Hazards of Love - 02
Breno Alencar.
Mas que garota sem censo de humor! Não se pode mais brincar com ninguém hoje em dia, e dizem que as garotas são sensíveis, mas nunca acreditei que elas fossem tanto assim.
Pego minha câmera fotográfica da mochila e começo a visualizar passando de uma à uma as fotos que tirei em São Paulo , reparei em uma foto em que duas meninas se despediam, vejo que uma das meninas se parece muito com a garota mal humorada ao lado.
- Sua irmã não estava muito feliz pela sua partida, eu suponho? - Ela se virou para me olhar.
- Você esta falando comigo? – Ela perguntou sem notar o que eu fazia no momento.
- Sim, eu fotografei vocês no aeroporto se despedindo, ela não parava de chorar.
- Você fica tirando foto das pessoas sem permissão? - Irritou-se. - E ela não é minha irmã, e sim minha mãe! - Eu a observava sem acreditar no que ela dizia.
- Calma! Esse é meu trabalho. Eu gosto de cenas do dia a dia, fico radiante quando as pessoas demonstram seus sentimentos em uma simples fotografia, sem nada ensaiado. - Tentei me explicar rapidamente.
Por mais que a expressão dela fosse confusa de certo modo a surpresa dela me assustou. Ela me olhava tão curiosa.
Sophia Duarth.
Nossa! Acho que exagerei, mas ele me parece ser irritante.
- Desculpa pela minha ignorância, eu me irrito facilmente. – Fui sincera e ele me olhou confuso.
- O que foi? - Perguntei tentando entender sua expressão.
- Nada, apenas não sabia que você era educada.
- Não acredito no que ouvi! Eu estou me desculpando e você continua se achando o máximo! Que cara irritante!
- Eu irritante? – Ironizou.
- Muito! Eu já perdi o pouco que restava da minha paciência!
Breno Alencar.
Mal posso acreditar que estou ouvindo essas besteiras de alguém que nem sei o nome, e que para seu governo nem faço questão de saber.
Ela parecia estar com tanta raiva que nem me olhava depois do que eu dissera. Peguei minha câmera e voltei a ver as fotos.
Passaram-se uma hora, mais ou menos, e vi que o avião já estava pousando, comecei a pegar minhas coisas que tirei da mochila durante a viagem e esperei o avião pousar.
Sophia Duarth.
Eu já estava me tremendo toda.Não acredito que cheguei no Rio de Janeiro, que realizei meu sonho!
O avião pousou e os passageiros estavam saindo aos poucos, esperei o garoto ao lado sair e fui em seguida. No aeroporto, fiquei meio desanimada, pois estava vendo muitas famílias se abraçando e eu estava sozinha, sem nenhuma recepção calorosa.
Breno Alencar.
Parei em um banco do aeroporto para tirar mais algumas fotos. Não podia perde essa oportunidade, meu trabalho dependia muito disso.
Estou tirando as fotos quando vi a mesma garota de antes desamparada e solitária, mas sei que essa garota não é nada legal, pelo menos comigo, sei que vou me arrepender, mas preciso fazer algo.
- Precisa de ajuda com alguma coisa? – Perguntei com o meu melhor sorriso.
- Não acredito no que vejo, nem aqui você me deixa?
- Eu estou vendo você sozinha e queria saber se estava com dificuldades de achar alguém, mas pensando melhor, acho que esqueceram você, e com esse temperamento até eu esqueceria.
- ME DEIXA EM PAZ, GAROTO, OU CHAMAREI UM SEGURANÇA!
- Você esta sozinha e eu também, então você não gostaria de jantar comigo? Prometo tentar ser mais paciente.
- Não estou afim! Obrigada.
- Por favor! É só um jantar, juro não devorar você e nem te matar. - Prometi.
- Prefiro não correr esse risco.
- Então ok, tchau.
Sophia Duarth.
Ele estava indo embora, e eu estava completamente perdida nessa cidade, não sabia por onde começar ou aonde eu deveria ir. Odeio admitir, mas precisava de ajuda.
- EI, ME ESPERA!
Estava gritando igual louca. As poucas pessoas do local olhavam sem acreditar, como se eu fosse uma maluca.
- Mudou de ideia? – Ele divertia-se
- Não tenho muitas opções, resolvi te dar uma chance. – Ele sorriu.