O caçador - Cap. 2 - O templo
Capítulo 2 – O templo
18 anos antes
Em um templo asiático, mais precisamente no sul da Ásia, existia um regime de treinamento muito rígido, havia centenas de crianças que nasciam no templo e eram treinadas grande parte da vida e quando digo grande parte quero dizer décadas. Só os Guardiões do templo podiam sair e entrar na hora que bem entendessem.
Adrwey era diferente de todas as outras crianças, pois todos tinham aqueles olhos asiáticos quase fechados, os de Adrwey eram grandes e esbugalhados. Adrwey tinha muita dificuldade em aprender às artes marciais, provérbios antigos, a história dos antepassados entre muitas outras coisas, mas a única forma de não ser violentado pelos mestres era aprendendo, Adrwey sentia um rancor profundo por um mestre em especial, o mestre Chyou.
Adrwey terminou o treino de iniciante, o de ninja, mas nunca conseguiu o de mestre, não por ele não conseguir dominar essa área, mas por certa “marcação” que o mestre Chyou tinha para com ele.
Quando completou seus 48 anos Adrwey já não aguentava mais, ser odiado por todos, exceto poucos amigos que tinha. Decidiu fugir do templo, o que deveria ser feito com máxima cautela, pois era extremamente proibida a saída de ninjas do templo.
Numa noite onde no céu as nuvens haviam coberto toda a lua, estava muito escuro por conta disso. Adrwey escondeu-se sorrateiramente em cima de uma árvore, rezou para que ninguém o visse, esperou, esperou e esperou, até que todos foram para o dormitório, ele desceu da árvore, olhou para os lados e saiu andando como um gato desconfiado em direção ao grande portão, “deve haver guardas lá” pensou ele, mas estava com tanto ódio que estava disposto até a matar os malditos, pensou ter ouvido alguém o chamar.
-Psiu! –Alguém realmente o chamou
Era Changging o mais próximo que Adrwey chegou a ter de um amigo.
-Adrwey! O que você está fazendo? –Sussurrou Changging.
Adrwey era muito ruim em mentir, é, os ensinamentos do templo serviam para algo, por isso preferiu abrir o jogo. –Vou fugir do templo. –Disse ele.
Changging com uma expressão desapontada disse. -Você ficou maluco? Seu careca de uma figa.
-Acalme-se Chang, vai dizer que você não está cansado de viver trancado aqui? Esse é o plano, nós vamos para algum porto, entramos em algum navio e ficamos livres, vamos? Preciso de ajuda.
-Não vai dar, mas posso levar-lhe ao porto mais próximo, vamos? Disse o monge.
-Vamos! Exclamou Adrwey, embora tentasse esconder sua felicidade Changging a percebeu.
Não havia nenhum guarda vigiando o grande portão, e ambos passaram sorrateiramente, foram ao estábulo externo do templo e furtaram dois belos cavalos, Adrwey escolhera o mais valioso entre os cavalos, pois queria dar o Máximo de prejuízo ao templo. Foram em direção ao porto em grande velocidade.
Já estavam galopando a duas horas e meia, quando viram um terceiro monge os seguindo a cavalo, pararam seus cavalos e ficaram esperando o monge se aproximar, não queriam luta, mas se necessário estavam preparados, afinal eram dois contra um.
-Vocês têm um grande problema. -Disse o monge misterioso nas sombras.
-Hirom? Indagou Chagging.
-Sou eu mesmo. –Disse Hirom ao sair das sombras com seu cavalo negro. –Aposto que foi esse ocidental que te colocou nessa encrenca, assim que perceberam que vocês tinham fugido, o Guardião chefe ordenou que acendessem o fogo central e que os mestres procurassem e capturassem vocês para os levarem para o castigo. –Ele falou a palavra “mestres” e olhou para Adrwey com um olhar zombeteiro, pois sabia que o pobre Adrwey nunca conseguira esse título. –E é melhor você correr Chang, pelo que vi o castigo não vai ser dos pequenos, e quanto a você ocidental, só não te levo de volta por causa do Chang.
Após isso Hirom desapareceu rapidamente no horizonte, a ponto de não dar tempo de Chagging agradecer.
-Droga! Agora também estou ferrado. –Reclamou Chagging
-Ora Chang, nós já passamos por coisas muito piores, vamos logo e deixe de manhas, não quero saber qual é o castigo, e você?
***
Ao chegarem ao porto, esconderam-se atrás de uma grande árvore que ficava bastante perto, esperaram, esperaram e esperaram até que chegou um grande navio negreiro, os monges hesitaram um pouco e enfim conseguiram adentrar o grande navio sem que ninguém os visse, afinal eles eram monges. Se esconderam dentro de algo parecido com um armário, estava tudo tranquilo até Adrwey pensar ter escutado o mestre Chyou, a voz vinha em direção ao armário e alguém pegou a maçaneta do mesmo.
No capítulo três volta a continuação do 1:
Espero que tenham gostado dessa forma de publicar, kkk.