida de bruxa, era uma peça de teatro que eu ia apresentar com o GrupArt, o grupo de teatro da escola, para umas crianças de um orfanato, mas nesse momento, um menino idiota apareceu no meu caminho, a gente se encontrou e nos batemos, e para me ajudar ele estava segurando um café fervendo, que por consequência do encontro caiu em cima de mim, fiquei toda vermelha, tanto de raiva quanto por causa do café. O resultado disso tudo foi as criancinhas me chamando de Bruxafé, tudo bem elas estavam felizes pelo menos. Acontece que depois do nos batermos, como eu estava atrasada, eu levantei do chão e sai correndo, sem saber quem era o menino idiota.

No outro dia eu falei com uma colega de outra classe o que ocorreu e ela me falou que sabia quem era o menino, pois teve um novo estudante da sala dela que saiu para ir buscar café para um professor e quando voltou estava todo sujo, o professor perguntou o que aconteceu e ele respondeu que foi uma bruxa louca que esbarrou nele. Fiquei com mais raiva dele, louca eu?!, até parece.

Quando voltava da escola a minha colega apresentou o Lucas para mim, dizendo que ele era o menino idiota e eu a bruxa louca, acha que eu comecei a brigar com ele ou ele comigo? Pelo contrário, começamos a rir e conversar sobre o ocorrido, pegávamos ônibus no mesmo ponto então fomos conversando e a partir daquele momento nos tornamos amigos.

O Lucas é engraçado e inteligente, mas assim como eu resolveu terminar os estudos para depois fazer cursinho, entramos no mesmo pré vestibular, ele também tem certos problemas com dinheiro. Já fazem dois meses que ele namora a Graziele, ela é uma mesquinha que tenho certeza que está com ele só porque ele é bonito. No começo do namoro ele só ficava com ela, eu marcava de sair com ele, ir no cinema e ele desmarcava pois dizia que a GRAZI queria ficar com ele, que ELA já havia marcado algo, eu ficava com raiva mas tolerava, afinal ela era namorada, até que um dia, não sei como conseguiu meu telefone residencial, mas ELA me ligou e discutiu comigo, ela me disse para se afastar dele porque ele era namorado dela, que se eu queria algo com ele era para eu esquecer porque ele já tinha dona. Chorei tanto, ela não me deixou falar, eu gosto do Lucas sim, mas só como amigo, ele é meu irmão praticamente, aquela idiota.

Não contei nada para o Lucas, mas acho que ele percebeu algo ou não, na verdade não sei direito o que aconteceu, só sei que ele voltou a falar comigo e a gente passou a ser como antes, mesmo ele namorando com ela, e agora depois que ele veio morar para cá estamos mais unidos. Ele é meu amigão, super confiável e fofo, gosto muito dele e acredito que nada vai mudar nossa amizade ou nos separar.

CAPITULO 5: NO CURSINHO

- Quais aulas tem hoje?

- Acho que gramática, inglês, matemática I, física II e geografia.

- Ah Lucas, geografia? Sério?

- Para passar é preciso, Ades. (é, meu irmão fez com que todo mundo me chamasse assim a partir de uma publicação nas redes sociais)

- Ok, LUC!

O cursinho é um lugar legal, nossos professores são estudantes da uma faculdade pública de exatas local, são praticamente todos homens e não, não há homens bonitos, pelo menos é o que eu acho, eu sei que existe relacionamento entre alguns deles e algumas alunas daqui do cursinho, mas eu, nem em sonhos quero isso. Tenho que focar e passar, estou confiante, acho que consigo ser aprovada.

- Vou para o reforço, Ades.

- Pelo visto vou ter que começar a gostar desse apelido.

- Só um pouquinho, ele é legal.

- HÁ-HÁ-HÁ! Eu vou para o plantão. Teh!

Aqui funciona assim, as aulas começam as seis da tarde, mas o cursinho abre as quatro para funcionar reforço e plantão de dúvidas. E atualmente eu estou precisando tirar muitas dúvidas. No ano todo foi muito difícil ficar em dia com as matérias, havia muita coisa que eu nunca tinha visto, sem contar que até eu me acostumar em dormir as duas e acordar as sete da manhã, muito cansativo, mas vai valer a pena quando eu ver meu nome na lista de aprovados, cidade nova, vida nova!

E agora eu sento, levanto a minha mão e...Ah, alguém já vem vindo, que ótimo.

- Oi!

- Oi!

- Então você pode me ajudar nesse exercício?

- Se eu souber.

Minha vontade era dizer "Se você souber? Sério? Você já é universitário, está em uma das melhores universidades de exatas do país e vem me dizer 'Se eu souber'. É claro que você sabe", mas seria grosseiro e ele não é obrigado a saber tudo, né?!

- Entendeu?

- Sim, obrigada.

- Mais alguma, hum..

- Adele!

- Adele? Legal, diferente! Eu sou o Murilo.

- Ah, prazer.

- Então, acho que dá para resolver mais uma se quiser, porque ninguém está com a mão levantada.

- Tudo bem.

O Murilo explicou muito bem tudo, depois que ele saiu, eu refiz os exercícios e assim que levantei a mão de novo, por coincidência ele estava livre, então mais uma vez ele veio.

No final das aulas eu vi o Lucas de novo, para gente voltar juntos para casa, ele fica dentro da sala o tempo todo, só sai para ir no banheiro, logo eu também fico, não é chato, mas as vezes é um pouco tedioso.

- E aí gostou da aula de geografia?

- Ai Luc, foi penoso, mas foi interessante, mais lugares para eu visitar quando foi viajar.

- É, isso é verdade.

- Porque sua sala estava gritando na segunda aula, eu acho?

- A professora de gramática viu um inseto, acho que era uma barata, daí ela fez uma cara de medo, foi muito engraçado.

- Imagino. Muito ruim a gente está em sala separada.

- Mas você tem amigas lá também.

- Colegas! Ah, assuntos de meninas as vezes cansam.

- É bom que você estuda mais.

- Se pensar assim. Você é tão inteligente, Luc.

- E você também, Ades. Vamos juntos conseguir o que queremos.

O Lucas é muito otimista, acredito nele, e eu também sou muito otimista, sei que vou conseguir, sempre fui boa aluna, claro que consigo.

- Ah Lucas, conheci um novo cara hoje. Já ouviu falar de um tal de Murilo?

- Não. Ah, peraí, é um novo plantonista moreno de olhos azuis?

- Não sei se ele tem olhos azuis, porque não reparei, mas ele tem o cabelo preto. Mas como assim um MORENO DE OLHOS AZUIS? Andou reparando, hein? Achei que gostava de meninas, huahuahuahuahua.

- HÁ-HÁ-HÁ! Eu gosto de meninas, gosto de você!

- Rsrsrs, e eu de você.

- Então estamos quites.

- Estamos.

- Mas está bem, é que eu ouvi várias meninas da minha sala falando dele "Ai como ele é bonito", "Ai o sorriso dele", "Ai Murilo", "Você viu os olhos? Que olhos lindos, azuis", " Moreno de olhos azuis, estudante da melhor universidade de exatas, ele é TDB".

- TDB? Que antigo, E não é a melhor universidade do país, pelo menos eu não acho.

- Meninas...

- Não todas, E elas só falaram isso porque ele é estudante dessa universidade e é bonito.

- É você é a exceção, mas... Você achando algum homem bonito? Eu não trouxe guarda-chuva Adele!

- Que engraçado! Só achei ele bonitinho, nada de mais. Aliás a conversa acabou sobre esse cara, mas saiba que ele explica bem, ok?

- Está bem, Ades! Vamos estudar amanhã?

- Sim, Luc!

E como sempre falamos sobre estudo no caminho de volta. Afinal não existe mais nada para conversarmos, antes falávamos sobre futebol, mas atualmente nem assistimos muito. Ah estudos eu os amos tanto!!!

Na frente de casa antes de eu entrar:

- Adele, você me disse que estava triste por que não sabia aquela resposta de matemática, então hoje eu perguntei para o professor e ele me explicou, daí amanhã eu te explico.

- Valeu Luc, mas o Murilo já me explicou.

- Aaaaahh, O MURILO!

- Você é bobo!

- Brincadeira. É que eu pensei que você ainda estava triste com aquilo.

- Não é que eu fique triste, mas é que me dá raiva, e o problema era fácil.

- Ah nem tanto, era um pouco difícil, por isso não fica mais assim não, não gosto de te ver triste, pode não parecer mas eu me preocupo com você, e muito.

- Eu sei seu bobo, e tentarei não ficar mais com raiva.

- Está bem! Bonne nuit!

- Gute Nacht!