O caçador - Cap. 5 - O contrato
Adrwey desligou seu celular, olhou para Rony como se esse fosse um grande problema, Rony percebeu e logo disse “É, parece que vamos caçar”, o velho surpreendeu-se. –Estranho, você parecia tão medroso na mansão, o que aconteceu?
-Lá eu iria perder a minha avó pelo maldito dinheiro. –Replicou Rony parecendo arrependido.
“Esse garoto faz o perfil de um bom caçador, o irmão e avó dele morreram e ele chorou apenas alguns minutos e logo esqueceu”. –Pensou o velho Adrwey. –Então vamos, já chamei um “táxi” e ele deve estar chegando a qualquer momento, quantos anos você tem? Perguntou Adrwey, que detestava situações em que ficava só com alguém.
-Dezessete, mas farei dezoito em breve. Respondeu Rony
Adrwey começou a observar o garoto com certo interesse e começou a pensar no que ele seria capaz de fazer sendo seu “escravo”; Observou que o garoto era alto e forte para sua idade, que era muito pálido, que tinha olhos e cabelos negros e que o cabelo era extremamente liso e chegava ao pescoço, o que não agradou o velho, pois essas são características são muito chamativas.
-Vocês jovens não pensam? (Desculpe leitor jovem), vocês não pensaram na possibilidade da policia ter vocês como principais suspeitos da morte da velha? –Perguntou Adrwey mudando de assunto.
-No começo eu estava pensando nisso, mas John disse que tinha um plano e que tudo iria acabar bem.
-Pois é, mas isso esta longe de acabar e imagino que não vai ser nada bem. –Falou o velho com sua melhor expressão de homem sério. –A essa altura, você deve ser o segundo homem mais procurado da cidade.
É isso que eu chamo de “Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come” (Não se esqueçam que se Rony houvesse ficado na mansão o careca misterioso poderia voltar e matá-lo).
-Oh céus! De jovem rico para segundo mais procurado da cidade. –Choramingou Rony lamentando sua queda. –Se eu sou o segundo mais procurado da cidade, quem é o primeiro?
-Eu. –Disse o velho como se orgulhasse disso.
Chegou um carro velho e parou em frente a ambos, não era bem um táxi, ou pelo menos não havia nada que o identificasse como um, entraram no carro e o motorista falou para Adrwey “Aonde vamos hoje caçador?”
-Você pode nos deixar na entrada do baixo Leste, Sheldon. -Respondeu o caçador.
O carro saiu em disparada, Adrwey amarrou o cabelo que era longo, pois no interior do carro havia muito calor, Rony estava com bastante medo de tudo, o suficiente para se enfiar em um buraco e ser enterrado vivo (É sei, essa frase não foi tão boa, mas, foi a única que me veio em mente).
Passaram-se alguns minutos e chegaram ao destino, desceram do carro e despediram-se de Sheldon, o motorista.
-Deve ser em algum lugar por aqui. –Disse Adrwey enquanto caminhava procurando a casa.
-Por que você não pagou o “taxista”? Quis saber Rony.
-Ele é meu amigo e pago ele mensalmente. –Respondeu Adrwey que odiava responder perguntas.
-Cara, o que eu faço? Não tenho para onde ir exceto à cadeia, por favor, deixe-me se esconder com você. –Falou Rony preocupadíssimo.
Eu no lugar dele preferiria a cadeia, porém ele pensava que o melhor lugar para o segundo mais procurado da cidade era no esconderijo do primeiro.
-Só se você assinar esse contrato. –Disse Adrwey dando uma de difícil, quando na verdade adoraria ter um escravo para ajudar no seu oficio.
-Está bem, mas o que diz nesse contrato?
-Leia você mesmo. –Disse o velho entregando-lhe um papel que tirara do bolso interno de sua capa.
Rony leu o contrato em voz alta “Ao assinar esse contrato você será subordinado de Adrwey, o soberbo, caso não cumpra seu dever de subordinado para com seu mestre, o mestre terá permissão para matá-lo.” Rony não sabia o que fazer e pensava “Olha aonde aquele maldito me colocou”, porém logo em seguida lembrou que John estava morto e pediu desculpas mentalmente; com toda aquela pressão do momento Rony olhou para Adrwey e disse “Aceito!”, nesse momento ele assinou o papel rapidamente e entregou a Adrwey, logo em seguida sentiu algo como arrependimento.
Ao receber o contrato, Adrwey deve ter sentido a mesma sensação que o diabo sente ao comprar uma alma (Admito, minhas comparações estão uma droga), mas tudo que disse foi. –Eu faria o mesmo em seu lugar rapaz, ao se referir a mim use mestre. –Ordenou o velho barbudo.
-Adwe... Mestre Adrwey, como você poderia já estar com o contrato no bolso? –Indagou Rony curioso.
-Porque essas situações são bastante frequentes na vida de caçadores e você não é meu primeiro subordinado. –Respondeu o velho.
-Onde estão os outros?
-Enterrados em terrenos baldios, tive que matá-los. –Falou o velho insanamente.
Rony sentiu a segunda sensação de arrependimento, mas não havia mais nada a fazer.
Adrwey parou, olhou para a casa a sua esquerda e disse. –É aqui.
No capítulo 6
Saiba quem foi o mestre de Adrwey, o soberbo.
Grato aos leitores