A Escuridão E O Amanhecer Capitulo 10

Capitulo 10 – O Senhor dos Ventos – Filipe

Estirado no chão, pela primeira vez fui vencido eu não podia acreditar, aquele garoto é a pessoa mais poderosa que eu já enfrentei e olha que já foram muitos, meus olhos se fecharam e uma nuvem de lembranças veio a minha mente, lembranças ruins.

Quando eu e minha irmã tínhamos Cinco anos conhecemos a morte de perto, nossa mãe morreu. Ela tinha só 24 anos nós ficamos ao lado dela ate que os vizinhos percebessem que havia algo errado, foram dois longos dias, alem dela não tínhamos ninguém e fomos mandados para um abrigo de crianças abandonadas ou órfãs, todo dia a Anna Perguntava quando nossa mãe ia vir nos buscar, eu sempre respondia que em breve devo admitir que não sabia o que estava dizendo, só estava repetindo o que minha mãe dizia quando o dono da casa que agente morava ia cobrar o aluguel atrasado, um dia ela simplesmente parou de perguntar, lá não era um bom lugar a comida era ruim e pouca, não havia camas para todos, as mulheres que deveriam tomar conta da gente não se importavam muito, afinal quem se importa realmente com o que uma criança sem pais passa num lugar desse, às vezes elas levavam alguma criança geralmente à noite, no dia seguinte elas voltavam, mas as crianças não, eu sempre rezava para que não levassem minha irmã, mas eu sabia que não ia adiantar, pois um dia um de nós acabaria sendo levado.

Quando eu Tinha Oito anos no meio da noite uma delas entrou no quarto em que eu estava com a minha irmã e outras 5 crianças, eles acordaram minha irmã e mandou que ela levantasse rápido pois ela ia embora.

Anna: - Filipe Socorro – ela gritou

Eu corri e segurei o braço dela, mas levei um tapa na cara que doeu por uns dois dias, aquela mulher arrastou a Anna para fora do quarto, ela gritava e lutava não queria ir, não queria se separar de mim, foi quando eu senti todo o meu corpo estremecer, e uma rajada de vento estraçalhou a janela do quarto, ela largou minha irmã enquanto olhava atônita para mim, Anna correu ate mim, podia sentir o vento me rodeando, fiz um movimento com a mão e ela foi atingida por uma rajada de vento que fez com que ela batesse contra a parede.

Anna: - Como você fez isso – Ana Perguntou abismada.

Filipe: - Eu não sei – Eu disse com todo o resto de inocência que me restara.

Eu queria matar aquela mulher todas as que nos maltrataram, mas eu sei que isso é errado Deus não gostaria, eu a Anna e outras oito crianças fugiram naquele dia, eu nunca mais os vi, Eu e a Anna passamos inúmeras noites com frio e com fome e usei meus poderes algumas vezes pra roubar pessoas, aquilo me deixava muito mal eu não sou um ladrão Deus me deu esses poderes para que eu pudesse ajudar as pessoas não roubá-las, um dia quando a Anna completou Dez anos seus poderes também apareceram e nós começamos a fazer truques na rua, agente conseguia dinheiro suficiente pra comer só precisávamos arrumar um lugar pra morar, a rua é um lugar muito perigoso ate mesmo pra gente mais ou menos uns 5 meses depois que a Anna descobriu os poderes nós terminamos de nos apresentar, as pessoas deixaram o dinheiro e foram embora exceto um homem com um terno elegante, gel no cabelo e um sorriso gentil, mais enigmático, e se tem uma coisa que eu aprendi foi que as pessoas com aparência gentil geralmente são os mais perigosos.

Filipe: - O show acabou – Eu disse tentando espantá-lo.

Richard: - Eu notei – Ele disse com o mesmo sorriso.

Ele sacou uma pistola e disparou um dardo na Anna antes que eu pudesse atacá-lo ele também disparou em mim a ultima coisa que eu vi foi um garoto talvez da minha idade com o poder de ficar invisível ficar visível bem ao lado do homem, eu e a Anna não somos os únicos eu descobri isso naquela noite.

Acordei em uma sala com um bracelete que parecia uma algema prendendo minhas mãos, Anna estava desacordada ao meu lado eu tentei usar meus poderes para nos tirar dali, mas eles não funcionavam, O homem entrou acompanhado por dois garotos.

Richard: - Olá Filipe, Meu nome e Richard Fox, esses são meus filhos, André que pode controlar o fogo e Mateus que pode ficar invisível – Ele se apresentou.

Filipe: - O que você fez com a minha irmã – Eu gritei.

Richard: - Ela esta bem não se preocupe – Ele disse – Desculpa ter atirado em vocês, mas eu não poderia arriscar uma reação de vocês o poder de ambos pode causar grandes contratempos – Ele concluiu.

Filipe: - O que você quer da gente – perguntei tentando conter o choro.

Richard: - vocês são gêmeos? – Ele perguntou quase como uma afirmação.

Filipe: - Sim. – Eu disse

André: - Ninguém vai machucar vocês não precisa ter medo – O garoto que controla o fogo disse.

Richard: - Eles também são gêmeos, gêmeos como vocês os dois desenvolvem os poderes, já gêmeos univitelinos somente um desenvolve os poderes – Ele explicou.

Eu não fazia idéia do que ele estava falando, isso estava evidente em meu rosto ele percebeu.

Richard: - Não se preocupe um dia você vai entender. - Ele disse.

Mateus: - Gêmeos univitelinos são gêmeos idênticos – O outro garoto falou.

Richard: Você sabe de onde vem seu poder? – ele perguntou.

Filipe: - Eu pedi a Deus que ajudasse eu e minha irmã e ele nos deu esses poderes – Eu falei.

O garoto que controla o fogo não conseguiu controlar o riso mais Richard o olhou com um olhar repreensivo e ele parou.

Richard: - Não foi assim que seus poderes surgiram, há alguns anos aconteceu uma catástrofe – Ele Disse – Desse incidente varias mulheres grávidas foram afetadas por uma espécie de vírus que criou uma mutação nos fetos – Ele fez uma pausa e me olhou percebeu que eu não estava entendo muita coisa – Criou uma mutação nos bebês que fez com que eles nascessem com poderes igual a você ou sua irmã.

Eu não queria acreditar nele, eu nem o conhecia mais ele parecia tão certo do que estava dizendo.

Richard: - OS poderes variavam, mas com o tempo percebemos que quanto mais a mãe foi exposta, mas forte era o bebê – Ele disse – Ate hoje existe casos de crianças especiais nascendo, é bem menos freqüente, na verdade o ultimo foi há dois anos. – ele concluiu.

Mateus: - E eles são cada vez mais fracos, nem se comparam aos da primeira geração, nós no caso.

Richard: - Eu acho fascinante o fato de vocês tão jovens já conseguirem controlar seus poderes – Ele disse com um brilho no olhar.

Filipe: - Obrigado – Eu disse.

Ele falou muita coisa, me explicou muita coisa mais ainda não havia dito o que ele queria comigo e com a Anna.

Richard: - Eu quero que você e sua irmã se unam a mim e minha equipe – Ele disse com um sorriso gentil.

Filipe: - E se eu disse não – Eu perguntei.

Richard: - Esperarei sua irmã acordar, e libertarei vocês – Ele disse – Mais eu quero que você pense se você ficar, você terá estudos, uma casa, e terá um objetivo na vida – Ele fez uma pausa – Proteger as pessoas - ele concluiu.

André: - É isso que agente faz aqui cara – O garoto do fogo falou.

Richard: - Pense na sua irmã, as ruas são um lugar perigoso, principalmente para uma menina tão bonita, seus poderes não foram o suficiente pra evitar que eu a trouxesse pra cá, por mais que minhas intenções sejam boas, têm outros que não tem – Ele disse.

Eu estava confuso eu passei tempo de mais na rua me acostumei a ela, mas eu sabia bem que as ruas não são lugar para minha irmã eu sempre procurei protegê-la, talvez aqui ela fique protegida, e havia alguma coisa que me fazia acreditar naquele homem.

Filipe: - Tudo bem, eu aceito – As palavras saíram quase que automaticamente.

Richard: - Seja bem vindo à família Nabucodonosor Filipe – Ele disse com os braços abertos como se fosse me dar um abraço.

Mateus veio ate mim e retirou as argolas da minha mão, e das mãos da minha irmã.

Richard: - Mateus mostre a ele as instalações, vou levar a menina para o refeitório.

Saímos da sala onde estávamos e caminhamos por um grande corredor com varias portas dentro havia pessoas com jalecos brancos, frascos de pesquisa e papeis sobre a mesa.

Filipe: - O que eles fazem aqui – eu perguntei cheio de curiosidade.

Mateus: - É confidencial se eu te contar teria que te matar.

Filipe: - Você esta mentindo – Eu Falei.

Mateus: - Quer arriscar – Ele perguntou com um ar enigmático.

Filipe: - Não – Achei melhor não arriscar aquele garoto tinha uma expressão meio louca no rosto.

Chegamos num lugar que parecia com uma cadeia, eu parei em frente a uma porta onde um garoto esmurrava a porta querendo sair, ele gritava e batia implorando pra sair, aquilo me deixou assustado e preocupado que eles me jogassem e minha irmã numa daquelas celas.

Mateus: - Não se preocupe com ele – Ele Disse.

Filipe: - Ele ta preso? – Eu perguntei.

Mateus: - Nossa missão é proteger as pessoas – Ele disse.

Filipe: - Prendendo crianças – Eu o interrompi.

Mateus: - Agente protege as pessoas normais, de pessoas com poderes – Ele disse mais eu o interrompi outra vez.

Filipe: - Nós temos poderes – Eu falei alto.

Mateus: - Mais nós não somos maus, esse garoto é um dos perigosos ele tem super força e se regenera. – Ele disse calmamente.

Filipe: - Como você pode ter certeza que ele é perigoso ele deve ter a nossa idade – Eu argumentei.

Mateus: - Existe uma igual a nós que sonha com as coisas e pode projetar os sonhos dela em aparelhos de TV ou computador.

Filipe: - Foi assim que vocês nos acharam? – Eu perguntei.

Mateus: - Vocês não podem fazer truques sobre humanos sem que a nossa família fique sabendo – Ele disse – Só não achamos você antes por que ela chegou aqui há alguns meses e tínhamos outros assuntos para resolver – Ele concluiu.

Ele continuou a me mostrar às instalações, passamos por guardas armados que o cumprimentaram depois de andarmos por quase 40 minutos ele me levou para o refeitório onde não havia muitas mesas e cadeiras, minha irmã estava comendo acompanhada pelo André.

Filipe: - Anna Você ta bem – Eu perguntei preocupado.

Anna: - Estou – Ela disse comendo mais um pouco de comida.

Filipe: - Agente vai morar por aqui, pelo menos por um tempo – Eu disse esperando que ela se recusasse.

Anna: - Tudo bem, a comida daqui é boa – Ela disse, ela parecia feliz aquilo me fez ter certeza que tomei a decisão certa.

André: - Coma alguma coisa Filipe – Ele disse.

Mateus: - depois levo vocês para seus respectivos quartos – Ele disse e se afastou para outra mesa.

Filipe!Filipe! Eu ouvi a voz da minha irmã chamar, meus olhos se abriram lentamente e ela estava me olhando apreensiva, eu estava de volta ao telhado onde aquele garoto me derrubou.

André: - Você ta bem cara – Ouvi a voz do André.

Olhei um pouco mais para o lado e ele estava me olhando, ao seu lado estava Davi um garoto de trejeitos afetados maquiagem nos olhos, apesar de que o cabelo só permite que um dos olhos dele fique a mostra e um sarcasmo que irrita qualquer pessoa.

Davi: - Parece que alguém foi nocauteado – Ele disse com um ar debochado.

Anna: - Quem fez isso, foi o Mateus ou algum outro dos que fugiram – ela perguntou.

Eu não a respondi eu mal conseguia olhar para ela, André tentou me ajudar a levantar mais eu dispensei sua ajuda e subi no helicóptero sozinho os outros subiram logo depois e o helicóptero decolou.

Anna: - Vamos ter que dar alguns pontos nesse corte – Ela disse, mas eu a ignorei e continuei a olhar pela janela do Helicóptero.

Davi: - Não se preocupe Anna ele só esta com o ego ferido, coisa de homem – Ele disse com seu jeito debochado.

Usei meus poderes para que o helicóptero fosse atingido por uma rajada de vento que fez com que ele balançasse.

Davi: - Quer derrubar o Helicóptero e matar todo mundo –Ele disse irritado.

Filipe: - Eu e a Anna sairíamos vivos, e o André é imune ao fogo só você e o piloto morreriam –Eu disse.

Chegamos à base e eu fui imediatamente para enfermaria, à enfermeira cuidou dos meus ferimentos Anna ficou o tempo todo por perto, assim que a enfermeira saiu da sala, Anna veio na minha direção e me abraçou bem forte.

Anna: - O que você estava pensando sair sozinho, nós somos uma equipe Filipe – Ela disse com lagrimas nos olhos.

Richard Entrou ele continua o mesmo só envelheceu alguns anos.

Richard: - Você esta bem? – Ele perguntou.

Filipe: - Sim senhor – Eu respondi.

Richard: - Foi o 040 que fez isso – Ele perguntou.

Filipe: - A não ser que ele tenha aprendido a voar e a ter telecinese alem do poder de gelo acho que não – Eu disse.

Richard: - Se ele matou pessoas que tinham esses poderes ele os teria agora – Ele falou como se eu não soubesse disso.

Filipe: - Não era ele senhor, eu tenho certeza – Eu disse.

Richard: - Seja lá quem for ele deve ser encontrado e capturado, Como a 045 não viu isso – Ele disse.

Filipe: - Ele não é perigoso senhor, ele podia ter me matado – Aquelas palavras doeram ao sair da minha boca.

Richard: - Veremos – ele disse saindo da enfermaria.

Anna: - O que ta havendo Filipe – Ela perguntou.

Filipe: - Só estava pensando Anna – Eu disse.

Anna: - Em que? – Ela perguntou.

Filipe: - Que talvez o Mateus estivesse certo – Ela me interrompeu.

Anna: - Você está louco? – Ela perguntou.

Filipe: - Não! Mais se ele estiver certo, e se na verdade nós formos os vilões quem garante que essas pessoas presas aqui são realmente perigosas.

Anna: - Você só pode esta brincando lembra que o 035 pode criar buracos negros, ela matou toda família.

Filipe: - Ele disse que foi acidente, que não sabia que possuía esses poderes – Eu falei.

Anna: - Você sofreu uma pancada na cabeça, está confuso só precisa descansar, por favor, não faça a mesma besteira que o Mateus.

Filipe: - Eu não vou abandonar a família Anna, pelo menos não ainda. – Eu disse.

Ela me abraçou nós não abandonamos nossa família no primeiro contratempo, eu nunca a deixaria, ela é a minha família não esse lugar, não essas pessoas eu sei que teria me virado na rua sou grato pelos estudos e pela casa, mas já fazia algum tempo que essa vida já estava me cansando.

Miguel Dante
Enviado por Miguel Dante em 08/12/2011
Código do texto: T3379172
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