Bad Romance [Parte 19] - Caliente

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19 - Caliente

Tudo naquele salão me impressionava, mas eu não podia me dar ao luxo de transparecer isso. Eu já tinha parecido uma profissional na passarela, por que eu me comportar como uma novata? Prefiro transparecer confiança.

Cumprimentei primeiramente os conhecidos:

Heide, July, Rick Genest, Marcus, alguns advogados e então passei para a melhor parte. Ashley me pegou pelo braço e me levou para conhecer os modelos gatinhos.

Adivinha com quem eu topei?

— Como vai Liza? Quanto tempo, não?

— Muito bem, obrigada. Você como vai?

Antes de ele responder eu imaginei que a resposta seria “ÓTIMO” por que ele realmente estava tão ÓTIMO, em todos os sentidos.

— Bem. Você estava incrível. Tem certeza que nunca modelou antes?

— Você viu? Obrigada, não imaginava que estivesse aqui.

Na verdade eu nem me lembrava mais dele, como pude me esquecer de um deus grego?

— Eu sou modelo, tudo a ver. Vocês aceitam um drink?

— Um drink não dá para três pessoas, então eu esta é a minha deixa. Aproveite Liza, dias de glória não acontecem sempre.

Aconselhou Ashley.

O garçom passou e Matthew pegou duas taças de champanhe, eu não queria beber, mas a noite pedia uma exceção, ou várias.

— E o seu coraçãozinho como anda? — perguntou-me de repente.

Por que alguém tinha que me lembrar?

— Machucado. — fui sincera.

— É? — puxou assunto.

Mas eu não queria falar disso, eu queria me divertir, afinal de contas, a noite pedia isso.

— Eu adoro essa música, vamos dançar? — disfarcei.

Ele concordou. Deixamos as taças vazias numa mesa qualquer.

— Você gosta dos anos 70? — perguntou surpreso.

— Adoro! — menti.

A minha sorte era que só estavam passando músicas da Cher no momento. E dela eu sabia pelo menos um pouco.

Dançamos freneticamente, bem animados e seguimos esse ritmo até que as coisas começaram a esquentar, estávamos próximos de mais. Ainda não era o momento.

Aproveitei o calor e a suadeira como desculpa para sentar-me à mesa da varanda.

— Precisa de algo? — perguntou o garçom.

Será que eu posso ficar sozinha um minuto?

— Água , sem gás. — quase acrescentei um “POR FAVOR”.

Ele foi eficiente.

Ashley veio sentar ao meu lado antes que Matthew descobrisse onde eu estava. Tinha lhe dito que ia ao banheiro. Não duvido que ela esteja me esperando na porta do WC feminino.

— Qual é amiga? Você e o gatinho experiente?

— Não rola nada, nem quero. Estou cansada desses caras imbecis vindo machucar meu coraçãozinho de donzela.

— Donzela? — gargalhou Ashley.

— Só no nome querida. — gargalhei também.

Meu rosto mudou na hora quando vi quem acabara de chegar lá embaixo no térreo.

Zac e Sara em Black tie, sorridentes, sendo fotografados e para fechar com chave de ouro, eles estavam de mãos dadas.

— Canalha. — murmurei só para mim.

— O bonitão já vem. — avisou Ashley ao ver o chiclete do Matthew.

Bem na hora.

— Hey cara! Você me deixou plantada aqui sozinha. — resmunguei irônica.

— Estava esperando você sair do banheiro.

— Faz tempo que saí.

— O que eu posso fazer para compensar tamanha falta?

— Dance comigo, bem juntinho.

Fomos à pista.

Meu vestido era longo e justo, não ajudava na dança, se continuasse assim eu cairia no chão. Antes de começar a dançar rasguei o vestido na altura do joelho e depois fiz uma pequena lasca para auxiliar os movimentos. Não ficou vulgar, para minha alegria.

O DJ mudou a música de discoteca dos anos 70 para música latina, caliente e dançante. Zac e Sara iam entrando nessa hora.

Enquanto dançávamos, desabotoei três botões da camisa de Matthew, já dava para ver grande parte de seu peitoral musculoso com pêlos curtos.

Acariciei-o e ele me acariciava, a pista inteira dançava dessa forma, pois eram todos adultos e dançavam conforme a música, ninguém acusava ninguém, apenas se divertiam, todos sem exceção. Uma verdadeira FESTA!

— Você está me deixando louco! — disse Matthew um pouco alto, pois a música era ensurdecedora.

— Ah é? Prove um pouco mais.

Acariciei seu abdômen definido e suas costas, depois o abracei por trás e acariciei seu peitoral, em seguida beijei seu pescoço. Aí na hora do beijo a música parou e a gente parou também.

De repente o lugar estava um forno só.

Zac e Liza, como se achassem pouco, vieram nos cumprimentar.

— Boa noite, senhores. — Disse Zac.

— Boa noite, estão gostando da festa?

Matthew podia ser ator, pois sua ironia era divertida.

— Sim, mas lamentamos não estar aproveitando a festa tanto quanto vocês. — disse Sara, desgostosa.

Eu dei um sorrisinho para ela.

— Lamentamos também, vem Matt, temos que repor as energias. — o puxei pelo braço.

Ok, você deve estar pensando que eu sou um monstro por estar me aproveitando dele, mas a verdade é que eu gostei disso. Não só de fazer ciúmes, mas gostei das caricias e da dança.

— Quais são os seus planos para hoje à noite?

— Esses, ora. Já estou realizando meus planos.

— Eu quis dizer para o resto da noite.

— Sugestões?

— Na verdade sim, por que não vamos até o hotel onde estou

hospedado e tomamos um drink por lá?

Esse convite é o famoso convite que todo homem faz, poderia ser descrito assim: “vamos para a minha casa fazer sexo?” resolvi dizer não.

— Não é uma boa, é cedo de mais.

— Eu só falei em tomar um drink, safadinha!

Me engana que eu gosto.

— Já tem drinks de mais aqui. — rebati.

— Uma ideia melhor?

— SIM! Vou dormir o máximo que puder, amanhã vou dar minha primeira entrevista ao NY TIMES, depois vou pro estúdio fotografar.

— A correria começou, hein? O que a sua mãe acha disso?

— Não sei, o que sei é que ela nunca acreditou no meu potencial.

Mas estou aqui agora.

— Ela vai ter que engolir. — sorriu.

Aceitei o impulso e dei um beijo rápido nele, pois sua boca era tão milimetricamente perfeita que não deu para evitar.

Eram três da manhã quando eu estava me preparando para ir embora. Eu sei, não devia ter demorado tanto, mas a festa era das boas, vale a pena dormir pouco por uma festa assim.

Matthew se ofereceu para me levar, mas eu recusei, Ashley e todo mundo da equipe me ofereceu carona e eu recusei, queria ir olhar o sol nascer lá do píer como sempre quis fazer, então peguei um táxi e parei lá, sentei-me num banquinho e escutei um barulho estranho que vinha debaixo do píer, não sei se eram murmúrios ou gemidos.

Resolvi checar.

E N Andrade
Enviado por E N Andrade em 15/11/2011
Código do texto: T3337455
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