A Nova Espécie - CAPTURA - Capítulo 1
Agora estou honrando minha palavra. Estou escrevendo seriamente agora ao invés de ficar só em Orkut, Facebook, MSN e as outras redes sociais. O capítulo 1 está aí. Espero que gostem. E, como sempre, espero comentários pra quem ler pois um escritor sem críticas e elogios, perde o tesão em escrever. Espero que me presenteiem nesse Natal com belos comentários (críticas e elogios). Espero que curtam.
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CAPTURA
CAPÍTULO 1
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- E então Anderson, o que eu uso? – perguntou a garota, segurando dois cabides na mão. Num cabide, estava pendurado um vestido branco com algumas lantejoulas brilhantes. No outro, que ela sacudia freneticamente, estava uma calça jeans, também branca.
- Não sei. Não sou eu quem vai usar – disse o garoto, se olhando no espelho ajeitando a gola da camiseta pólo branca.
- Por isso mesmo. Você tem que me ajudar Anderson, por favor. Quero ficar linda pra essa noite. Então, o que acha melhor? O vestido ou a calça? – perguntou novamente, agora pousando as duas peças de roupa sob seu tórax.
- Você não tem jeito mesmo não é? – perguntou o garoto, se virando, agora um sorriso estampado no rosto e observando a garota colocar as roupas sob o tórax novamente.
- Prefiro a calça, fica mais discreta – respondeu.
- Ah, a calça? Pensei que fosse escolher o vestido porque fica mais chamativo.
Ele a olhou desapontado.
- Está vendo? Por isso não dou minhas opiniões. Você sempre me contraria. Se eu digo que é sim você diz que não. Se eu digo que é azul você diz que é vermelho. Se eu digo que é amor você diz que é ódio. Realmente não te entendo Lua.
- O que? Você me chamou de Lua? – disse ela enfurecida, soltando os cabides e deixando-os cair no chão, e partindo para cima de Anderson, os punhos cerrados.
Ele correu pelo quarto fugindo da garota que, a essas alturas, estava vermelha de raiva.
- Está bem, me desculpe Luane. Desculpe mesmo.
- Sem desculpas. Sai do meu quarto agora seu verme – gritou ela apontando em direção à porta do quarto.
- Mas…
- Fora! – gritou ela.
Ele correu até a porta e se foi.
- Argh! – resmungou apanhando as roupas brancas do chão e sacudindo-as – Garotos.
Por fim, Luane acabou usando o vestido branco e um salto alto também branco para não ficar descombinado.
- Até que enfim você saiu de lá – falou Anderson, quando estavam na varanda, esperando o jantar.
- É claro. Eu tinha que sair de lá – e riu.
- Hum, está rindo. Então quer dizer que não está mais brava comigo não é? – e abraçou-a.
- Não. Eu ainda estou zangada – disse desvencilhando-se do abraço e dando uma pisada no pé do garoto.
- Ái. Isso é golpe baixo – disse, segurando os pés.
- Você merecia mais por me chamar de Lua. Você sabe que odeio esse apelido.
Ele sorriu.
- Mas você sabe que esse nome combina perfeitamente com você não sabe?
Ela torceu o nariz e virou o rosto.
- Pensa deste modo: a lua é linda, como você. Ela brilha e se destaca no meio de muitos outros astros, como você. Qualquer pessoa que a vê fica deslumbrado por ela ser tão linda, tão perfeita, tão apaixonante, tão…
- Gorda, cheia de buracos que são as estrias, e…
Anderson apenas sorriu.
- Você sabe onde quero chegar não sabe? Não é apenas pelo fato de você ter a cabeça na lua e por seu nome começar com Lua. É pelo fato de você também ter vários aspectos que a deixam mais bonita e mais brilhante a cada dia, como a lua.
Ela olhou-o, os olhos marejados e o sorriso estampado no rosto. Abraçou-o no pescoço e deu um pequeno beijo no seu pescoço.
- Às vezes eu pergunto pra Deus se eu mereço tanto Anderson. Às vezes me pergunto também o que uma pessoa tão boa, compreensível e carinhosa com você iria querer ficar perto de ma pessoa tão brava, impaciente e estourada como eu?
Ele sentiu um calor invadir seu corpo. Não queria contar pra ela sobre seus sentimentos. Então apenas a olhou nos olhos, encarou-a por instantes e deu um beijo de leve em seus lábios.
- An…
- Chii – falou ele, colocando seu indicador sob seus lábios. – Não precisa falar nada. Apenas sinta.
E se aproximou mais de seu rosto, pronto para dar um beijo em Luane. Mas o sino, que anunciava a meia noite soou em algum lugar ao longe, trazendo consigo um clarão seguido de uma barulheira de fogos de artifício que cobriam o céu escuro.
- Oh… - disse Anderson, olhando-a espantado. – Feliz Ano Novo! – e abraçou-a.
- Feliz Ano Novo, meu anjo – ela retribuiu.
Muitas pessoas se aproximaram de Luane e de Anderson cumprimentando-os com um “Feliz Ano Novo”. Alguns traziam consigo palavras verdadeiras e maternais. Outras tra-ziam palavras que apenas eram faladas da boca para fora, no calor do momento.
O celular de Anderson vibrou no bolso e ele rapidamente atendeu-o.
- Alô?
- Alô, filho?
- Sim mãe, sou eu.
- Está na casa da Lua? – perguntou a mulher, num tom debochado.
- Sim, estou – retrucou com certa impaciência.
- Então filho, antes de tudo, gostaria de lhe desejar um Feliz Ano Novo. E, também, estou ligando pra avisar que o seu cãozinho Luck acaba de fugir por causa dos fogos de artifício.
Anderson gelou. Seu cãozinho Luck era o tesouro mais precioso que tinha na vida. Se é que o cão não era sua vida.
- M-mãe, a senhora sabe que não gosto desse tipo de brincadeira. Um ótimo Ano Novo pra senhora também.
- Anderson, escuta. Não estou brincando. Venha aqui em casa pra procurar esse maldito cachorro.
E desligou o telefone sem dizer “adeus”.
- O que aconteceu? – perguntou Luane.
- O Luck fugiu. Tenho que ir até em casa pra ver se o encontro. Você vai ir também ou vai ficar por aqui?
- Vou ir também. Você sabe que adoro o Luck.
- Está bem – disse ele, segurando sua mão.
Eles saíram da casa sem ninguém perceber e correram até a casa de Anderson que ficava a alguns quartos dali.
- Pronto mãe, cheguei. Você pode me dizer em qual direção ele foi? – perguntou, desesperado.
- Não sei. Os vizinhos disseram que ele foi por ali – disse ela apontando para a direita da rua, que terminava numa esquina.
- Vamos! – chamou Anderson.
Anderson e Lua partiram em busca do cachorro, que, a estas horas, já deveria estar um tanto longe.
- Eu… não… agüento… mais – dizia Luane, ofegando quando já estavam a muitos metros longe de casa, próximos a um grande terreno baldio.
- Vamos descansar um pouco – rendeu-se Anderson.
Eles sentaram-se na calçada, sempre atentos a qualquer barulho por perto, aguçando as vistas em busca de algum vulto branco com algumas manchas em marrom, que poderia ser Luck.
- Eu nem sei o que faço se ele não voltar – disse.
- Não fique assim. Ele vai voltar, tenha fé – consolou Luane.
Ele abaixou a cabeça.
Ela o abraçou pelas costas, esfregando a mão em seus braços. Um gesto de consolo.
- Que presente de ano novo seria se eu não o encontrar.
- Muitas vezes Deus nos tira algo de bom para presentear-nos com coisas melhores.
Anderson assentiu calado.
Um vento forte e repentino soprou em direção aos garotos, varrendo todas as folhas secas que, de certo modo, enfeitavam o terreno baldio atrás deles. O ruído das folhas se arrastando chegou até eles, junto de um latido que Anderson reconheceria de longe.
- Luck – disse ele, erguendo a cabeça e olhando em volta para ver se o encontrava.
Mais um latido ecoou e Anderson levantou-se num salto.
- Vamos Lua, vamos encontrá-lo.
Luane, por perceber que Anderson estava ansioso deixou passar dessa vez.
- Vamos. Mas depois teremos uma conversinha em particular – falou e depois sorriu.
- Ah… Você sabe. No calor do momento, tudo pode acontecer. Estou ansioso. Nunca me senti feliz assim.
- Argh! Menos – resmungou.
Mais um latido.
- Está vindo lá de dentro do terreno – informou Luane.
Eles deram meia volta e entraram no terreno correndo.
O cachorro latiu de novo e eles tiveram a certeza: ele estava mais perto do que imaginavam.
Há alguns poucos metros dali, puderam avistar uma caçamba de lixo e um pequeno rabo se movimentando freneticamente.
- É ele.
- Eu sei – respondeu Anderson, acelerando mais o passo.
Quando chegaram à caçamba, puderam avistar Luck, um cachorro vira-lata branco com algumas machas marrons tremendo, com pavor dos fogos de artifício.
- Oh garoto! – disse Anderson. – Não fique assim. Prometa-me que não vai me dar outro susto desse fugindo assim do nada.
Luane olhou para Anderson abraçando o cachorro com certa incredulidade no rosto.
- Anderson?
- Sim? – perguntou, encarando-a.
- Isto é um cachorro – disse ela, apontando para Luck.
- Acontece Luane que isto, como você chama, é minha vida. Não sei como seria minha vida sem ele. É a única criatura no mundo que me entende e que pode me amar independente de eu ter brigado com ele ou não.
Ela ficou sem graça, depois deu um sorriso amarelado e abaixou a cabeça, em busca de respostas. Mas nada encontrou.
- Vamos? – resolveu chamá-lo.
- Vamos. E… Desculpe se lhe dei uma resposta desagradável – desculpou-se Anderson.
- Não… Não foi nada. É que às vezes acho que sou tão carente que não consigo ver amor em outras pessoas. Sei lá.
- Isso é estranho – zombou Anderson.
- É… É estranho – sorriu ela.
Ele retribuiu o sorriso.
- Venha cá minha pequena, me dá um abraço aqui – disse ele, passando os braços pelas costas da garota.
Ela abraçou-o.
- Desculpe-me.
- Desculpar o que? – perguntou ele.
- Desculpe por minhas perguntas, por eu ser tão insensível e tão impaciente.
- Você não precisa se desculpar. Esse é seu temperamento, sua personalidade, isso é você.
Antes que ela pudesse responder, um zumbido grave, capaz de estourar os tímpanos soou tão alto que fez com que Anderson soltasse Luck, que pulou do colo do dono e correu descontrolado pelo terreno. Anderson e Luane colocaram as mãos nos ouvidos e se ajoelharam ao chão.
- Argh! Que diabos são isso? – gritou Anderson.
- Não sei. Argh! Que dor – gritou Luane em resposta.
O céu clareou no mesmo instante em que o barulho se esvaía. A luz era intensamente clara capaz de cegar quem a olhava fixamente. Anderson e Luane colocaram a mão sob os olhos para impedir que a luz os ofuscasse.
Um volume grande e negro descia lentamente do céu, rodeado de luzes brilhantes. Era possível perceber também uma labareda - que saía por detrás desse objeto – queimar cada partícula de oxigênio existente ao seu redor.
Um silvo alto soou quando o objeto fixou-se ao chão, naquele grande terreno em que Anderson e Luane se encontravam.
E um baque alto o suficiente para ser ouvido a quilômetros dali ecoou quando os motores do objeto desligaram. Uma fenda fixada na lateral daquele objeto abriu-se, revelando algo que saía lá de dentro. A luz da lua clareou a criatura que acabara de surgir ali.
E ali mesmo, naquele terreno aberto, à luz da lua, Luane e Anderson concluíram duas coisas: a primeira era que aquilo era uma nave espacial. E a segunda era de que aquela criatura não era e nunca seria um humano.
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CONTINUA
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Espero comentários de todos vocês.