Hazards of Love - Cap. 4

Sophia Duarth.

Ele continuava me olhando estranhamente e estava me deixando encabulada. Parecia que não diria nada, resolvi dizer.

- Podemos ir? - Ele parecia desconcertado por eu cortar o silêncio que se formava.

- Sim. – Disse por fim.

- Então vamos logo se não a comida esfria. - Sorrimos.

- Boa! Tem muita coisa que preciso conhecer sobre você. - Senti meu rosto ficando corado outra vez.

-Então vamos logo!

Saímos do hotel e fomos em direção a um carro prata que estava estacionado em frente.

- É o seu?

- Sim.

Abriu a porta para eu entrar e entrou logo em seguida, colocamos o cinto e partimos em direção ao restaurante.

Na viagem nós dois ficamos em silêncio, pois eu mal o olhava por vergonha de algo que eu nem sei. Talvez seja porque me sinto tão desconcertada e impotente perto dele que qualquer palavra entregaria minha frustração e nervosismo.

Chegando ao restaurante, fomos bem recebidos por um gentil garçom que nos conduziu a uma mesa e nos entregou o cardápio. Breno por sua vez me tratou gentilmente, puxou a cadeira para que eu senta-se e sorriu.

Breno Alencar.

- Posso sugerir algo. - Disse-nos o Garçom.

Achamos melhor que o mesmo escolhesse algo para comermos. Durante o jantar falamos sobre diversas coisas. Planos para o futuro, nossas família, vida social e romance.

- Há quanto tempo você esta sozinho? – Perguntei após ele dizer que era solteiro.

- Um ano e meio, mais ou menos.

- O que aconteceu com o casal? Você parece ser um cara tão interessante, inteligente... – Ela se conteve.

Fiquei abobalhado por ela ter me dado tais qualidades.

- E você há quanto tempo esta sozinha? – Tentei não demonstrar minha satisfação.

- Deixa eu pensar – Colocou um dedo sobre a bochecha. – três meses.

- O que houve com o casal? – Repeti sua pergunta, mesmo não tendo respondido.

- Ele não pensava como eu, éramos opostos de mais. – Fez uma cara triste - Faltava à química. – Completou.

- Entendo. – Não conseguia pensar em algo bom para dizer.

-Foi assim com você também? Você não em disse o que houve.

- Não. No meu caso faltou o amor mesmo. – Sorri.

- Da sua parte? – Ela parecia interessada.

- Também, não vou mentir. – respondi sem vontade. - Eu não quero falar de coisas que me trazem desgosto, quero falar de coisas boas. - sorri ao ver seu desanimo -Quero falar de você.

Sophia Duarth.

Estava tudo acontecendo perfeitamente bem. Ele falou sobre sua família que na verdade mora em Minas, o que o levou a rodar o mundo, seu desejo pela fotografia, e falei tudo que eu podia sobre a minha.

- Acha que sou uma boa pessoa?

- Sim. Você é uma das poucas pessoas que me fizeram mudar de opinião em relação ao comportamento em apenas um dia.

- Me acha fútil, é isso? – Fiquei séria.

- Não te achei fútil, só um pouco mimada.

- Acho melhor mudarmos de assunto antes que comecemos a discutir. – Tentei ficar calma.

- Bravinha. – Ele se divertia com a situação.

Breno Alencar.

Ela é linda, determinada, verdadeira. Não sei dizer como, mas de alguma forma ela me chamou a minha atenção.

Meu celular estava tocando e vejo que era uma amiga que não vejo há algum tempo.

- Espera um minuto, só para eu atender.

- Tudo bem, não se incomode.

“Gabi! Como você está? – Atendi ao telefone.”

“Estou ótima, e com saudades! Me disseram que você estava na cidade – Ela estava empolgada. - Não podia me ligar?”

“É que estou me organizando ainda, mas passo na sua casa assim que eu conseguir administrar meu tempo.”

“Sua sogra esta morrendo de saudades – Sorri.”

‘ Pode deixar que vou falar com a sogrinha amanhã. - Então desliguei o celular.

Sophia Duarth.

Não entendo mais nada. Ele acabou de dizer que não tinha namorada, que era sozinho há quase um ano e agora vem com essa historia de sogra?

- Achei que você disse que era sozinho. - Ironizei.

- E sou. É uma brincadeira. A Gabriela sempre quis ficar comigo, mas fomos só bons amigos. - Ele começou a rir depois de um momento.

- Não entendi o motivo da risada? – Perguntei confusa e irritada.

- Nos conhecemos hoje e você já esta com ciúmes.

- Quem disse que eu estou com ciúmes? Como você mesmo disse, eu mal te conheço. Não há motivos para ciúmes. – Alterei a voz, nervosa.

-Calma! – Ele levantou as mãos - Eu estava brincando.

Estava irritada pelo que ele disse. Eu mal o conheço direito, só sei o que ele me disse, e nem sei se é verdade, como posso estar com ciúmes? Por que estou confusa?

- Pode pedir a conta? – Perguntei sem graça.

- Já quer ir? – Ele pareceu decepcionado.

- Eu ainda tenho ir em outro lugar.

- Eu poderia te levar... – Ele disse brincando com o copo.

- Se não for incomodo pra Gabi, você pode ir.

Como posso ser tão patética? Ele vai achar que estou com ciúmes de verdade, mas não ligo a mínima!

Breno Alencar.

Pago a conta e vamos ao estacionamento buscar o carro. Sophia ficou calada, parecia irritada. Entramos no carro e fomos em direção a uma loja na qual ela queria ir.

- Minha mãe quer muito um presente dessa loja, pois quando ela veio ao Rio uma vez não conseguiu o dinheiro para comprar, então economizei o meu para esse dia. - Ela parecia orgulhosa com isso.

Chegamos à loja e tinha muitas jóias em cada canto do lugar.Apesar de não ser muito grande, estava lotada e de mulheres.

- Nossa! Aqui é o paraíso? – Perguntei olhando cada uma das mulheres na loja.

- As mulheres adoram. Têm jóias lindas e caras aqui.

- Sim. Mas eu estou falando das mulheres mesmo. – Ela me fuzilou com os olhos e continuou vendo as mercadorias.

Sophia Duarth.

Encontrei a joia que minha mãe queria. Ela me mostrará tanto a foto que eu sabia de cada detalhe do colar. Peguei mesmo para ter certeza que era o que eu procurava, Breno pegou o colar de pedrinhas brilhantes da minha mão e colocou em meu pescoço, fiquei nervosa ao sentir seu toque e sua respiração.

- O que esta fazendo, não é pra mim. – Tentei falar firme para não demonstrar o nervosismo.

- Eu já disse que você e sua mãe se parecem muito, então se ficar bom em você, ficará nela também.

Ele terminou de colocá-lo em meu pescoço e virou-me para poder olhar. Ficamos frente a frente e enquanto ele olhava meu colar, eu encarava seus olhos.

- Você esta incrível. – Sorriu enfim me olhando.

- Sério? - Desviei o olhar rapidamente.

- Sério.

Ele colocou sua mão em minha cintura e foi se aproximando lentamente reparando meus movimentos, fechei meus olhos. Parecia que todos iriam ouvir meu coração batendo descontroladamente, pois eu conseguia ouvir perfeitamente.

- Vocês já escolheram alguma coisa? - Interrompeu a vendedora.

- Eu quero essa aqui. – Meu rosto queimava.

- Ótima escolha minha querida.

Ela deixou pronto para presente como eu havia pedido e me deu o valor que era mais alto do que eu tinha.

- Não vou poder levar, é muito caro e não tenho tudo isso no momento.

- Que pena. Ficou perfeito em você.

Vi o Breno tirar sua carteira do bolso e pegar algumas notas, segurei sua mão antes que ele estendesse para a vendedora e sussurrei em seu ouvido.

- Não posso aceitar. – Fiquei nervosa em perceber que eu segurava sua mão na minha.

- Deve aceitar. – Se soltou. – Sua mãe queria muito esse colar, como você disse, e você queria comprar.

- Não quero seu dinheiro, Breno.

- Não dei nada para você. É para sua mãe. – Ele sorriu.

Fiquei boba com sua atitude, ninguém faria algo assim de graça, a não ser que ele tenha algo em mente.

Breno Alencar.

Estávamos pensando no que fazer, conversávamos sobre bandas e música novas, ela procurava uma legal no rádio do carro, e eu dirigia cuidadosamente tentando não me distrair com sua beleza.

Daniel Marcos e Tassiane Barbosa
Enviado por Daniel Marcos em 19/12/2011
Reeditado em 01/02/2013
Código do texto: T3396446
Classificação de conteúdo: seguro